Em modo fim de ano, Nyad é uma boa pedida

 

E aí, beleza?!


Incrivelmente, vai aí mais uma dica desse ano. Coisa rara por aqui. Nyad é boa pedida de Natal. Para meus padrões, creio que o seu também, até que é leve. Como se trata de uma produção baseada em fatos reais, posso dizer que o final feliz casa bem com o “clima” de fim de ano.


Cheguei na produção dirigida por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarh por indicação do podcast Resumido, do Bruno Natal. Já falei dele outras vezes, para quem curte como a tecnologia influencia em sua vida é uma hein.


Momento sinopse, geralmente trepidante, Netflix: “Aos 60 anos, a atleta Diana Nyad se prepara para realizar o sonho da sua vida: nadar de Cuba até a Flórida, uma travessia em águas abertas de mais de 160 km.”


Na real, literalmente, a personagem central da história, Diana Nyad, é bem controversa. Tanto dentro como fora das águas. Por alguns minutos, por aqui, vamos nos entreter sobre o filme baseado em um dos livros da figura nascida em Nova Iorque.


O trio central do longa de pouco mais de duas horas manda muito bem. Quem interpreta Nyad sessentona é Annette Bening, Só por aí o filme já merecia uma olhadela. Aí vem Jodie Foster, mais uma do rol de artistas que acho muito muito, na pele da amiga e técnica Bonnie.


Rhys Ifans, como Jonh Bartlett, que surpreende na pele de coadjuvante, responsável pela navegação do barco principal no suporte às tentativas de Nyad.


Benning, Ifans, e Foster 

Sim, o filme tem bastante pitadas daquelas coisas de superação, jeitão de mensagens de auto ajuda, coaching e tal.


Além da atuação do trio principal, ponto a favor do longa é tocar em temas sensíveis tipo abuso contra menores, machismo, e etarismo. Mostra como o meio esportivo tem problemas com treinadores desde muito tempo. Na natação brasileira talvez o caso mais notório seja o de Joanna Maranhão.


Nyad ganha pontos também por abordar a sua veste “sou foda e vocês estão aqui por que sou a melhor e farão o que eu decidir”. Daí, uma hora o relacionamento afunda. Rola treta com sua melhor amiga e o cara do barco gente boa.


Outros trechos evidenciam como os traumas da época de quando era garota a afetou e potencializou a desconfiança acerca do sexo masculino. 


De acordo com o drama lançado em outubro nos States, e por aqui no mês seguinte, seu pai também não foi das pessoas mais legais, embora uma ou outra memória Diana guardava com carinho. Até quando e o quanto são pontos que estou distante de decifrar. 

Talvez uma pesquisa maior ou leituras em seus livros esclareçam a questão.


Opa, claro, há as cenas que ela encara os aproximadamente 160 km mar adentro. As dificuldades têm a parte ação (tubarões, vespa do mar, e outros bichos), e a emocional poética (suas lembranças enquanto dá suas braçadas e as visões/delírios retratadas em cores e águas vivas).


A atuação da tríade principal de artistas é responsável mor para ver se te segura até o fim a jornada da ninfa Diana.

Ah, mas, Jodie Foster impressiona. Quem lembra dela em Taxi Driver (de 1976!), Acusados (de 1988), O Silêncio dos Inocentes (1991), só para ficar em alguns, é sensação boa a ver bem em todos os sentidos.


Nyad passa longe do desafio das obras que citei – também, né, apelei – mas a atriz de Los Angeles interpreta com brilho que trespassa o óculos estiloso da personagem, como quem diz: mande seus pré-conceitos preconceitos sobre velho velha acabada acabado pro quinto dos inferno!

Eita, foi mal, fanzei total agora.


Menção honrosa à trilha sonora. Clássicos da época da contracultura, psicodelia estadunidense – e outros nem tanto – como The Sound of Silence , do Simon e Garfunkel. Gozado, muita gente acha batidão, clichê, faz graça, mas atinge o coração quando bem usado em trilhas né.


Ainda tem Janis Joplin aos berros combinando com as agruras de Nyad na água. Essas duas músicas, até que vai, volte e meia dão um brilho a mais nas produções.


Só que, quando começou Heart of Gold, do Neil Young, alas, “mandaram bem mesmo”, pensei. A trilha tem outros estilos também, e acompanha legal o longa.


E é isso. Se não é um baita filme, Nyad vale por isso que citei ou exagerei aí em cima.

Vê aí e depois diz o que achou.



Momento Caixinha de Natal


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