Achado da vez, Mishima é pra sair um pouco do Ocidente

 

A semana que passa marca os 116 anos da imigração japonesa no Brasil. Parece que, por aqui, em Campo Grande, são 100 anos que os japoneses fixaram residência para valer.
Um gancho meio nada a ver para introduzir o filme Mishima – Uma Vida em Quatro Tempos. Até porquê assisti ao longa dirigido pelo estadunidense Paul Schrader sem me ligar nessas datas.
Tropecei no filme após o André Barcinski ter citado no X, ou Twitter, tanto faz. Antes de ver a produção lançada em 1985, desconhecia a vida e obra do tiozinho Yukio Mishima. Bom, ainda praticamente nada manjo algo do que fez o prolífico novelista e dramaturgo nascido em Tóquio, no ano de 1925.
Uma coisa que me chamou a atenção foi o filme ter como produtores executivos uns certos George Lucas e Francis Coppola. É o que aparece no começo do longa de maomeno duas horas e, que pode ser acessado via YouTube. No link que assisti, tem pouquíssimas falhas de áudio, que não compromete a direção de Schrader. Apesar da galera dos EUA atrás das câmeras, Mishima é falado na língua mãe do personagem principal.
Mishima é baseado na vida e carreira do figura que morreu em 1970, aos 45 anos, por suicídio. O longa começa com o artista e uns comparsas se preparando para invadir a sede do comando militar japonês. A ideia de Yukio, nascido Kimitake Hiraoka, era fazer com que a Terra do Sol Nascente voltasse a ter um comando forte, a la pré Segunda Guerra Mundial. Com imperador mandando e tudo.
O longa não é exatamente sobre os arroubos nacionalistas do personagem principal interpretado na vida adulta por Ken Ogata. Que, depois descobri, está em A Balada de Narayama, clássico lançado dois anos antes (1983), de Mishima. Ogata faleceu em 2008, aos 71 anos,em Yokohama.
Imagens: Reprodução

O filme, como evidencia o título, é dividido em quatro partes. Até o ato final, Mishima, o longa, intercala momentos da vida do artista, com alusões à obra, e o caminho de sua casa até a base militar.
Os fatos de sua vida – desde a infância, em que foi criada por uma de suas avós – tem um quê de preto e branco. Mishima viveu o pré r o pós II Guerra Mundial. A sua infância não foi muito legal e, depois, mesmo que quisesse ir à luta na Guerra, não daria pois foi reprovado no exame físico.
Suas principais obras são lembradas em Interessante notar a vaidade presente no artista, que tava muito a fim de aceitar a velhice. Tampouco a decadência física, inevitável com o passar do temo,né, não?!
Nesse percurso, a galera Schrader exibe cenas que marcam a vida do artista japonês. Você vai compreender o filme mesmo sem ter lido ou visto algo sobre a pessoa cheio de ideias. Se eu entendi, quer dizer que medianamente qualquer um pode.
Mishima faz pouca questão de fazer rir. Usa partes ficcionais para exibir seu relacionamento com a mãe, e rolês aleatórios que atestam sua opção sexual; Além, claro, de mostrar problemas que o assolaram desde a infância.
Como sei pouco de sua obra, minha dúvida é saber o quanto ele é de direita. Ao menos em língua portuguesa parece haver pouca coisa sobre ele. Mesmo que tenha escrito ao menos 40 novelas, poemas, ensaios – rendeu indicação ao Prêmio Nobel - e peças modernas de teatro Kabuki e Nô.
Dá para notar que ficar parado não era a dele. O fato de ter reprovado no exame para servir ao Japão na guerra pode ter motivado Mishima a se enveredar pelas artes marciais e potencializado sua preocupação com a condição física depois que chega a certa idade.
A dica da vez é bem específica, confesso, mas acho que vale. Arte cultura japonesa para além do viés ocidental dominante. Filme é bem interessante. É isso.
Se você conhece o artista e sua obra, fique à vontade para falar. Será um prazer saber mais sobre essa figura histórica.
Segue o YouTube, aonde assisti ao longa.

*Reeditado às 7h50 desta sexta (20) 

Dei uma passada nesses links para escrever os pitacos. De repente, você curta.
“116 anos da imigração japonesa: a história que agrega a cultura de MS”

"Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos (1985)


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