Vida que segue

Literalmente, escrevo a coluna de hoje no jornal O Estado com uma dor de barriga. Virose, nervosismo, tudo junto? Vai saber. Sei somente que estas mal traçadas linhas serão digitadas por mim pela última vez neste periódico.

Sinceramente, foge da memória quando iniciei por aqui. Lembro-me apenas que, o primeiro texto virou coluna meio que por acaso. Põe na conta aí pelo menos seis anos. A ideia do pessoal na época era de que eu fizesse texto sobre a última rodada do Brasileirão. Até hoje, não sei se ficou bom ou ruim, ou não entendi a ideia dos superiores. Perto do fechamento daquele dia, fui avisado de que o que escrevi viraria o começo da minha estreia em uma coluna.

Futebol, esporte local, vôlei, basquete, olimpíadas, paraolimpíadas, São Silvestre, política esportiva, educação física, pitadas de política. Escrevia o que desse na telha, o que puxava da memória de família ou de profissão, e muitas vezes torcia para alguma inspiração divina preenchesse a lacuna.

Se, tempo de coluna não sei ao certo. De jornal, sei com orgulho. O mês que finda completam exatos 14 anos por aqui. De repórter, tenho satisfação de ter participado da equipe que foi a campo para parir o primeiro Caderno Dez. Pio Lopes, era o diretor, a quem no amigo oculto me deu a camisa do meu time de coração. E, que tenho o manto sagrado até hoje. 

Editor Luiz Felipe Carneiro, o “Turco”, amigo desde a época da Folha do Povo, foi quem me acolheu. Em 2003, aprendi muito, parecia estagiário ao acompanhar Silvio Andrade e Nelson Urt in loco. Tudo isso para fazer a história de Vasco x Cruzeiro, pelo Brasileirão daquele ano. Sem contar fotógrafos, motorista, que vou deixar de falar o nome porque não quero cometer injustiças. Estádio Morenão lotado. De verdade. Pelo menos 23 mil torcedores pagantes. Não os seis mil de hoje. 

De 2003 até o tempo presente, muita coisa mudou. Gente boa e competente passou amuado pelo segundo piso do prédio. E, claro, ainda há. 

Jornal é uma coisa em constante transformação. Jornalismo talvez também o seja. Reformulação vai, reformulação vem. Mídia impressa no olho do furacão há décadas. Sul-mato-grossense, a realidade longe de ser diferente. E, nesta ferrovia comunicação, o trem da minha história nesta redação, lugar no qual sempre me senti em casa, parou na estação. 

Impossível não me emocionar. Difícil de segurar o sentimento. Fácil de lembrar de vários “gols que furaram a rede” adversária. Tive a sorte de ter sempre pessoas pau para toda obra no Esporte. Certeza que aprendi muito mais do que ensinei aos que, minha patroa carinhosamente apelida de “meus filhos”. E, alguns deles, malucos, nem ligam. Levam na esportiva. 

Como diria outra figura que passou por aqui, vou em busca e estou à disposição de “novos rumos no mercado de trabalho”. Longe de ser Luxemburgo, mas tenho projetos, só por esportes, para variar, e, o grupo “vai estar unido em busca do resultado positivo”.

É isso aí, odeio despedidas. 
Obrigado por me aguentarem.
Abraço
OBS: A quem possa interessar, continuarei a escrever no meu blog.

*Texto meu publicado na edição impressa de hoje (24) do Jornal O Estado MS

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