Hoje, tem pouco de esporte, muito de jornalista. Foi mal

Estou a escrever justamente em um 7 de abril, que aqui no Brasil se diz ser o Dia do Jornalista. Sejamos sinceros, foi Dia de São João Batista de La Selle (prazer, Luciano). E, hoje, a minha fé nos dois para festejar a data é a mesma. Um pouco da história sobre o dia em que lembram do cara “é tudo culpa da imprensa”.

 7 de abril é em homenagem a João Batista Líbero Badaró. Assassinado por motivos políticos, ainda na época do império de dom Pedro I, em 1831. Bem, na real ele morreu em 30 de novembro de 1830, mas a data que pegou mesmo foi a de abril porque simbolizou, em 1931, os cem anos em que dom Pedro deixou o trono e, de quebra, marcou a fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Que legal.

Bem ou mal, sempre terá alguém para falar muita mentira, mas a verdade, mesmo em menor número, é sempre mais importante. Gente boa, gente mal-intencionada, como toda profissão. Duro é o quanto generalizam a nossa. Muitas vezes, os próprios “companheiros” de trabalho. 

Chega de lamentações que o negócio aqui é esporte. Parabéns aos envolvidos na prisão do tiozinho da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Aos 78 anos (Niemeyer, que viveu até os 104, se vivo estivesse diria que a pessoa é apenas uma criança), o dirigente vai ter de explicar umas fraudes na casa dos R$ 40 milhões. 

Muitos se espantam com o tempo em que o Coaracy Nunes ficou à frente da entidade, que tem a natação como carro-chefe: 29 anos. Tempo demais? Também acho. Nem vou lembrar que tem cartola aqui de Mato Grosso do Sul que já é o dono da bola há pelo menos 20 anos; no Brasil tem deputado federal que ganha dinheiro do nosso bolso desde 1990, e partido que comanda o maior Estado do Brasil desde 1994. Curioso, parece que mudança é bom no caso dos outros. No nosso, experimenta  mudar...

Saí um pouco da raia. No caso da CBDA, espero que seja o começo de uma limpa geral. Ou, que a lupa passe por outras entidades: COB, CBF, handebol, judô, basquete, Ministério do Esporte, entre tantas. E, peço até com certa ingenuidade, sem passar a mão na cabeça de ninguém. Digamos, uma Lava Jato de verdade. Não esta que infelizmente virou meia-sola. Aliás, e a tal lista do Janot/STF? Tomou Doril? Agora, todos são chapas, morou?

E, daqui de longe dos grandes centros, pixotescamente, fico na torcida para que jornalistas entrem em campo mesmo e deem dor de cabeça. Às vezes, até para o patrão. 
Já que o país e o mundo dão sinais de que cada vez mais a paz perde espaço para a guerra, o jeito é ser “no jeitinho”. Na estratégia, tal qual xadrez, tal qual o time pequeno supera o grande. 

Desculpa, gente. Foi mais um desabafo do que qualquer coisa. Mas esta semana foi estranha. Muito sentimento misturado. 

“Uns juntando inimigo, outros juntando dinheiro, sempre tem um pra testar sua fé, mas tá ligado, sempre tem um corre a mais pra fazer, aí, mano, liga, liga nós aí, qualquer coisa lado a lado, nós até o fim, morô, mano” –“Vida Loka” – Racionais MC’s
Abraço 

*Texto meu publicado na edição de hoje (8) do jornal O Estado MS


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