Copa, Brasil, e protestos ainda que (muito) tardios

Manifestante x PM - em São Paulo
Reprodução
Twitter - @godoyomar


Dentro de campo, achei que seria mais difícil. Talvez um pouco contaminado pelas minhas raízes nipônicas, cravei 1 a 1 no bolão e fui mal. Gol logo no começo do jogo ajuda. Mas, sem querer tirar o mérito de Felipão, a seleção praticamente não correu riscos e ainda contou com boas atuações de Thiago Silva, Oscar e até Neymar. Três a zero e no meio de semana um confronto teoricamente mais difícil com o México.
Confrontos que aconteceram nos arredores da Arena Nacional, o estádio Mané Garrincha para quem se lixa para estas frescuras. “Copa para quem?” foi o título arrumado para os protestos. Obviamente o que chega a nós são as imagens e depoimentos via tevê e redes sociais. Balas de borracha, gás lacrimogêneo, etc, etc. Claro, o protesto é válido. Porém, o que acho uma pena é, se é sabido que o pais sediaria as Copas desde 2007, porque só agora? “Ah, o pessoal acordou”. Caracas, até para isso o brasileiro deixou para a última hora.
Do outro lado, é ainda pior, os governos ainda não sabem como lidar com manifestações. Vai ver que é da cultura nossa mesmo, que acha que tem de dar porrada mesmo, que não aceita discutir, do oito ou oitenta, de aplaudir a mocinha que esmurra a vilã, justiça boa é com as mãos mesmo. De sempre concordar com os donos. Até sentir que pisaram nos nossos calos. Aí, protesto. Ou não? Em tempo, protestar é uma coisa, quebrar janela, bens públicos, não.
Como disse Juca Kfouri, ontem à noite na ESPN, mais ou menos assim: “Quando protestantes fecham ruas como foi em São Paulo, estão indo contra o direito de ir e vir. E quando produtores rurais fecham rodovias, não é?”.
Em tempo, louva-se o bom papel dos policiais quanto à manifestação dos fazendeiros (que também diga-se de passagem tem os mesmos direitos de qualquer cidadão): nenhum destes protestantes precisou ser preso e/ou levou tiro de borracha.

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