Filme 1922, ou como a vida vira um poço sem fim


Foi lançado em 2017, só vi agora em 2025, o filme 1922 é um bom entretenimento. Produções baseadas em livros de Stephen King resultam em coisas boas (It-A Coisa), ou nem tanto (Tommyknockers).

Este longa de pouco mais de hora e meia encaixa na pasta Dicas. Entonces, em humilde pitaco, vale a pena dar um confere na direção do australiano Zak Hilditch. Assisti na Netflix, que manda a sinopse: Um fazendeiro confessa o assassinato da esposa. E esse é só o começo desta trama macabra baseada num livro de Stephen King.
O fazendeiro em questão é Wilfred James, interpretado e bem por Thomas James. Ele é literalmente raiz. Não quer sair de sua terra, diferente da mulher, Arlette, vivida por Molly Parker (tinha um rosto conhecido, aí fui ver e ela esteve em House of Cards). Ela deixa claro que morar no campo não é pra ela, tava a fim de vender o terreno por uma boa quantia – havia gente interessada - e ir para a cidade. Porém, aparentemente, era voto vencido, pois o filho ainda adolescente Henry, encarnado por Dylan Schmid, gostava da lida rural.
Daí acontece o crime que dá início de vez ao drama e. depois, o terror de 1922. A história é contada na visão do pai. Com requintes de crueldade, misturado a cargas de arrependimento, ódio, um pouco de religião, James narra o ano em questão.
Ao estilo “quando tudo parece que vai dar errado é que dá errado mesmo”, a vida e o relacionamento de James pai e James filho ficam carregados dia após dia.
O sentimento de culpa toma o filho, que entra em um relacionamento com a filha do casal vizinho. E isso o ajuda de formas distintas. Se você vai assistir, beleza, não vou dar spoilers sobre o lance do jovem par.
Paralelo a isso, é Stephen King, né. O terror origina-se por meio de um poço e vai infestar cabeça, casa e mente do personagem de Thomas Jane. A participação de Molly Parker também é digna de menção. Nos poucos minutos em que atua, faz valer gestos e expressões.
1922 talvez não traga nada de inovador ou surpreendente. Entretanto, vale pela ambientação de época, do questionamento da moral e dos bons costumes, do afeto mesmo que “torto” do pai pelo filho. Aqui, um adendo: o carinho da mãe existia e aparece sutilmente na cena em que o garoto vai para a aula, eu acho, e ela “cobra” o afago de todo dia.
Coisa que me pegou desprevenido foi na hora dos créditos. A trilha sonora foi produzida por Mike Patton. Na real, o que mais desejava era falar disso. Um detalhe mais sentimental que tudo. O cara é aquele mesmo, do Faith No More. Banda de funk metal que fez sucesso principalmente nos anos 90.
Ah, achei muito bacana! O soundtrack é todo instrumental. Gosto muito dele, além de cantar bem, também compõe e, dizem, é gente boa pacas. No pós-pandemia ficou malzão emocionalmente. Faz horas que não acompanho sua carreira. Espero que esteja bem.
Olha, fico por aqui. Sim, o longa tem bem mais nuances que deixei de apontar. É uma boa opção pra tipo assistir comendo uma pipoquinha, um lance meio despretensioso. Ou, não. Vai que minha impressão tá errada, né.
Qualquer coisa, teça suas considerações.

Se puder apoiar este que escreve, agradeço. Qualquer coisa entre em contato. Ou faça um Pix, a chave é blogdokisho2@gmail.com
Não parece, mas rola um esforço escrever por aqui. Mas, de boa, tá fácil para ninguém, né.
Nas redes, estou em
Substack - @lucianokisho
Threads – lucianokisho77
Twitter - @KishoShakihama
Se cuide. Abraço

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Toucas pra que te quero, sabadão foi Bar, Bravo e meio