Só assisti agora, Vera Holtz fica para titia Virgínia e detona
Tia Virgínia foi bem recebido, sobretudo pelo pessoal do cinema brasileiro. Lançado em 2023, direção e roteiro de Fabio Meira, e, creio nem preciso dar muita ênfase no longa de pouco mais de hora e meia.
Mesmo assim, vamos lá, vai que, tu é como eu e ainda não assistiu.
“Virgínia, uma mulher de 70 anos, nunca se casou e nem teve filhos. Ela foi convencida pelas irmãs a deixar a vida que tinha para cuidar dos pais. Agora, Virgínia se prepara para receber as irmãs, que viajam para celebrar o Natal.”
As aspas acima são da sinopse da plataforma em que vi o filme, lá no Sesc Digital, e por lá permanece até 19 deste mês. Esse lance de avisar quando vai sair do catálogo é uma boa sacada, né. Creio que está em outros streamings por aí (Globo Play, YouTube, Google Play, Apple TV).
Tia Virgínia é vivida por Vera Holtz. Protagonista em um tripé difícil de criticar. As irmãs são Vanda, interpretada por Arlete Salles, e Valquíria, estrelada por Louise Cardoso. Poxa, a primeira, admiro suas atuações acho que desde Carmosina, na novela Tieta, de 1989. E, a segunda, puts, vem à minha cabeça desde TV Pirata, até Leila Diniz, e uma pá de outras coisas.
Difícil dar algo ruim se juntar as três, né. Pode ser que não fique ótimo, porém, o mediano com elas já vale.
Tia Virgínia é um drama com pitadas de humor – às vezes ácido, outras meio non sense – e trata do envelhecer em família. No caso, a matriarca de quase cem anos, interpretada por Vera Valdez, é, ao mesmo tempo, motivo que une as filhas e fardo para quem já não tem paciência para cuidar de quem precisa até de cuidados básicos, como colocar fralda. Carinho.
Isso em verniz de “normalidade” que ao longo da história desbota tal qual flores, roupas, relações. Passar o ferro, em mais de um sentido, parece ser uma saída.
O filme se passa praticamente em um único dia e todo ele na grande casa, onde foram criadas as três. Nesta véspera de Natal, a sensação é a de que algo impede quem entra de sair. Um incômodo. Sei lá, espécie de reality show que, talvez, os participantes desejassem estar de fora.
Além das três, o elenco conta com Antônio Pitanga e Iuri Saraiva, as únicas personagens masculinas. Um é o Tavares, alheio a tudo que se passa e companheiro de Vanda, e o outro é Bernardo, filho de Valquíria, que curte um álcool, além de encher o saco de Soraia. Com boa atuação de Amanda Lyra, é a empregada, grávida, que alivia em parte a rotina sobrecarregada de Virgínia no trato diário da matriarca.
Deixei por última a Ludmila, filha de Vanda. Daniela Fontan, em humilde opinião, é destaque maior das pessoas que orbitam em volta das três irmãs. São dela, em momentos com a Tia, os parcos instantes de descontração.
Com música de César Camargo Mariano e filmagens que exala o vazio de uma residência cheia de lembranças, pratarias, objetos antigos, fotos também, quase um antiquário. E, intercala com closes – principalmente da vovó - e imagens herméticas, pois, a entrada de luz parece não ser bem vinda por Virgínia.
Deu para perceber que falei muito pouco, quase nada, das questões em si, como etarismo, frustrações, mágoas, rancores, dinheiro no meio, e tal. Meio desnecessário, só pesquisar que vai ter textos bem mais embasados e inteligentes que as groselhas deste que escreve.
Para constar, as cenas em que Virgínia e Vanda iniciam uma DR nervosa, e, depois Valquíria entra no meio e as três literalmente quebram o pau é aula de como filmar sem necessariamente ter de ver fisicamente as figuras envolvidas. Fabio Meira capta de uma só vez as personalidades de todos e todas integrantes da família em um corredor da vida. Caraca, percebi apenas agora enquanto digito. Se sou divagar agora, imagino se chegar aos setenta…
É isso, deu. De cabeça, Tia Virgínia me lembrou outro filme: As Três Filhas, que conta com Natasha Lyonne, Elizabeth Olsen e Carrie Coon. Tem pitaco meu (tiver a fim de ler, clique aqui) desse longa dirigido por Azael Jacobs e, olha só, lançado na mesma época.
Opinião zero importante, gostei mais da produção brasileira. Perdão Lyonne, mas competir com Vera Holtz, Louise Cardoso, e Arlete Salles, é complicado.
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