A Copa só inicia mesmo em junho de 2018

*Texto meu publicado na edição de hoje (1) do jornal O Estado de MS

Eu não sei medir a confiança do brasileiro com a seleção. Que está alta, sem dúvida. Se está muito ou menos do que os especialistas apregoam e louvam Tite, Neymar e companhia, com certeza, a aprovação deste Brasil é, disparado, maior que 10%.

Vejo essa onda “seleção hexa na Rússia” meio forçada. Óbvio que tem muita gente que ganha com o sucesso do Brasil, o que tem demais é parecer que voltamos a ser os melhores, que a culpa foi do Felipão, do Dunga, da Dilma, etc. Porém, assim como as propagandas do governo, cujo espelho está longe de refletir a realidade de milhões de desempregados, alguns ainda evitam cravar que até junho de 2018 o time brasileiro, que botou Uruguai e Paraguai no bolso, manterá o ritmo. Contra números não há argumentos. Tite coleciona oito vitórias, um cara 100%. Imagem de gente boa, trata bem jornalista, lembra da sua família. E faz questão de dividir os frutos. “Não gosto de individualizar, pois se perder vai sobrar tudo para mim”, brincou o gaúcho de 55 anos.

Amadureceu muito e, como a maré está tranquila, nem é bom lembrar que uma carreira às vezes é feita de percalços. Passagens malsucedidas pelo Atlético-MG, que acabou rebaixado em 2005, turbulência no Palmeiras na sequência. Lembro de um pós-jogo, em que ele criticou a assistente (bandeirinha) de uma partida. Na entrevista, deixou claro que mulheres não podem trabalhar no futebol masculino. O motivo, segundo ele, é a diferença física. A mulher não consegue acompanhar o ritmo de jogo dos homens, alegou na época. Até no Corinthians foi demitido no fim de 2013. Depois voltou em grande estilo e, merecidamente, está no comando da seleção. Antes que você reclame que só lembrei das coisas ruins, desculpe. Das boas já tem muita gente para lembrar e que ganha para fazer isso. 

Em campo, ainda não vi peças à altura de peças-chave. Jesus é superior a Firmino, Daniel Alves segue soberano na lateral, e Neymar, sem comparação. Aliás, passa técnico, entra treinador, o craque do Barcelona é a válvula de escape. E se ele se machucar? Sim, é trauma de 2014. Vai que alguém dá outra pancada no camisa 10?  Espero por testes sem Neymar para ver como o elenco se comporta. Enfrentar seleções europeias para chegar na hora do vamos ver e estar a par de tudo. 

Por isso muita calma nessa hora. Ou, vai ver, é só medo de quebrar a cara. De novo. Abraço.

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