Episódios Buenos com Aires de ficção. Assim é O Eternauta

Antes de assistir O Eternauta tinha outra ideia do que viria. É ficção científica, basicamente, com drama, aventura e tal. Dirigido por Bruno Stagnaro, imaginava a produção argentina via Netflix,  com tons mais politizados e tal. 

Baseada em história em quadrinhos – quero muito ter acesso - escrita por Héctor Germán Oesterheld, cuja história de vida é findada pela ditadura argentina, a minissérie vale a pena dar uma espiada. 

Momento sou suspeito: gosto muito das interpretações de Ricardo Darín. Em humilde opinião, é dos melhores atores da América Latina, quiçá do mundo. Aos 68 anos, o versátil argentino protagoniza El Eternauta na pele de Juan Salvo. 
Agora, momento meio que sinopse: a bagaça começa com umas minas passando a noite, comemorando algo, em veleiro perto da margem, quando o tempo começa a virar. Ao mesmo tempo em que Juan se dirige para a casa de um amigo, onde se juntam a mais dois para jogar truco espanhol (comentário aleatório, acho mais divertido que o jogado por aqui). 

De repente, acaba a luz, baterias de celulares descarregam, nada muito elétrico funciona. Blecaute. 
Lá fora, neve cai, flocos decretam a morte instantânea ao atingir pessoas. O que faz a galera ficar tipo no tempo da pandemia. Em casa, mas sem energia elétrica, e num frio danado. 

O confinamento em questão tem como local a casa de Tano, apelido de Alfredo Favalli. O “Mário Bros”, vivido por César Trancoso, 62. Ow, manda muito bem, de repente é uma pesquisar mais filmes com ele. Tano tenta organizar as coisas, o que sempre rola uns atritos, ao estilo minha casa, minhas regras. Mexer com gente é complicado, custa nada lembrar. 
Neste ponto, O Eternauta vai bem. Às vezes um humor meio ácido, sem muito dramalhão, a minissérie aborda relações. Dilemas sobre limite egoísta e o pensar coletivo. 

No meio disso, Juan Salvo vai em busca da filha Clara (Mora Fisz, 22), ao lado da ex-esposa Elena, interpretada por Carla Peterson, 51, atuação bacana também. Sua personagem segura a onda dos caras. Dá um equilíbrio e bom senso, ao lado de Elena, interpretada por Andrea Pietra, 57, parceira de Tano. 

Nem tinha reparado, que legal esse pessoal em cena. Muita experiência pra passar, muita lenha pra queimar. Justiça seja feita, no geral o elenco diversificado manda bem. Vou parar de citar pois é muita gente, mas a gama de tipos é variada, cada um com sua história.  Dá para compreender.

Opa, como avisado, El Eternauta é ficção científica. Já do segundo ou terceiro episódio – são seis no total - isso caminha lado a lado com o não-ficção dos sentimentos (por vezes nem tão nobres) inerentes à humanidade. 
A quem agrada o idioma, as músicas são praticamente do país vizinho. De quebra, conheci o som da Manal. Parece que a banda é uma das percursoras do rock argentino. Som bem bom, com um pé no blues, feito na década de 70.  
Um dia, quem sabe, conhecerei Buenos Aires. Vontade tenho de sobra, me falta (e muito) é la plata. 

Assisti o primeiro episódio e fiquei meio desconfiado. Daí emendei o segundo, achei melhor. Do terceiro em diante emendei a clássica desculpa “agora quero saber como termina”. Resultado, comecei sexta-feira e domingo no fim de tarde minha missão foi concluída. Bem mais cômoda do que os moradores na Argentina de O Eternauta. 

Assista ou tenta ver se gosta ao menos um pouco de ficção. Se é fã de Darin, ele está em modo Darín. Quem o já conhece de outros trabalhos sabe como ele atua. 
Politica, críticas demasiadas sociais, de repente eu fui desatento, estão bem subjetivas ou subentendidas. Ou eu que me preparei para algo mais pesado. Creio que errei. No fim das contas, ainda bem. 

E aí, gostou? Digas. Fica a dica. 

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