Campo Grande, esporte, aniversário. Que presente

*Texto meu publicado na edição de hoje (29) do jornal O Estado de MS

Antes de iniciar os trabalhos e preencher este glorioso espaço, parabéns Campo Grande. Um pouco atrasado, é verdade. Mas, me permito forçar a barra porque sou filho da terra. E, filho tem preferência.
Aliás, na véspera e no dia do aniversário propriamente dito, 26 de agosto, o presente para a Cidade Morena foi um pouco amargo. Para falar o mínimo. Fiquei com vergonha, triste. É sério. O passado é orgulho, o presente é incógnita e o futuro, a quem pertence? Ou, vão virar para a gente e dizer Isto não lhe pertencem mais!

E o esporte? Fiquei pensando, em situações como esta, em que prefeito e vereadores são cargos tão estáveis quanto aos dos técnicos de futebol, se era o caso de ter uma lei igual às existentes em casos de greve em setores básicos da sociedade. Pelo menos uma porcentagem tem de estar funcionando, para evitar que a população sofra demais. Se é que é possível passar incólume da sofridão nos dias de hoje.
Tudo bem, esporte não é prioridade. Nem sei se deve, e tampouco se será um dia. Mesmo, que esteja constatado que prática desportiva traga benefícios à saúde, sirva de instrumento de melhoria social, e tudo aquilo que você já está cansado de saber.

Voltamos ao tema Campo Grande. Veja só há quantas anda a Fundação Municipal de Esporte. De tempos em tempos, muda a direção. Tudo bem, como diz o cidadão, só altera o nome de quem assume mesmo. Bem...é, mas não é.
O mínimo de organização é preciso. Um exemplo: Jogos Abertos de Campo Grande, talvez o principal evento esportivo com atletas da cidade. Começou oficialmente há oito dias por um prefeito. Aí, na quarta-feira, outro assumiu e, no dia seguinte, ninguém sabe de nada. Nem quando e onde serão as partidas de basquete e futsal dos Jogos Abertos. “Temos que esperar o novo diretor assumir”. 
Que situação, hein? Ah, mas ninguém não está nem aí para esse negócio de Jogos Abertos. É, pode ser. 

A competição que tinha tudo para ser mais valorizada, se houvesse um apreço maior, uma divulgação melhor. Povo que gosta tanto de comparar Campão com outros Estados, aproveita e olhe como é os Jogos do Interior de São Paulo, os Jogos Regionais, e por aí vai. Os caras “importam” medalhões, tem até torcida, coisa rara por aqui.
Um enorme potencial, uma chance de visibilidade até para o empresariado, instituições, universidades investirem. Trazer nomes de peso, e tal. Mas, lá vem o pessoal do, “Xi, Jão, falando sozinho? Essa era da boa, hein, põe dessa pra mim”, e diz que a realidade é um evento sem brilho. É, pode ser.

Por favor, escuta, você já foi atleta? A maioria treina, treina, treina à espera de oportunidade para mostrar o que sabe. Sozinho, ou com a sua equipe. Medalha sempre tem o seu valor. Simboliza muito. E, em uma cidade e/ou Estado, que tem dificuldades geográficas de enfrentar outras equipes, seja pela distância, por crônica falta de estrutura, ou pelos poucos adeptos, os Jogos Abertos, sim, tem seu valor.
E, depende da forma, da maneira, da superação, o atleta guarda a lembrança da medalha para sempre. Histórias para contar daqui uns anos para o filho, o neto, ou para os amigos mesmo.

Por tudo isso, passei a semana com um sabor amargo no coração, na mente, na alma. E, até com um pouco de sentimento de culpa, por que não?! Campo Grande merece muito mais do que eventos pontuais, meros palanques, quase um circo. Ainda tão nova, precisa de muito mais atenção, zelo, e ginásios, pistas e estádio condizentes a uma cidade de 800 mil habitantes. Pena que nem todos pensam assim. Melhoras.
Abraço

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