Parecem esquecer como ser pai também é uma barra. Obrigado, Aftersun
Opa,
dias atrás assisti Aftersun, filme que saiu em 2023. Tá na Netflix.
Indicação da filhota. Gostei muito.
Na real, formulei algumas teorias da conspiração sobre as motivações dela. Não bastasse a sugerência, fez questão de rever o longa dirigido pela jovem britânica Charlotte Wells, de 37 anos, ao meu lado.
Pode interpretar como mimimi, machismo disfarçado, sei lá. Problema seu, não meu. Já possuo vários, quer alguns? Fato é que sinto falta de boas produções que retratem o pai de forma menos estereotipada. Creio ter abordado isso outras vezes. Foi mal, velho repete coisas.
Me incomoda a sensação hermética na rotineira abordagem da figura paterna, masculina. Geralmente ou é insensível, bruto, fortão, ou é medroso, bobão, estilo Hommer Simpson, ou, pior, papai bobinho via Peppa Pig.
Aftersun, não. Paul Mescal faz Calum, o pai da garota Sophie (Frankie Corio), e ambos vão passar as férias juntos em uma pousada, resort, ou algo do tipo.
O drama baseia sobretudo nas lembranças de Sophie e o relacionamento com o pai. Aí é que vejo o detalhe que diferencia o filme e faz ele cativar: a ausência da figura da mãe. Cuja presença em produções que abordam barras pesadas familiares parecem ter o lado feminino como carimbo ou, nos tempos de hoje, criar engajamento.
Olha, se você não entendeu o quis dizer. Lamento. Ando meio sem paciência, meu ponto de vista sobre assuntos de gênero e coisas cabeludas estão retratadas em vários posts no blog. Quiser levar para o lado negativo, á vontade.
Paul Mescal foi bem elogiado pelo papel. Merecidamente. Francesca Corio, atualmente 14 anos, metade da idade de Paul, brilha muito. Aliás, o núcleo Malhação/Cúmplices de Um Resgate no filme é digno de aplauso.
O sotaque from Reino Unido agrega um quê excêntrico que cai legal na mão de Charlotte Wells. A trilha sonora também. Com direito a Macarena, Under Pressure, e Losing My Religion (uma das partes mais tocantes do longa).
O filme se desenrola praticamente no local das férias e nas alas de embarque de aeroporto. É triste e bonito ao mesmo tempo a maneira que convivem pai e filha. Cumplicidade, alegria, depressão, puberdade, liberdade… Muito muito.
Que bom a filha falar do filme comigo. Melhor ainda fazer companhia. Essas coisas me fazem crer que posso ir em paz.
É isso.
Abraço, se cuide.
Comentários
Postar um comentário