Criatura Sandman seria boa dica. Mas, rola ignorar o criador?

 

Difícil dissociar criador e obra. Queria muito escrever o quanto é bacana a série Sandman, da Netflix. A segunda temporada foi lançada este ano com os derradeiros episódios no mês que passou.
Quem já havia lido a saga de Morpheus nos quadrinhos – de onde foi originada a produção – afirma que teria material para mais.
Mas, foi a última. A explicação oficial é a de que a produção dos episódios é cara, exige muito da área criativa, e houveram divergências sobre o roteiro. Enfim, ainda de acordo com a versão oficial, a decisão foi tomada logo de início.
alvez estivesse mesmo. Uma pena, a série realmente tem um refino artístico interessante. Um dos episódio, “Colecionadores”, por exemplo, foi dirigido por Coralie Fargeat, conhecida por ter filmado A Substância (The Substance), sucesso com Demi Moore e Margaret Qualley.
Super compreensível, penso que Coralie recusaria outra participação no time da direção da produção inspirada na obra de… Neil Gaiman.
Demorei né pra citar o nome. Foi de propósito mesmo. Mó bosta, isso. E faz voltar ao problema/ou seja lá como nomear isso do começo das divagações.
Salvo engano, em 2023, ganhei um pen drive – não, não guardo no banheiro – com a coleção em quadrinhos da saga do Rei do Sonhos. E, sabe, lia a lentíssimos passos – tá em pdf, e tal – mas volte e meia terminava um capítulo. Depois de vir à tona as acusações de violências sexuais contra Gaiman (nem vou linkar, se desconhece é só jogar em alguma pesquisa). Putz, a vontade de seguir na leitura caiu a zero.
Dito isso, você pode questionar: e mesmo assim você assistiu a segunda temporada? A primeira saiu em 2022, antes de estourar a bagaça judicial.
Jenna Coleman me fez lembrar Helena Bonham Carter
Assisti. É muito bom. Mistura de tragédia shakespeariana com conflitos familiares a lá Freud explica (?), com um ar mitológico – tudo bem, umas vezes o cenário ficou meio tosco – e atuações convincentes no geral. Sobretudo do núcleo feminino, Jenna Coleman como Constantine, e Kirby Howell Baptiste como a Morte, foram dos pontos altos.
Conforme os minutos passavam, volte e meia lembrava de Gaiman. Ainda não foi julgado, mas os indícios, os depoimentos são pesados. Revoltantes.
Criei um ranço parecido com o que me fez tirar O Poderoso Chefão do meu topo de melhor filme de todos os tempos. Por causa do Marlon Brando e a cena com Maria Schneider em O Último Tango em Paris. “A ignorância é uma benção”, como dizem algumas pessoas. Talvez me entristeceria menos, entretanto, ser ignorante de propósito não é a minha.
Ironicamente, Sandman tem como protagonista o senhor do Sonho. E, pra muita gente virou um pesadelo. Se o responsável for Gaiman, ao que tudo indica, que sofra 100% as consequências. Nesses casos, como dira Racionais, meu anjo do perdão foi bom mas tá fraco.
Sei lá, péssimo quando pessoas que você admira te decepcionam, te desapontam.
Acho que não consegui explicar com clareza. Perdão, mesmo.
Tampouco direi para assistir a série – ou terminar de ver.
Cara, não sei como encerrar…
Se quiser, diga algo aí.
Abraço
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