Se for para espairar, Fallout é do jogo

 

Semaninhas pesadas. Seguem as enchentes de fake news, futebol movimentado muito além das quatro linhas, Morosidade na Justiça…
Pra dar uma espairada, Fallout vai bem. Série da Amazon, você já deve saber que é baseada em jogo de vídeo game, né. Não tenho a menor ideia de como se joga.
Faz pouca falta para assistir os oito episódios, cada um com mais de 40 minutos fácil. Dirigido por Jonathan Nolan, a produção estadunidense é pra quem gosta desse universo game e tal. Mas, aos menos familiarizados, como este que escreve, também pode agradar.
Daquelas coisas “leves”, entretenimento sem a intenção, creio, de fazer você pensar por horas e tirar seu sono. Fiz um mix de sinopses e ficou assim:
É uma drama pós-apocalíptico criado por Graham Wagner e Geneva Robertson-Dworet. Ela é baseada na franquia de videogame RPG criada por Tim Cain. Demonstra os abastados e os desprivilegiados em um mundo em que praticamente não sobrou mais nada.
Na boa, a série gira sobretudo em três personagens. Tem a Lucy, interpretada pela inglesa Ella Purnell, habitante de um dos refúgios. Esses lugares, teoricamente, foram construídos para a elite que tinha grana para deixar a superfície e morar debaixo da terra, longe de possíveis campos de radiação. No refúgio em que vive Lucy, a impressão é estar em um Show de Truman. Ah, se não assistiu, vale muito a pena.

Aí tem o Maximus, personagem de Aaron Moten, nascido no Texas. Ele faz parte de uma irmandade que busca mandar o máximo possível do que sobrou dos Estados Unidos em sua superfície. 
Os caras tem umas armaduras estilo, sei lá, Robocop/Transformers. Ow, as alusões têm zero intenção de desvalorizar a produção, beleza?! São só lembranças aleatórias que veio à cabeça enquanto assistia aos episódios.
A tríade protagonista se completa com Cooper Howard, vivido pelo veterano Walton Goggins. Na série, ele é um ator com certa fama na Hollywood da década de 40 e 50, quando era estrela de filmes de caubóis.
Sabe se lá o que sucedeu, vira um necrótico (é, tem de assistir para saber o significado) após as bagaças nucleares que detonam com os EUA.
O roteiro é bem amarradinho e faz com que os três se encontrem na superfície. Com Maximus e Cooper já por lá, Lucy deixa o Refúgio para resgatar seu pai, sequestrado por um bando liderado por Lee Moldaver (britânica Sarita Choudhury).
Aliás, menção honrosa ao patriarca em questão, interpretado por Kyle MacLachlan. Pô, fazia tempo que não assistia nada dele. O cara esteve em Twin Peaks, Duna, Veludo Azul, entre outros filmes das antigas.
Na outra ponta, Moises Arias chega perto de roubar o protagonismo na pele de Norm, irmão de Lucy. Me lembrou um pouco personagem do The Umbrella Academy, ou o Loki Tom Hiddleston.
Demais personagens do elenco dão conta do recado e evidenciam a olhos vistos a diferença do pessoal de baixo (brega, mas com o orgulho de reerguer o país), com o de cima (em que vale tudo para se manter vivo e buscar ao menos uma sensação de poder).
Com momentos de humor ácido, no caminhar da série ambientada entre a metade do século XX, e duzentos anos depois, referências à perseguição contra os comunistas pós Segunda Guerra. 
Do perigo nuclear e o “tô nem aí” da galera que tem muita, muita grana. E, seus métodos nada generosos com a maioria do povão para fazer a roda da ganância girar. 
A ralé que, literalmente, se exploda. Viva as grandes corporações!
Pitada de humanidade reside obviamente e principalmente no trio protagonista, e um ou outro. A depender da sua empatia quando for assistir.
Na parte visual. Nolan praticamente fez de detalhes, homenagens ao modus yankee da época. Com o elenco e equipe, deve ter se divertido em produzir cenários e o modo de fazer propagandas e programas de tevê da época.
A trilha sonora ajuda a dar um clima retrô. O jazz dá a tônica, com Nat King Cole e companhia, e ainda há espaço para Johnny Cash, Jonh Denver. Quem gosta desse som, para muitos a época de ouro da música estadunidense, é delícia aos ouvidos.
Se não é muito fã, vai ter momentos que pode achar meio repetitivo ou nada a ver com a situação. Faz parte.

É isso, fiquei longe de ser convincente. Mesmo assim, mantenho a ideia de Fallout ser uma dica de boa para quem estiver a fim de assistir algo movimentado sem ter de torrar neurônios.


- Um pouco mais sobre a série
Antes de Fallout, Jonathan Nolan passou dois anos sem escrever: 'Nunca experimentei nada parecido

- Playlist da série no Spotify

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