‘Dinheiro não é tudo’, se renova no futebol BR

Maior torcida do Brasil, elenco com nomes caríssimos, Diego, Guerrero, Conca. Dinheiro não é problema. Mas também no futebol, não é garantia 100% de felicidade. Que bom! O futebol tem dessas coisas. Quarta-feira foi mais um exemplo de como o esporte é apaixonante. Pelo menos 40 milhões de rubro-negros assistiram à eliminação do Flamengo no último minuto de jogo diante do San Lorenzo. Equipe argentina mais conhecida por ser o time do papa Francisco. Aos especialistas, o grupo flamenguista na Libertadores era o da morte. Pois, ainda contou com o Atlético-PR e a Universidad Catolica, de Chile. E, foi fatal justamente para o clube com maior orçamento entre os quatro.

Cujo dirigente na véspera da partida, ousou dizer que será o Barcelona das Américas. E, que o Palmeiras será o Real Madrid. Humildade demais é ruim porque o risco de ser pisado é muito. Porém, a arrogância, a vaidade jamais passam despercebidas pelos deuses do esporte.  Sem caça às bruxas, como anunciou o presidente do Flamengo após a tristeza continental sofrida depois do revés em Buenos Aires. Terceira eliminação seguida na primeira fase da Liberta. Pode pedir música, já. 

Brincadeiras à parte, o esporte, nesse caso muito mais o futebol ensina uma lição: dinheiro ajuda, mas não é tudo. Como diz o provérbio popular, “o jogo é jogado e o lambari é pescado”. O caminho só existe quando você passa, canta Samuel Rosa. No caso do rubro-negro brasileiro, esqueceu de percorrer o calvário até as oitavas de final da competição de clubes mais emocionante do planeta. A Liga dos Campeões da Europa é a mais técnica, mas, em dramaticidade, jamais superará a identidade-latinidade expressa no nome do périplo: Libertadores.

No dia seguinte, a divindade prosseguiu nos gramados do senhor. Para muitos, o segundo time do coração dos cariocas derrubou mais um campeão da competição: No estádio que, com justiça mudou o nome de João Havelange para o ídolo Nílton Santos, o Botafogo superou o colombiano Nacional de Medellín e fez seus quatro milhões de botafoguenses espalhados pelo país comemorarem a façanha. Espelhada no desabafo dos bravos jogadores comandados por Jair (boa) Ventura. “Se precisasse jogar mais uma hora, jogaríamos”, declarou um dos laterais. “Agora eles (flamenguistas) é quem vão ver a Libertadores do sofá da sala”, disse outro, todo Pimpão.

Dez vezes menos do que o Flamengo em estrutura, verba, torcida, o simpático clube da Estrela Solitária é um exemplo que renova as esperanças que, assim como na vida, dinheiro não é tudo no futebol. É preciso planejamento, respeito e um algo a mais. Que o rubro-negro nacional aprenda com mais esta dolorida lição. Aperta um F5, reveja conceitos. Talvez falte pouco para que a elogiosa administração de Bandeira de Melo seja vitoriosa também dentro das quatro linhas. Porém, acreditar que esteja tudo certo e fechar os olhos para os erros, é a chave para voltar várias casas no tabuleiro da sintonia fina entre títulos e o sucesso de gerir uma nação.

Diretas, já. Abraço

* Texto meu publicado na edição de hoje (20) do jornal O Estado MS

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