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Só vi agora, A Voz Suprema do Blues é mais que 'só' Chadwick e Viola Davis

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  Já deve ter visto, né?! E aí?! Tem Chadwick Boseman, tem Viola Davis. Só de ver a dupla em cena, é uma ideia. A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey's Black Bottom). De 2020, pensei que seria um lance meio biografia. Não é bem assim. Ambientado no fim dos Estados Unidos dos anos 20 – em região bem hostil aos afrodescendentes - o longa de pouco mais de hora e meia é dirigido por George C. Wolfe. Ele é quem também assina Rustin – do qual já escrevi umas groselhas. Quiser ler depois, clique aqui .  A maior parte do filme é nas dependências de um estúdio, onde Ma Rainey e banda são contratados para gravar um disco em um dia. Os caras dos instrumentos chegam antes no local e ficam em uma espécie de porão. A sensação de confinamento é real. Assim como a tensão nos diálogos. Racismo, religião, violência entram na conversa do quarteto musical. Todos pretos. As discussões acaloradas e com bons argumentos e sacadas não são “encheção de linguiça”, tampouco rasas. O filme é baseado em uma pe...

Literatura, pandemia, racismo, abandono, adolescência. E a dica é infantojuvenil

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  Topei aqui em casa com literatura infantojuvenil. Quem leu, gostou. Resolvi embarcar nessa. Meu avô, os livros e eu ou como resistir em tempos incertos me surpreendeu. Dentre outras coisas, tem bastante páginas a ver com o 20 de novembro (editado pois tava outubro, bola foraça). Muita consciência… A primeira edição saiu em 2021. Menina Natália, 13 anos por aí, com pandemia de pano de fundo. Em meio ao distanciamento social, boa parte das quase 180 páginas é o relacionamento dela com o seu avô paterno, João. Ateu e bem chegado em astrologia, ele ensaia uma “viagem” por meio de chamadas de vídeo ou de áudio. Os destinos são sete obras conhecidas da literatura brasileira. Mas, focada sobretudo em quem escreveu. Sete nomes. De leitura fácil, Camila Tardelli meio que divide o livro – saiu pela Editora do Brasil - por meio das apresentações das obras apresentadas pelo avô. Entre uma chamada e outra, Natália engata pensamentos recorrentes da sua fase.  Muitos questionamentos e, às ...

Ainda Estou Aqui, ou, que mulherão foi Eunice Facciola Paiva

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  Ainda Estou Aqui, todo mundo já falou um monte, e, certeza gente que conhece muito mais de cinema que eu. Na lata assim, o filme é sobre uma mulher f..., cara. Mãe, esposa, com uma coragem, resiliência, que muitos não teriam, não têm. Imagina, perder o companheiro, ficar na pindaíba, ser vigiada, e ainda ter forças para cuidar da prole, sacudir a poeira, e dar a volta por cima? Eunice presente. Fernanda Torres realmente detona, vai muito bem. Sem muito o que dizer, apenas desfrutar e aprender. O núcleo da parte infantojuvenil tem atuação bacana, principalmente Luiza Kosovski (Eliana), e Bárbara Paiva (Nalu). Selton Mello sempre com interpretação correta, bem legal, também. Fernanda Montenegro é sem palavras, né. Participação especialíssima, pra impulsionar de vez e fazer correr serenos nos olhos de quem estava na sessão ao fim das duas horas e mais um pouco. Rolou aplausos, foi bem interessante a reação. Sei lá, Campo Grande... Em dado momento confesso que esperava algum sem noçã...

