Das ruas de SP, A Melhor Mãe do Mundo é a dica da vez

Dias atrás, de supetão, a opção do longa dirigido por Anna Muylaert caiu no colo quando abri o Netflix.
Se Ainda Estou Aqui era Rio de Janeiro, O Agente Secreto mostra uma Recife das antigas, o longa da paulistana Muylaert é uma passagem por São Paulo. Pra quem torce pro Corinthians, então…
No drama de hora e quarenta e cinco minutos, a diretora de, entre outras obras, Que Horas Ela Volta? (2015), e Durval Discos (2002), retrata dias tensos de Gal, protagonista vivida por Shirley Cruz, pelas tuas e vielas da cidade.
“Determinada a escapar do casamento abusivo, uma mãe leva os dois filhos em seu carrinho de reciclagem e embarca em uma jornada em busca de liberdade em São Paulo.” É a sinopse.
O longa tem uma história linear, consistente. Tal qual fosse um passo a passo na vida da mulher que passa por um calvário em forma de auto descobrimento e liberdade.
De maneira quase didática – e triste por ene vezes – o drama de Gal é quase como um diário de como a mulher – e mãe – e pobre sofre nessa bagaça.
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Brigadão
Anna Muylaert trata com sensibilidade uma ficção que bem pode ser realidade. O elenco ajuda bastante. Shirley Cruz incorpora a mulher-mãe que ao mesmo tempo protege suas crias com unhas e dentes, e tem o coração mole de, mesmo em condição periclitante, “emprestar” um dinheiro a um amigo que, no fundo, sabe que não terá retorno.
Chama a atenção a reprodução dos tiques característicos de quem é vítima de violência. A segurança da sua atuação – ora parece uma fera ao acelerar o seu pesado carrinho de reciclagem com as crianças a bordo, e ora é tipo o pai em A Vida é Bela, em que o personagem Roberto Benigni busca fantasiar a realidade. No caso brasileiro, Gal tenta a todo custo manter a aura de aventura por São Paulo durante sua fuga.
Seu Jorge na pele do companheiro Leandro tem interpretação ok. Do núcleo mais adulto, Rubens Santos manda bem como Anivaldo, marido de Valdete (Luedji Luna). Das crianças de Gal, Rihanna Barbosa vai bem. Agora, confesso, Benin Ayo, que faz o menorzinho, é difícil de não criar uma empatia. O garoto, em modesta opinião, é grata surpresa.
O longa estende a questão do abuso para fatores que constroem essa dependência tóxica. O lado financeiro, principalmente, e o emocional, em que o amor se confunde com a submissão e dependência, pesam bastante como evidencia a produção.
Anna dá o seu recado sobre qual lado está. Desde os primeiros instantes do filme, de como a polícia “ouve” a denúncia de Gal, o trabalho cansativo e “invisível” de catadores de lixo, até a visibilidade positiva aos movimentos de ocupação para moradia urbana.
A Melhor Mãe do Mundo conta com trilha sonora a cargo de André Abujamra e é bem bacana. A fotografia com direção de Lílis Soares ficou bem bacana tanto nos retratos tendo a cidade de fundo quanto a frente e o verso eram as relações humanas de Gal.
Do meio pra frente, o roteiro dá uma inclinada como se dissesse, “olha só, apesar de tudo é uma ficção”. E, tá tudo bem.
A melhor mãe do mundo provavelmente é a sua. Mas, no caso do filme de Anna Muylaert creio entregar o que promete. Um drama de ficção com muito de verdade.
Deu, fica a dica.
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