Só assisti agora, Silêncio Branco, da Ginga, ainda faz sentido. Muito

 

Minutos antes de começar Silêncio Branco no Teatro Prosa

Silêncio Branco é o nome da apresentação de dança da Companhia Ginga. Ao que indica foi concebido há uns três, quatro anos, e só vi agora. Assistimos no Teatro Prosa, lá colado ao Horto Florestal que não anda lá essas coisas, mas, enfim, não é o foco dos pitacos da vez.

Com os quilos de alimentos de entrada para ajudar o Mães da Favela, aguardamos de boa a hora de entrar na fila e escolher três assentos.

Silêncio Branco é espetáculo intimista, certeiro. Em um lance meio da frente para trás, em setembro do ano passado, conferimos Rompendo Silêncios, lá no Glauce Rocha. Deixei registrado aqui no bloguinho também. Tiver vontade de ler clique aqui

Fato é que a mensagem ou a questão imaginada pela equipe tem grau de acerto grande. Faz parte do projeto denominado Os Afetos dos Silêncios. É forte. As atuações sobre o palco provocam sensações desconfortantes, porém, necessárias. 

A bordo de uma sonoplastia por vezes tragicamente sarcástica – com alusões musicais que “brincam” com o imaginário popular, as coreografias traçam paralelos entre a imaginação romântica/conto de fadas/final feliz, e a realidade misógina/dominadora/hipócrita que cercam as mulheres. A vítima dança quando descobre que o galã se transforma e, mesmo assim, a culpa é dela. Malévola.

Como digo sempre, vou nem tentar entrar numas de meter o bedelho em questões técnicas e da dança em si. Distante de entender, ser especialista, tá?! Bora no lance bem pessoal, leigo mesmo, apenas no exercício de escrever e no subterfúgio de blog inicialmente servir para tal.

Assim, em modesta opinião, a iluminação também vai bem. O final listrado tal qual barras verticais vermelhas. Caraca, muito bom. Casou legal com a música.

Pena que muitos casamentos - como a Ginga mostrou no palco – escondem por debaixo da pomposa vestimenta branca usada pela noiva um violento silêncio.

Ah, bacana também ter alunos da rede pública na plateia, bem como acadêmicos e tal. Iniciativa válida para quem sabe a arte – no caso a dança – alcance mais bolhas.

O projeto que marca os 39 anos da Companhia também tem o objetivo de digitalizar o acervo e debater a violência de gênero por meio do corpo como ferramenta, lugar de fala.

Infelizmente, não pude ficar até a roda de conversa. Iria aprender bastante, com certeza. Deixa para uma próxima. E, caso tenha a chance – ainda mais de grátis – de ver a Ginga em ação, vá. Valeu.


Entre em contato comigo. Pode ser para trocar ideias ou apoiar de alguma forma.

Se acha que vale, faz um PIX com a quantia que considera justa. Você não tem ideia de como vai me adjudar.
A chave é o e-mail mesmo: blogdokisho2@gmail.com

Brigadão


Um pouco mais sobre Silêncio Branco

Trecho de sinopse - “Silêncio Branco coloca em cena o feminicídio e outras formas de violência impostas ao universo feminino. A obra reflete sobre o ciclo da violência de gênero, que muitas vezes se inicia de forma silenciosa”.

Coreografia e Direção – Chico Neller

Intérpretes – Ana Carolina Brindarolli, Brendon Feitosa, Debora Rosa Higa, Frantielly Khadija,Maria Fernanda Figueiró, Paulo Henrique Oliveira, Tanara Maciel

Imagens - Blog do Kishô

Nas redes, pode me achar via


Instagram – https://www.instagram.com/lucianokisho77/

Threads – lucianokisho77

Blue Sky - https://bsky.app/profile/lucianokisho.bsky.social

Substack - @lucianokisho

X/Twitter - @KishoShakihama

Abraço  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Música clássica em Campo Grande dá bom sinais. Eu acho...

Importa com crianças? Um Crime Entre Nós reforça seu sentir, e, cuidar