De Campo Grande, Van Filosofia tem bagagem para rodar o mundão
Estação Cultural Teatro do Mundo em dia de Van Filosofia - Imagens: Blog do Kishô |
Beleza?
Rolê aleatório de grátis da vez levou a conhecer o espaço cultural Teatro do Mundo, no centro de Campão. Gostei. Salvo gigante engano, uma vez fui nesse endereço há um tempão, era casamento de um amigo, jornalista inclusive. Acho que o lugar servia como salão de festas. A festa foi bem legal.
Sabadão, rolou o lançamento da Van Filosofia. Fruto de projeto que conta com as irmãs Rosiney e Lu Bigatão, aprovado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema).
São cinco episódios de 26 minutos cada e abordam temas que precisam ser discutidos pra valer. Rodado durante a pandemia, a apresentadora Thais Umar e o filósofo Josemar Maciel, o Jô, davam carona para personagens que, na visão das organizadoras, tinham a ver com o tema do episódio, e a conversa rolava dentro de uma van.
Momento de conversa após exibição de um dos episódios |
Os assuntos escolhidos foram: Amor, Que Pressa é Essa, Ser ou Ter, Preconceito, e Ética. Bem que avisaram que ia ser uma imersão. Maratonar a série inteira em uma tarde/noite, intercalada pelas impressões de quem participou do processo e algumas intervenções da plateia, foi tarefa prazerosa, porém, árdua. Ao fim da projeção, merecidos aplausos aos que quedaram por lá por pelo menos sei lá, umas quatro, cinco horas.
O fato das paradas da Van ser Campo Grande no mapa já vale a espiada. Imagino o quanto de horas de gravação ficaram de fora, pois menos de 30 minutos para tratar de assuntos tão complexos é realizar uma edição supra sumo daquela. Certeza, a hora de decidir o que cortar por falta de espaço foi de partir o coração. Com (a) razão. Aliás, quais nomes da filosofia trataria sobre disso?
Momento pausa para pipoca para ajudar na maratona filosófica |
Esse é o gancho de Thais Umar para por o Jô nas conversas e introduzir a filosofia nos diálogos com os e as personagens. A equipe acertou na seleção das locações, das paradas. Convidados e convidadas mudavam a cada episódio e a preocupação, a meu ver, foi ampliar o leque o máximo possível a fim de quem assistir se identificar.
Ou simpatizar. Caso de quem conheceu a Enedina, trabalhadora da reciclagem. Ou, coisa incomum é acompanhar por meio de uma câmera, a discussão acerca da violência policial entre duas pessoas da periferia: um rapper com a representante da favela, no capítulo sobre Preconceito.
Papo reto sem gente de outra classe ou metida a “especialista” para meter o bedelho. Um dos pontos altos da Van Filosofia, que ainda contou com pessoa do meio LGBTQIA+, um bombeiro civil, entre as caronas.
A visita, e entrevista, no presídio feminino, e à aldeia urbana Marçal de Souza, mostram o quão carece de visibilidade e compreensão as pessoas. Assim como a filosofia.
Enedina fala sobre a experiencia no vídeo e de vida |
Até tinha umas indagações para fazer na hora. Porém, confesso, o cansaço e a necessidade de voltar para casa e fazer a janta foram subterfúgios mais fortes que fizeram eu levar as dúvidas para casa. Também, não eram nada demais.
Estava quase a criticar certa superficialidade quanto ao emprego da filosofia propriamente dita no trabalho quando as idealizadoras do projeto audiovisual explicaram o motivo. O tom de fácil entendimento é o mais apropriado para a exibição nas emissora de canal aberto.
Contaram que o projeto foi muito bem recebido na TV Brasil. Revelam que, em princípio, acreditavam que a série passaria mais de noitão dada a temática dos assuntos. Qual foi a surpresa quando a emissora decide que a exibição será no período da manhã, para toda a família.
A ideia é mostrar em cada episódio que a filosofia tem muito a ver com o dia a dia, “levantar a bola”. e motivar o pessoal a aprofundar seus conhecimentos nessa área.
Durante os caminhos percorridos pela Van, toda estilizada e com ar aconchegante,
Jô cita uma pá de gente. Vai de Foucalt, Platão, Freud, até Josué de Castro, e Ailton Krenak, e muito mais.
Legal saber que por essas bandas tem pessoas assim, que traduz o “filosofês” em poucas palavras e fica fácil de entender.
As irmãs Bigatão no esfoço de fazer e de acontecer o projeto |
Legal quando você sente que o trabalho foi feito com carinho. No lançamento, era latente a satisfação das Bigatão, e companhia, com a experiência e os perrengues de encarar um produção audiovisual.
Creio que os cinco episódios vão ser fáceis de conseguir assistir. Ainda bem.
Pelo que entendi, essa semana começariam a ser transmitidos na TV Educativa daqui de MS. Depois, a Van deve percorrer o mundão. Fico na torcida.
Quanto mais Filosofia ao alcance da população, melhor. Parece óbvio, mas…
Fico por aqui.
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Jô, Thais e a Van Imagem: Reprodução |
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