Novo álbum de Meu Funeral tem músicas para balada e dias seguintes

 

E aí, beleza?!


A dica da vez é uma banda da qual já escrevi por aqui. Há dez meses, ainda no DK, antes de retornar para o bloguinho de cá.


Meu Funeral. Faz pouco tempo, acho que soltou em outubro o álbum RIO. Nesse trampo do quarteto carioca de Luquita (voz), Pepe (guitarra), Dan (baixo) e Pedro Tentilhão (bateria), dez músicas em pouco mais de meia hora.


Ainda tento definir o som dos caras no varejo. Meio que mistura pop, rock, punk, umas faixas mais aceleradas, outras menos. Em relação aos trampos anteriores, talvez esteja menos político. No mais, risadas garantidas e momentos nem tanto, idem. As letras seguem engraçadas até em situações periclitantes.


“A gente usa o humor pra falar de assuntos sérios e usamos assuntos sérios pra falar bobagem, mas nem sempre. A ideia é comunicar as ideias e histórias da melhor forma possível”, comentou Dan sobre as novas músicas do disco, ao site da Universal Music.


O legal de Meu Funeral é não se prender a estilos. Fica evidente nas participações: Xande de Pilares, Jimmy London, Priscila Tossan, Rodrigo Lima e Los Brasileros. Na real, da Priscila em diante nada escutei dos seus trabalhos. Depois vou dar uma espiada, beleza?!


Se na parte instrumental, a banda parece mais afinada, arranjos e umas reviravoltas no estilo, na parte das composições, tem mais ar de festa - até quando se trata de relacionamento, ou alfinetar pessoas que se acham, sobretudo homens – e de dia seguinte também.


As três primeiras músicas aparecem como cartão-postal do RIO.


- Chiclete começa com rock de fundo e um “Fudeu, vou ter que fazer o maior hit da minha vida”. Segundos depois, skazinho e um irônico “Preciso tocar o seu coração, para emplacar o meu refrão” e volta a bateria acelerada e tal.


Colocam Roberto Baggio, Skank, Simone, Black Flag no mesmo balaio. Se conhece a banda, já sabe que é só o começo.



- Essa É Pra Transar Chorando seria um samba rock? É a que conta com Xande de Pilares. Vai saber. “Agora estou chorando em um ombro que nem é de amigo”. 

A bagaça, um triângulo amoroso. “Derreteu o coração de um punk, entrou na minha mente, e agora ele deve estar com você”, e por aí vai.



- Inimigos do Fim é estilo bora viver essa noite como se não se tivesse o amanhã. Hora da canja do Jimmy London. Confesso, achava Matanza ok, mas ele mandou bem em Cidade Invisível.

No som, embalos madrugada adentro. Outra coisa por querer ou não do Meu Funeral, é a de que as primeiras frases das músicas são altamente persuasivas.


Olha só essa aí: “Chama os amigos que é pra tomar um goró, só pra depois da meia-noite cantar mais que um Curió”. Mesmo que você goste de Renato Russo, vai ser difícil não se identificar ou achar graça. Nessa, os caras mesclam rock com (bem) pouco de funk, e a coisa flui.





Como avisei, vou me abster de palpitar muito nas demais. Segue a lista:


- Caminho Escolhido vai na vibe se você planta jiló não vai nascer manga. Sei lá, entendeu né? “Se hoje sou o que sou é por culpa das escolha que eu fiz Entre erros e acertos, eu firmei um acordo comigo, de ver beleza no caminho escolhido”. Falando assim, parece aqueles lances duvidosos de auto-ajuda, Só impressão, ouve lá, o som dá bom.


- Linha Tênue anda pelo que cada vez parece ser uma marca de los cuatro del Rio. 


Com arranjo mais para o pop do que para o rock (já desisti de rotular os caras), “tentando viver na linha tênue entre a ejaculação precoce e a brochura...logo hoje eu errei mais uma vez tentando aprender um troço diferente. Mas eu soube que se não posso mais errar, eu não aprendo e sigo burro pra sempre. Eu vivo nesse between do que é bom e ruim, e todo mundo é assim”.


