Ainda arrasada, Chape tem de buscar logo a razão. Infelizmente

* Texto meu publicado na edição de hoje (3) do jornal O Estado MS

Quando você ler isto, aliás, obrigado pela atenção, maior consideração mesmo, serão cinco dias daquela queda que deixou o mundão sem chão. Hoje, quando os corpos começarem a desembarcar em Chapecó, no Brasil, mais uma ficha vai cair. Não sou disso, mas não tem como ter dó gigante de cada um do elenco chapecoense, dos jornalistas, e todos que embarcaram de carona nesse sonho.


Nenhuma palavra que escrever por aqui passará perto dos que são próximos das vítimas passam, passaram, ou passarão. Todos, passarinho. Posto isso, a realidade pós-comoção abala a esperança rapidinho. “Clubes vão emprestar jogadores; Chapecoense vai ficar três anos livre de rebaixamento; time colombiano oferece título da Sul-Americana à Chapecoense; governo garante todo apoio às vítimas, etc”. Tudo muito bem, tudo muito bom, mas, de concreto o que temos?

Alguma lista de jogadores foi divulgada para que a equipe de Santa Catarina possa escolher? Será que liberam alguns dos seus titulares ou vai aqueles que mal ficam na reserva, tipo promoção de fim de feira. E, se o atleta não quiser ir?

Sobre um tempo sem perigo de cair para a Série B para que se reconstrue, a atitude é louvável. Mas, se trata da CBF, algo oficial nada há. Título da Sul-Americana dá vaga para a Libertadores, é outro gesto bonito. Porém, a federação do país e os clubes colombianos vão concordar? “Bom” lembrar que, em caso de título do Nacional de Medellín, mais um representante daquele país ganha o passaporte à Libertadores.

E os governos? Como será esse apoio? Bolsa vitalícia aos familiares? Ajuda ao clube? Quando você vê que o presidente da Fifa afirma que vai ao velório e o presidente do próprio país ainda não tem certeza, toma um choque de realidade. Infelizmente.

E, o que dizer dos dirigentes do Internacional. Comparar a tragédia com o risco do time ir para a Segundona, é no mínimo, falta de sensibilidade. E aproveita para acionar o Tapetão para ficar na elite. Tudo isto feito nesta semana aprazível, com o mundo todo de cabeça fresca.

Talvez, só superada pelas atuações mambembes de quem manda no Legislativo e Judiciário. Acham que estão acima do teto. E, estão mesmo. Para eles, eu, você, cidadão comum, não damos nem para os gastos. Públicos.

Abraço.

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