Só li agora, Um Conto de Duas Cidades cai bem em tempos de cólera

Só li agora. Aproveitar que o 23 de abril é Dia Mundial do Livro – sinceridade constrangedora, nem tava ligado nisso - a dica é Um Conto de Duas Cidades. Classicão – um dos - de Charles Dickens. Tropecei nesta obra sei lá porquê. Apareceu pra mim na Skeelo, de grátis, e aconteceu. Que bom.

Lançado em 1859, o catatau de umas 400 páginas tem como pano de fundo a Revolução Francesa. Mais precisamente, o terror em que se transformou a bagaça. O motivo foi nobre, a crueldade bem retratada pelo romancista britânico que viveu de 1812 a 1870 não poupa nenhuma classe social.

Se você é uma dessas, deixe a primeira impressão de lado. Os cento e sessenta e poucos anos da obra prima desabonam nada aos dias de hoje. Tem drama, romance, aventura. E, claro, crítica social a dar com pau, literalmente.

Basicamente, Um Conto de Duas Cidades… vixe, difícil o tal basicamente. A história começa anos antes de estourar a Revolução, em 1789. Entre Paris e Londres. Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou Morte.

Foi mal, mas na cara dura, vou mandar essa sinopse que achei bacana, da editora Texugo. Meio que resume o que eu gastaria pra dizer, do jeito que eu enrolo.

“O autor evita o posicionamento político, centrando a narrativa nas observações de cunho social e no impacto individual que aquele processo impingiu a pessoas de todas as camadas. O aristocrata, o burguês, o camponês, o malandro, o vagabundo. Estão todos ali. 

De um lado, encontramos personagens como o ex-prisioneiro da Bastilha, doutor Manette; Charles Darnay, o aristocrata que rompe com a família e com sua classe social; o senhor Lorry, a personificação do inglês sistemático e virtuoso; a senhora Defarge, face cruel e impiedosa das jacqueries; o enigmático Sidney Carton, aquele que confere à trama o que ela tem de mais romanesco e sem dúvida um dos grandes personagens da literatura inglesa.

Todos eles de personalidades marcantes, na melhor tradição do romance folhetinesco. De outro lado, contrapõe-se a multidão: o povo miserável de Paris e de seus arrabaldes, ora animalizado na pobreza à qual os empurrou uma voraz aristocracia, ora plateia ensandecida do espetáculo dantesco de "La Guillotine".”

Pelo que entendi, a obra foi feita em partes, saía semanalmente. Depois, virou livro com ilustrações. A publicação que li, por meio digital, é só texto mesmo. Tradução de Rafael Bonaldi, 2023.

Imaginar o ambiente contraste aristocracia x pobreza extrema da época, os sentimentos de injustiça, a ira, a raiva do povo transparecem de formas bem palpáveis aos olhos da escrita de Dickens.

Do outro lado, o amor, a resiliência, a camaradagem também. Até da onde menos se espera. Hoje, então… As passagens, o clima de suspense, em que os personagens atravessam de um país para outro, estão lá para evidenciar o quão versátil era o escritor.

Longe de ficar em rame rame tedioso, ou homéricos narcisísticos travestidos de lição de moral, Um Conto de Duas Cidades tem partes dignas de thriller bem feito, com reviravoltas e revoltas.

Guilhotina, Vingança, Serrador, espião. Dickens sabe dar nomes e apelidos com a destreza de preterir alcunhas de personagens históricos da França.

Preciso dizer mais nada. Estou é chato, já, como escrever com a mão esquerda. Só saiu e expelirá garranchos insapientes. Do auto da minha leigacidade, encerro com a impressão do livro ser – entre outras tantas pás de coisas - um libelo humanista, pacifista. Ou, não?

Se já leu, nada disso é novidade. Se quiser mandar a ideia, beleza. Ou, fica a dica para dar um tempo nos streaming da vida. Ao menos dê uma intercalada. Pelo que pesquisei rapidinho encontra valores bem em conta.

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Não parece, mas rola um esforço escrever por aqui. Mas, de boa, tá fácil para ninguém, né. Brigadão pela companhia.

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