- A Gente Tá Sempre Atrasado traz de novo o rock acelerado, um punk, em que a letra nos faz lembrar o lado mais nervoso, e que inicialmente me fez escutar mais os caras (como Acabou, e Coisa de Satanás). 


Nessa aqui Luquita manda “Não sou cantor, mas sei enganar, vagabundagem dá bem mais trabalho do que você possa imaginar”.


- Cerveja Aguada é canção de amor. Com a cara deles. Das melhores letras deste trabalho. Difícil achar quem nunca… 

“Sertanejo sofre, mas hoje eu tou mais sofrido. Minha boca quer beijar a sua boca, mas minha boca beija um copo de vidro”.


Reprodução - Lia Aguiar  @oficinapira

- Tá Ruim Pra Mim é a faixa com a participação de Priscila Tossan. “Se eu não me esculachei, eu sei que vai ficar tudo bem”. Talvez seja o som mais down desse trampo. Ou “normal”. Melhor escutar e tirar suas próprias conclusões.


- Armas de Brinquedo conta com a presença de Rodrigo Lima. O punk rola e certa altura mandam um “criançada, atira logo nessa joça! Arma verde e amarela e pras meninas é rosa”. Mensagem mais do que direta, né.


Embora, não sei até onde arma de brinquedo é o que faz a pessoa se tornar um boçal violento. Assunto cujo espaço tem de ser maior para debater, né. Mas, Meu Funeral mantém posição. Respeito. Vamos que vamos.


- Idiota fecha a lista. O nome é meio auto explicativo, fala de indivíduo que faz tudo errado, mais de uma vez, e joga a culpa no outro, e caga de novo, e de novo... “Você é um idiota, que vive tomando volta. Faixa preta em lorota, tá devendo o agiota, pois você é um idiota”. 


A música tem uns pá-ra-pa-pa, umas paradinhas em que Luquita soletra. É a canção mais longa, com 3 minutitos e 43 segundos.



Isso é outra coisa bacana – ou não - oito das dez faixas não chega ao minuto três. Deve ser o lado punk, recado direto e, se achar que o som tá meio chato, muda rapidinho de música.


Meu Funeral é isso. Um ou outro momento, quando escuto, até lembro dos Mamonas. Uma irreverência que se não é nada inédita, por outro lado passa longe da ideia de querer “causar”. 


Sei lá, eles conseguem fazer umas tiradas na medida certa, até quando soam agressivos, e aparecem os palavrões longe de soarem exagerados.


É, eu gosto. Me identifico com parte das letras e das referências de vários estilos sem parecer se importar com o que malas musicais vão dizer.

Quem sabe um dia rola de ir em um show dos caras. Pelo menos para tomar um goró.


Vai aí um atalho para uma pá de streaming caso queira dar uma escutada -

https://umusicbrazil.lnk.to/Album_Rio



Dois links que têm a ver com a bagaça da vez


- Fica a dica, Meu Funeral está longe de ser um velório (Lá do Drugstore Kishô)

https://drugstorekisho.blogspot.com/2023/02/fica-dica-meu-funeral-esta-longe-de-ser.html?m=1



- O Novo Álbum da Banda Meu Funeral, RIO… (contém algumas falas dos caras)

https://www.universalmusic.com.br/2023/10/27/o-novo-album-da-banda-meu-funeral-rio-ja-esta-disponivel-em-todas-as-plataformas-digitais/



Momento Caixinha de Natal


Tiver a fim de dar um help para manter o bloguinho de pé, entre em contato.


Ou pinga PIX, a chave para isso é
lucianoshakihama@gmail.com




Se quiser trocar ideia


E-mail drugstorekisho@gmail.com


Instagram – https://www.instagram.com/lucianokisho77/


Twitter – https://twitter.com/KishoShakihama


Threads – lucianokisho77


Linkedin - https://www.linkedin.com/in/lucianokishoshakihama/



Para rever as coisas do Drugstore Kishô, só clicar aqui



Brigadão pela companhia


Abraço, se cuide

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Educação nos EUA sob ataque conservador é mais do que um aviso