Só vi agora, O Substituto mostra que ás vezes o que parece ruim, tá ruim mesmo
Esbarrei nesse filme por causa do Instagram. O algoritmo trouxe trecho dele em que o professor indagava com a classe sobre 1984, o best-seller de George Orwell (sério, ainda não li). Daí achei O Substituto no YouTube. Dublado. Uma pena.
O longa estrelado por Adrien Brody e que conta nomes como Christina Hendricks, James Caan, Lucy Liu, e Marcia Gay Harden, pode enganar os desavisados.
A produção estadunidense tem Tony Kaye na direção. O britânico fez um filme que acho fundamental para os dia de hoje, e é de 1998: A Outra História Americana. Boa produção que tem Edward Norton no papel principal. Vale a pena.
Momento sinopse via Wikipédia:
O filme lançado em 2011 é uma crônica de três semanas nas vidas de vários professores do ensino médio, administradores e estudantes através dos olhos de um professor substituto chamado Henry Barthes (Adrien Brody). Henry usa o método de ensino dos conhecimentos vitais para seus alunos temporários, no entanto, é interrompido pela chegada de três mulheres em sua vida.
Ah, cara… essa sinopse deixa pouca coisa para escrever. Mas, bora lá.
Quem espera um longa tipo professora/professor que vai transformar estudantes problemas em exemplos de cidadania, ficará esperando.
O Substituto (Detachment, no original) tem pouca margem para descontração. Os personagens, em sua maioria professoras e professores, diretora e, afins, do mesmo colégio, não levam uma vida muito aprazível. Seja dentro ou fora das paredes do estabelecimento público de ensino. Quem frequenta as classes parece carecer de atenção. Entende?
Além da vida dura de professor substituto, Henry Barthes convive com tretas familiares difíceis de esquecer. Daí aparece literalmente em seu caminho, a Érica. Garota que vive nas ruas vivida por Sami Gayle, e desenvolve uma relação – na medida do possível bonita, creio - com o teacher que será uma das principais narrativas do longa de mais ou menos uma hora e quarenta minutos.
Tony Kaye vai bem em retratar como vive a classe docente do colégio que vai mal das pernas, braços, mente, coração… A vida além dos muros do local de ensino para essa gente está longe de uma nota digna.
De quebra, tem de suportar a pressão externa mais interessada no valor do terreno onde fica o colégio.
Imagens - Reprodução |
De Brody não tem muito o que falar. Alguns disseram ser esta sua melhor atuação depois de O Pìanista (de 2002. que rendeu Oscar de Melhor Ator). Pode ser.
Sami Gayle corresponde à altura. Pensa, se hoje ela tem 28 anos, na época então… Em papel complicado, mandou muito bem. Mesmo.
Admiro as atuações de Marcia Gay Harden. Ela não decepciona no papel da diretora. Aliás, as e os docentes mandam muito bem.
Menção também para Louis Zorich, que interpreta o avô do substituto.
Fecha o rol de interpretações de destaque, Betty Kaye. Sim, o sobrenome é o mesmo do diretor, seu pai. Justiça seja feita, algumas das passagens marcantes são dela. Na pele de Meredith, aluna alvo de bullying na escola, e, em sua casa, o clima é igual ou pior.
A trilha sonora, a cargo da The Newton Brothers, dá o estofo necessário para o ambiente geralmente carregado da produção. De quebra, conheci uma música que bateu de primeira no sentimento: Empty, de Ray LaMontagne. Ouvi umas vezes seguidamente.
Fica a dica. Caso seja um envolvido pela arte de educar, ou, apenas mais interessada ou interessado em relações humanas, O Substituto é uma ideia. Um bom drama.
É isso.
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