Temporada 7 de Black Mirror mantém o nível. Giamatti e Emma Corrin também
A sétima temporada de Black Mirror já valeria apenas por me apresentar Emma Corrin e reafirmar o quão baita ator – e injustiçado - é Paul Giamatti. Mesmo se você é meio contra ficção e tal, devia dar uma chance para a série britânica.
São seis episódios que saíram neste mês. Como o pessoal que manja fez a lista de qual é melhor, qual é pior, e tal, meu pitaco é que na média, o pacote é bem bom.
Lembro as pessoas desavisadas – se é que tem – que na série que teve a primeira temporada lá em 2011, exibida no Canal 4 da Televisão do Reino Unido, os episódios escritos por Charlie Brooker não têm continuação. Há gente que já larga mão quando sabe disso, então, mais uma vez a lembrança.
Na linha da primeira impressão é a que fica. Fica responsável por fazer você seguir com a série, Pessoas Comuns dá o recado. O episódio dirigido por Ally Pankiw aborda a história de um casal bacana que entre outras coisas deseja que a mulher engravide. Amanda (Rashida Jones) sofre um acidente grave, e em atitude desesperada, o marido Mike topa o serviço de uma start-up para salvar as funções cerebrais de quem ama. Tipo, um aplicativo dentro da cabeça.
Interpretado e bem por Chris O’Dowd, o soldador Mike rala como pode para pagar o serviço que deixa a cabeça de Amanda de boa. E isso vai virar bem mais do que uma dor de cabeça.
Black Mirror mantém a pegada que mistura tecnologia. Futurismo, e a tênue linha pessimista/otimista. É por aí que entra o episódio 3, “Hotel Reverie”. Dirigido por Haolu Wang, é um dos que provavelmente ficará na minha mente e nem precisarei de alguma parafernália estilo...Black Mirror.
Nessa história, uma tia dona de uma antiga empresa produtora de filmes, creio, tá na pindaíba. Por meio de uma agência, topa que façam uma refilmagem do “clássico cult” Hotel Reverie. Em que a estrela de cinema Brandy Friday. Interpretação de boa de Issa Rae, a personagem é muito fã da antiga produção originalmente em preto e branco, e faz questão de participar. Como protagonista, que na versão original é de um homem.
Nessa produção que entra Emma Corrin. Ela é Dorothy Chambers, atriz que fez o papel da mulher do par principal. Neste caso, com Brandy. Dorothy, na vida fora das telas, morreu de overdose e teve sua carreira bastante visada e tal. Então, por meio da empresa ReDream, Brandy é inserida no set de filmagem da época. Óbvio, que o elenco não sabe que ela veio do futuro. Corrin empresta aquele ar de celebridade da era de ouro do cinema, ao mesmo tempo em que transparece sempre com ar de tristeza melancólica. Só por aí, nota-se a minha admiração por sua atuação. Ela é bem conhecida, entre outros trabalhos por The Crown, ao interpretar Lady Di quando jovem. Também está em Nosferatu, e, em 2022, estrela O Amante de Lady Chatterley. Destes, assisti apenas o último – depois de vê-la em Black Mirror- por isso disse ter sido apresentado. Enfim, este episódio ficou bem bacana.
O penúltimo talvez seja meu preferido. Sinceramente, talvez não pelo roteiro – todos valem a pena – mas é pela expectativa não frustrada de desfrutar de Paul Giamatti. Dirigido por Chris Barret e Luke Taylor, o episódio Eulogy é, sem dúvida, um dos mais tocantes.
Giamatti faz Philip, um cara já de meia idade meio amargão com a vida. Ele recebe a notícia da morte da ex-namorada, que não a via sei lá, uns vinte anos, por meio de uma ligação meio esquisita. Uma pessoa que pediu para ele participar do funeral de um jeito imersivo. Já que ele (Giamatti) mora nos States e sua antiga paixão, na Inglaterra.
A imersão se dá por meio de um kit enviado para a casa dele, que a tiracolo vem com uma assistente virtual para auxiliar o Philip a colher lembranças da falecida que possam ser usadas na homenagem.
O problema é que o personagem vivido por Giamatti detonou as fotos da época em que eles se conheceram e tal, época de faculdade me parece. Ele recortou o rosto da mulher de todas as imagens. Mesmo assim, com a insistência da assistente virtual ele rememora o relacionamento complicado que teve com Carol. Menção também para participação legal de Patsy Ferran na pele da guia assistente virtual. Pelo pouco que li em sites especializados, Eulogy é dos melhores dessa temporada por abordar o luto e tal.
Olha, ainda tem mais três episódios. Mas, vou deixar quieto, nem sei se você ou alguém chegou até aqui. A groselha da vez ficou comprida.
Bête Noire, com Siena Kelly, Rosy McEwen, e Bailey Smith, está bem falado.
Brinquedo talvez seja o mais ficção mesmo. Ou, não. Vale muito as interpretações de Peter Capaldi, e Lewis Gribben que fazem o personagem principal (um nos dias atuais, o outro quando garoto). Ah, sei lá, percebi uma mini homenagem ao filme Trainspotting. Quem assistiu e lembra do Ewan McGregor na bagaça de repente vai entender a viagem.
Por último, e o mais longo, com mais ou menos hora e meia, USS Callister – Infinity, vai atingir sobretudo quem conhece do universo dos jogos on-line. Tipo, meu filho, talvez. Cristin Milioti (de How Met Your Mother, e The Penguin), vai muito bem. Assim como Jimmi Simpson.
Como sou dinossauro mais para Paul Giamatti, esta história fica na lanterna. Mas, esclareço, não é ruim, todos os seis são assistíveis, com certeza.
E é isso. Se já viu, legal, se puder diga aí o que achou. Ou, fica a dica.
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Não parece, mas rola um esforço escrever por aqui. Mas, de boa, tá fácil para ninguém, né.
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