Se Ainda Está Aí, que tal pegar um Estranho Caminho
Aproveite o estalo momento cinema nacional e, se der, assista Estranho Caminho. Produção cearense de 2023, chegou em agosto desse ano aos cinemas do país (não em Campão, imagino) , pega um recorte da época da Covid para tratar sobre relacionamento entre pai e filho. Sério, não foi intencional, mera coincidência assuntar novamente pandemia e família.
Dirigido por Guto Parente, o filme se passa em uma Fortaleza deserta em decorrência das medidas para evitar que o vírus se espalhasse. Lembra? Bom jamais esquecer, hein?! Negar isso é facilitar que tragédias se repitam.
Ver a capital cearense traz nostalgia. Deixa…
Fato é que David, interpretado por Lucas Limeira, vem de Lisboa - onde mora há um bom tempo - para Fortaleza por conta de um Festival de Cinema, em que participa com um longa.
O problema é que coincide com o agravamento da pandemia, o que gera aquelas medidas para isolamento/distanciamento social. Lembra?
Dali pelas tantas vai procurar o pai, que, sei lá, faz uns dez anos que não se falam.
Seu Geraldo, bela interpretação de Carlos Francisco (esteve em Bacurau e Marte Um), lembra aqueles senhores torrões, mal-humorados, e sistemáticos. Meio aquele velhinho da animação Up - personagem dublado por Chico Anysio, coincidência, também cearense - saca?!
Uma série de infortúnios acontecem com David e ele é praticamente forçado a pedir pra ficar uns dias no apartamento do pai.
Entre discussões secas, entremeadas por aquelas tiradas de raciocínio rápido que quem vive ou já viveu no Nordeste entende bem o que estou dizendo, o relacionamento da dupla dá o tom do longa. No caso dos dois, a maneira em que o filho desnuda a figura de seu pai é muito legal.
Guto Parente aproveita bem as paisagens da cidade, interessante ver lugares normalmente muito movimentados agora preenchidos pelo vazio imposto pela Covid.
Talvez o diferencial de Estranho Caminho são as partes experimentais, que fogem do realismo e sacodem a teórica linha temporal. Denominaram drama fantástico, isso. Pelo que entendi, aí entra a parte autobiográfica do diretor.
Foi bem nos festivais de Tribeca (EUA), do Rio, da Mostra de Cinema de Tiradentes.
É isso, se não é filme pra Oscar (estranha obsessão brasileira), a produção mostra que tem coisa legal fora do eixo sudestino.
Estranho Caminho é mais conhecido fora do que dentro do país. “Novidade“.
Eita, falei demais pra variar. Chega.
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