Só vi agora, Meu Pai mostra como a idade pode pesar

 

Tudo bem?


Sem enrolar muito, vamos de momento Só vi agora. 

Quer dizer, assisti faz um mês por aí. Não recordo direito quando. Olha que sou bem novo perto do Anthony, personagem de mesmo nome do grande Anthony Hopkins. Que, certamente, você sabe, faturou o Oscar de melhor ator com esse filme, dirigido pelo francês Florian Zeller, cujo lançamento no Brasil foi em 2021.


Caso não viu, o longa de pouco mais de hora e meia tem na sinopse: “Um homem recusa toda a ajuda de sua filha à medida que envelhece. Ele começa a duvidar dos entes queridos, de sua própria mente e de sua realidade ao tentar compreender as mudanças que estão acontecendo em sua vida”.


Interessante perceber que O Pai (The Father no original) permite ao espectador tomar lado, ou optar por diferentes interpretações. Por exemplo, uma amiga imaginou o quão difícil é lidar com a idade a avançar e, contra a vontade, tolher sua independência.


Aliás - instante sem noção deste que escreve – nessas horas penso como envelheceu mal uma piadinha etílica: “você prefere ter Alzheimer ou Parkinson? Alzheimer, porque pelo menos não derramo a cerveja enquanto seguro o copo”. Sem comentários...


Que bom, dilemas geriátricos hoje em dia são debatidos com maior frequência. Creio que o fato de vivermos mais também ajuda. Que seja.

Problemas, saúde, lado emocional, dessas pessoas com experiência de sobra e que podem ainda oferecer muitas coisas, tem de ser encaradas seriamente. Não só discutir vaga de idoso em estacionamento, se a figurinha que simboliza as e os mais velhos é ultrapassada, e por aí vai.


Volto ao filme. Cara, na real, enquanto assistia, e também depois, pendi o pensamento para o sofrimento de Anne, sua filha que se desdobra para cuidar do pai. Não entenda mal, sensibilizei com a barra que, por vezes, é engolir sapo, ter paciência para aturá-lo, tocar sua vida pessoal, o trabalho e possíveis relacionamentos amorosos.


Anthony (o personagem) se mostra por vezes temperamental. Os lapsos de memória deixam a situação tensa várias vezes, além da freudiana situação que vive Anne, ao ter de escutar em ene ocasiões que não era a filha predileta.


Essas são apenas duas interpretações acerca do enredo de O Pai. Dá para desenrolar tantas outras, creio eu.


Sinal de que a direção de Florian Zeller mandou muito bem. Os ambientes porque passam o filme, geralmente com ar antigo, a um passo de juntar poeira, sei lá, contribuem para a imaginar uma atmosfera entre pai e filha ser carregada.

Acrescente aí, os pretendentes de Anne, Bill (Mark Gattis) e Paul (Rufus Sewell), que, na visão do patriarca, eram uns malas, e edição e montagem bem azeitadas. Dá até para ficar na dúvida do que realmente aconteceu em certas cenas.


Opa, justo dizer, os poucos momentos de descontração são convincentes. Tanto nos momentos ruins, como nas parcas situações de felicidade.


Imagens: Divulgação
Anthony Hopkins dá show. Aos 80 e poucos anos, arrisca-se até a improvisar um sapateado.

Sobre o baita ator inglês, muitos evocam como marcante a sua atuação em O Silêncio dos Inocentes, filmaço de 1991 dirigido por Jonathan Demme.

Mas, sabe um filme que curti bastante? Vestígios do Dia. Sério.

Um drama de 1993, dirigido por James Ivory. Foi indicado em oito categorias, entre eles, Filme, Ator, e atriz (baita persona Emma Thompson). Não venceu nenhum. De repente, é muito paradão para o gosto da Academia. Fazer o quê, né. Acontece.


Por último, e sinceramente, o principal motivo do devaneio deste post, sem desmerecer de maneira alguma Sir Hopkins, é falar de Olivia Colman. Assisti pouca coisa dela, mas do que desfrutei, essa atriz britânica sempre detona.

Em O Pai, talvez seja a “culpada” da minha maior empatia por Anne do que para o pai que claramente necessita de cuidados e tal.


Olivia tem uma força em suas atuações que sobe meu grau de admiração a cada personagem. Começou com A Filha Perdida (2021, direção da também muito muito Maggie Gyllenhaal), e depois, vi nessa ordem, A Favorita (2018, direção de Yorgos Lanthimos). Filme que lhe rendeu a estatueta de Melhor Atriz. Palmas, por favor.


"Estou muito ciente de que se eu fosse Oliver Colman, ganharia muito mais do que ganho", disse a atriz em entrevista para a CNN, segundo matéria publicada pela BBC (depois, se quiser ler a reportagem, clique aqui).


Mais um motivo para juntar-se ao time Olivia Colman. Né?!

Mulheres como ela, a Sandra Hüller (de Anatomia de Uma Queda, e Zona de Interesse), são massa. Merecem mais espaço, por que merecem muito, sem necessidade de concessão, cota ou coisa parecida.


É isso.

O Pai aborda assuntos e condições que ou já estão aí, ou cedo ou tarde vão pintar na sua vida. Sob a ótica de quem você mais se identificar. Do Pai, da Filha, do agregado, ou da agregada.

Chega, desço por aqui.



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Abraço, se cuide.

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