Em 2016, esporte aqui foi pôr a culpa na crise. Seja lá em qual sentido

*Texto meu publicado na edição de sábado (10) do jornal O Estado MS

Por estes dias caiu muita água em Campo Grande. Na breguice brejeira que me chama para uma breja, penso ser lágrimas. Sem sal. Só saudade de um tempo que foi bom, mas de uns meses para cá, faz com que o futuro seja tão carregado a ponto de derrubar qualquer avião. Sem importar sob que teto. A temporada 2017 vai chegar. Mais Chapecoense, menos troca de poderes, ops, troca de favores, por favor.

Vou me ater hoje à minha terrinha. Mais um ano, se não me falha a memória, o segundo, o terceiro, em que vai passar os 12 meses e o repasse ao Fundo de Apoio a Esporte... nada. Esta lei municipal, que em 2017 completará 20 anos, foi criada com o objetivo de prestar uma ajudinha aos talentos e promessas de Campo Grande. Ajudinha neste caso não é pejorativo. É que, geralmente, o orçamento total para o FAE é baixo: cerca de R$ 200 mil anuais. Uma passagem para competir, ajuda de custo para material esportivo, coisas assim.
A resposta, põe prefeito, volta prefeito, é a mesma: crise, falta de recursos. Se bobear, perigoso dizer que é para ajudar a pagar 13º salário. Se ainda fosse para dar um jeito no asfalto da cidade, que teima em atrapalhar os buracos da rua, ou evitar dor de cabeça na saúde.
Antes que se culpe apenas um, bom lembrar que existe uma Câmara de Vereadores e, dentro dela, uma Comissão Permanente de Educação e Desporto. Né?!

Em âmbito de Mato Grosso do Sul, o dinheiro para o Estadual de Futebol está garantido, sobrou até uma groja para ajudar na campanha #liberaoMorenao. Pessoal do governo está empolgado. Quem sabe em 2018 dá até para receber os Jogos Escolares da Juventude, principal competição estudantil do país. Sério, se vier, vai ser muito bacana.

Enquanto isso, faltou R$ 20 mil para realizar o campeonato local de handebol em Jardim. O motivo, conforme a federação estadual; falta de dinheiro da cidade do interior. Não sei se uma coisa tem a ver com a outra, ou se tem outros fatores envolvidos (por exemplo, o prefeito é do PT, o governo é PSDB), mas fato é que deixar várias equipes e atletas sem competição é desanimador. Desmotiva o garoto, a garota até para treinar. “Para o futebol nunca falta dinheiro.” Este pensamento, certo ou errado, é recorrente aos que, literalmente, topam o desafio de praticar um esporte que não seja o da “paixão nacional”.

Dentro e fora de campo, a falta de alternativas, perspectivas, e o clima de “manda quem pode, desobedece quem tem juízes”, me preocupa e muito. Eta 2016 bom de acabar.
Abraço.

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