Quando perde, o time é ruim. Quando ganha, mérito da torcida. Coitado do jogador.

Neste caso é o Flamengo, mas o discurso se encaixa em qualquer clube "grande" da Série A. A equipe tá em uma crise brava, perde duas, três seguidas e dá-lhe críticas ao elenco, ao técnico, à diretoria.
Começa a ganhar, vence dentro de casa diante de um bom público e, o que acontece? Os jogadores são os mesmos, o técnico (geralmente) continua igual, a diretoria nem se fala. Mas, os elogios vão para os torcedores. Que "empurraram o time" para dentro do campo adversário e meio que arrancaram à fórceps os três pontos.
Torcida no jogo com o Atlético-MG, quarta-feira, no Maracanã
Gilvan de Souza/Flamengo
É muito legal ver a torcida, aos gritos, com coreografias, as imagens e o barulho. Ajuda, e muito. Sem ela
Porém, fiquei pensando ontem à noite e hoje ainda continuou a me perseguir o pensamento:: "coitado do jogador. Quando perde ele é ruim. Quando a coisa melhora, os elogios não chegam na mesma proporção".
Claro, nenhum jogador vai dizer que discorda, que torcida não ganha jogo (nem perde) porque não entra em campo. Só que, sei lá, deve haver um pouco de frustração devidamente sublimada no fundo da alma.
Grosseiramente comparando, seria como você se esforçar muito para fazer um bom trabalho e elogiarem todos da empresa. E, quando você cometer um erro, a culpa é sua. Avisei que seria rasteira a comparação.
Vida dura esta de jogador nos clubes de torcida apaixonada cuja paixão até sem querer respinga na cobertura jornalística. Que além dos seus adversários de profissão, ainda tem de concorrer com as forças extra-campos, ou seria realmente o "décimo segundo jogador"?

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