De 2014, curta Reality+ tem uma cara bem atual

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 Se considerou The Substance (A Substância) ao menos intrigante, a diretora Coralie Fargeat meio que realizou um “esboço” há dez anos (2014), com o curta francês Reality+.  Em 22 minutos, a ficção científica gira em torno de Vincent (Vincent Colombe/Aurelién Muller), que implanta um chip no cérebro. Isso faz com que a pessoa que utiliza a bagaça possa escolher literalmente como quiser ser fisicamente. Aos seus olhos e das outras pessoas. Que beleza, não?!  O lance dá um ganho gigante em sua autoestima, e o leva a se relacionar com Stella (Vanessa Hessler). Mulher também adepta à “Realidade”.  Sem o terror gore da Substância, mas com aquelas alfinetadas na ditadura da estética perfeita, Reality+ é mais modesto, “pé no chão”. Nem por isso, ou talvez por isso, vale uma espiada. Curtiu? Se gosta das groselhas que escrevo apoie. PIX/e-mail blogdokisho2@gmail.com  Cuide-se

Trinta anos do álbum Dummy. Curto mais do que deveria

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   Deu vontade de deixar registrado os 30 anos desse álbum. Dummy , lançado em agosto (tinha de ser neste mês) de 1994. O primeiro da Portishead.  Zero surpresa dizer que curto bastante. Talvez mais do que deveria. Vixe, ia dizer que das onze faixas, eu tenho em minha playlist algumas.  Nem me liguei que curti… as onze. Glory Box, Numb, Sour Times, e por aí vai. Todas com aquele clima super pra cima. Brincadeira. Roads. Certeza, na lista das minhas melancólicas preferidas. Doída. Ajudado trocentos por cento com o vocal inconfundível de Beth Gibbons, que trouxe aquele ar de classe estilo jazz. E claro, o som. Adrian Utley na guitarra, e, meu, tirar o chapéu para Geof Barrow. O cara que trouxe essas influências trip-hop, arranjos bem Portishead. Resultado: que álbum de estreia! É de chorar.  Dummy destrói. Fui apresentado a esse som no finzinho da década de 90. Confesso, passei um hiato de uns bons anos. Até de novo tropeçar em Roads, ao vivo. Aquela com orquestr...

A Substância é um terror

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  O problema de criar muita expectativa é as vezes não rolar do jeito que pensava. Comigo, A Substância foi meio assim. O filme, premiado em Cannes (Melhor Roteiro), tem sim, Demi Moore em ótima forma, Margaret Qualley dá conta do recado, e Dennis Quaid muito bem. Troquei ideia com uma amiga, que manja muito mais de cinema, e ela considera que o longa de duas horas e pouco foi superestimado. Ufa, não estou sozinho. Dirigida pela francesa Coralie Fargeat, o misto de terror/ficção científica/drama vale, sim, ser visto. Em uma ponta, de repente dá para lembrar de outros filmes. Na outra, a sacada de ter como pano de fundo a bagaça meio retrô, ginástica estilo Jane Fonda, para escancarar a já vem de longe busca/glamourização/ tipificação da e de ser mulher perfeita – e eternamente jovem - em todas as formas, é bem interessante. “Lembre que você é uma só”. Só que, não sei, faltou algo pra eu dizer no fim, “caraca, que doido!”. Talvez o filme se perca um pouco no meio dele. Ou, simplesme...

Já escutou? Música da Posse Sul une rap com referências do terror

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  Na real, tava só esperando esse tal 31 de outubro pra soltar essa letra, esse rap nervoso da Posse Sul. Pensei que ia achar fácil, mas, não. Resultado, transcrevi a letra de ouvido, mesmo, da faixa do Spotify . Mas Como Se Fosse Halloween tem em outras plataformas. Não conheço pessoalmente, segundo o YouTube  , a Posse “é um grupo de rap regional sul-mato-grossense criado em 2006”, com o Mano KBÇA, Bruno BR, e também contava com a Nêgalu.  O que mais impressionou quando escutei essa música é a quantidade de referência de produções de terror. E a maneira certeira que incorpora no som, que tem Campão de pano de fundo. Pode ser que tá meio antiga? Não sei, sinceramente. Entretanto, não tira nada o quanto ficou bom esse rap. Ainda mais pra aproveitar essas paradas de Terror, Dia das Bruxas e tal. Tem uns trechos que não entendi direito, por isso as aparições de três pontinhos durante a letra. Confere aí, e se quiser corrigir alguma (s) parte (s), tamo aí. Bora lá Como ...