Futebol de MS completa 25 anos de solidão

Em 1989, o futebol de Mato Grosso do Sul, que já não andava bem das pernas, mas, mesmo assim, ainda havia algumas centelhas, até porquê dois anos antes o Operário havia conquistado o Módulo Branco da Copa União, começou a viver a sua era de solidão. Aos poucos, o esporte mais popular foi caindo em um ostracismo, maqueado em uma fantástica ilusão de que o campeonato e os clubes seguiam forte.
No começo dos anos 2000, ou pouco mais de dez anos, um vento de esperança soprou e trouxe á tona problemas existentes no Brasil dentro e fora de campo. A ventania chegou a provocar estragos, mas, infelizmente, a Comissão, os Parlamentares, e o Inquérito não foram suficientes para conseguir tirar as coisas do lugar. Nem aqui, nem na Casa que deveria ser Brasileira de Futebol.
E, a década perdida de 1990, repetia-se nos anos 2000. Pálidas iniciativas de rebelar, lamentavelmente, mal duravam um Buen Día. Com a esperteza de coronel que trata este vasto Estado assim como os que mandavam em Macondo, convencia facilmente os inimigos, á custa de troca de favores que vai desde um empréstimo até “reles” viagens, que deslumbram os caboclos.
Em 2012, uma segunda e, até agora, última tentativa da solidão do futebol em nossos campos ter fim. Uma minoria incomodada recorreu ou clamou pela justiça (longe de ser divina) com o objetivo de que, pelo menos, se não uma saída para o mar, uma alternativa para encerrar o marasmo fosse encontrada.
O (s) que se acha(m) dono(s) até acusou o golpe. Porém, sobrepujando geração após geração, se manteve forte, com parcerias ainda maiores. E, eis que chegamos a 2014, contentando-se com esse realismo mágico de que cinco mil torcedores é alardeado em êxtase, como um sucesso, capaz de aos olhos e mentes de quem faz muita força para acreditar realmente que o Morenão gigante de concreto onde cabem 30 mil pessoas fácil está cheio. Um estádio pulsando.
E, assim já são 25 anos de solidão de acompanha o futebol, por vezes surreal que povoa o mar de Xaraés.
Singela, humilde, modestíssima, diria pífia, homenagem a Gabriel García Marquez. Se você não conhece a obra genial do colombiano, nunca é tarde. Atualmente, ou geralmente, é uma opção melhor do que qualquer partida de futebol. Seja em Mato Grosso do Sul, ou no Brasil. Quiçá, no mundo.

Boa semana a todos.

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