Lançado há 30 anos, Anjos Caídos é sopro a quem não se encaixa nesse mundo

 

Takeshi Kaneshiro and Michelle Reis in Anjos Caídos (1995)

Cara, caramba, cara
Kar-Wai, cara, ow, Fallen Angels completa 30 anos de seu lançamento, 1995. Ano muito significativo pra mim. Nada a ver.
Apenas aproveitar o tempo redondo, trinta, pra dizer que somente agora assisti mais uma obra deste cineasta.
Sim, a primeira foi Amores Expressos, da qual já escrevi por aqui.
Anjos Caídos é continuação de Chungking Express e ao mesmo tempo não.

Momento sinopse (se assistiu, pode pular, óbvio):

Duas histórias de crimes se cruzam em Hong Kong. Um frio assassino de aluguel quer finalmente deixar o mundo da violência, o que não agrada sua parceira que está secretamente apaixonada por ele. Enquanto isso, um ex-recluso mudo encontra repetidamente uma mulher durante suas noites de caos.


MOMENTO HELPe Aí…

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Brigadão


De 95 pra cá talvez as aflições humanas retratadas sigam firmes para muitos, muitas. A falta de conexão com o mundo, a dificuldade em se relacionar, entre outras questões, estão por aí. Por vezes desemboca em uma violência metafórica. Ou não. Como pensa o personagem mudo vivido por Takeshi Kaneshiro, é melhor resolver as coisas conversando pessoalmente e, se não der, um soco resolve.

Em comparação a Amores Expressos, a porrada, literalmente, é maior. As cenas de quebra pau e de tiros são de uma geração de diretores que realmente tentava e, conseguia, imprimir um tipo de beleza estética nisso. Tarantino já deu uma olhada no quintal hong konguiano de Kar-Wai.

E, creio ter falado, o ritmo e os personagens erráticos do cineasta chinês me lembram alguns filmes nacionais não tão novos nem taaão antigos – sei lá, Cidade Baixa, Amarelo Manga - com um quê de Nelson Rodrigues. Viagem minha, deixe de fora do processo.

Nessa altura, afirmar que foi acertada a escolha de Kar-Wai desmembrar o Chungking para rolar o Fallen é... dããã. Data de validade vencida, abacaxi, e os muquifos da cidade são pistas mais do que suficientes para lembrar da obra anterior. Se bem que nem precisa, né. Elas podem ser apreciada
s individualmente sem contra indicação.

Leon Lai and Karen Mok em Fallen Angels

Em Duo Luo Tian Shi - nome em mandarim do longa de 99 minutos - o elenco parece ter saído dnotável grupo de dança e teatro. Com ajuda luxuosa para fotografia, trilha sonora e, claro, roteiro, 

Michelle Reis, Charlie Yeung, e Karen Mok talvez teriam relevância maior na sétima arte se fossem ocidentais. As atrizes performam muito e dão às personagens doses exageradas de dramaticidade e humor caótico feito para ambientes urbanos como nos apresenta a direção com a sua Hong Kong na meiúca da década de 90. Em planos de câmera por vezes imersivos, a alquimia toda dá bom.

Assim como do lado dos homens, o já mencionado Kaneshiro e Leon Lai ajudam a compor o bom trabalho no misto de melancolia e pitada noir com cortes bruscos. O número de contorcionismo, diria até hilário, do figura para chamar a atenção de sua paixão antiga - na parte final do longa - é marcante.

Deu. Pra variar, desejava mesmo é escrever. São quase seis da manhã e se estiver ainda lendo, brigadão pela companhia. E, talvez mesmo sem querer, valeu pela dica.

Ah, assisti na Mubi. 

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Abraço.


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