Agora quem dá bola é a Patrícia: futebol feminino melhorou. Mas, falta bastante


Titular da atual equipe campeã brasileira de futebol feminino 

Enquanto a seleção brasileira joga por estes dias nos Estados Unidos um torneio amistoso, com a zagueira Bruna Benites e a craque Marta no elenco , digito por aqui a entrevista com a sul-mato-grossense Patrícia Sochor. Campeã brasileira pelo Santos, a jogadora curte a folga por aqui.   
O Nacional feminino deste ano teve jogos televisionados (principalmente na SporTV), equipe do norte do país com boa campanha (Iranduba só parou na semi diante das Sereias da Vila).

Dá para afirmar que este ano o futebol feminino cresceu? É, maaiss ou menoss... pelo menos de acordo com a Patrícia, que ajudou o time da Vila a levantar a taça com quatro gols na competição e boas atuações que fortaleceram o coletivo da equipe campeã em cima do Corinthians.
“ Acredito que esse ano melhorou, mas que ainda tem muito para acontecer para que possa afirmar que cresceu. Precisa de muito mais visibilidade, muito mais incentivo e investimento. Com a obrigatoriedade de times masculinos de ter que formar equipes femininas, pode ajudar muito em todos os aspectos. Mas ainda falta bastante, apesar de ter sido um ótimo semestre em vista de outros anos”.

E, durante a campanha (foram pelo menos 13 jogos até o título conquistado exatamente há uma semana – dia 20), tem algum jogo que quando acabou, você e o elenco ficaram com a sensação de que “não tem jeito, o título vai ser nosso!”?
“ Não, não exatamente com este pensamento, mas nós trabalhamos muito pra ir firmes para a final e pensar, ‘temos que ganhar, esse ano ninguém tira de nós essa taça’, e acredito que foi isso, uma sequência boa de jogos, um crescimento da equipe toda e consequência do nosso trabalho”.

Festa das Sereias na Arena Barueri


A meia-atacante de 23 anos adaptou-se rapidamente ao ambiente santista, onde chegou no começo de 2017. “Antes de eu ir pra Espanha, o (técnico do Santos) Caio Couto já havia falado comigo, mas pelo fato de já ter acertado com o clube espanhol (o Huelva), eu não podia falar. Então quando eu sai de lá, o Caio falou comigo e aí aceitei o convite dele.”

Daí, emendamos um, como foi a sua experiência na Europa? Voltaria a jogar lá? E, agora, pretende seguir no Santos?
“Foi uma boa experiência, gostei bastante, em questão de futebol, nível alto, condições de treinamento, moradia e enfim, foi bom , voltaria sim a jogar fora, mas não agora, agora estou bem no Santos, estou feliz e pretendo sim seguir por lá”.

Foi pra galera


Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não podemos deixar de tocar ou cutucar sobre como anda o futebol feminino em “nosso quintal”. A campeã brasileira, sim, começou a dar os primeiros chutes, dribles e assistências nos nossos campos e quadras. Caso semelhante a da Bruna Benites, do começo do texto, que hoje defende o Brasil e atua no futebol dos States.

Em tempo, Patrícia começou a jogar no futsal, aos oito anos, no Colégio Dolor de Andrade, em Campo Grande. Depois, com 15, defendeu o Colégio ABC, também da Capital. De lá, partiu para o Palmeiras e nunca mais parou.
Entonces, perguntamos mais ou menos assim: enquanto isso, em Mato Grosso do Sul, ano após ano, o estadual sequer chega a ter cinco times. A situação te deixa chateada ou, infelizmente, você acha que “não tem jeito mesmo?”
No vestíário, Patrícia instantes antes da final do Brasileiro

“ Me deixa sim muito chateada, porque tem muitas jogadoras boas aqui, que podem começar aqui pra depois sair, e não tem por exemplo a oportunidade que eu e muitas meninas sul mato-grossenses tiveram, o Estado e a cidade de Campo Grande, deveriam investir um pouco mais no esporte para formar mais bons atletas que possam representar nosso Estado”.

Depois dessa, preciso e nem precisa falar mais nada. Vou nessa.
Abraço

Um toque: Crédito das fotos são Divulgação e Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Dois toques: Se for copiar algo, sem compartilhar o link, dê o crédito (Blog do Kishô). Nem ganho nada com isso, pelo menos até hoje. Então, dê uma força porque estou no débito. Valeu








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