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Mostrando postagens de janeiro, 2025

Natasha Lyonne e Carrie Coon seguram As Três Filhas

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As Três Filhas entrega o que se espera dele. Um drama familiar que tem Natasha Lyonne e Carrie Coon a darem um peso a mais no filme lançado no Brasil em 2023 e dirigido por Azazel Jacobs.  Se não assistiu, o longa de 1h40 parte da fita que três irmãs se encontram em um apartamento em Nova Iorque para cuidar do pai, cujo estado de saúde tá mais pra lá do que pra cá.  O apê é da família, e a moradora oficial é Rachel, interpretada por Natasha. Gosto do trabalho dela desde Orange is the New Black, depois Boneca Russa.  Rachel seria a irmã que “não deu certo na vida”. Sinceramente, sua voz que parece sempre rouca aliada à atuação sempre causa alguma reação. Não sei se é pra achar engraçado, eu rio às vezes. Ela é diferente, né.  As três meio que se revezam para cuidar do pai, na real Rachel prefere ficar mais de fora do rodízio. Essa é apenas uma das situações que gera conflito entre elas. Sobretudo para Katie, a “líder” das sisters. Carrie Coon tem atuação bem legal e ...

Pesado, A Garota da Agulha é filmaço

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  Olha, A Garota da Agulha é muito bom. De repente a impressão deve-se a ter assistido no fim de semana e estar impressionado. Pode ser. Porém, não é toda vez que isso acontece.  A produção dinamarquesa dirigida pelo sueco Magnus von Horn tem umas duas horas e também concorre com Ainda Estou Aqui ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Nem pergunte se está a altura do representante brasileiro…porque a resposta é sim. Inspirado em fatos verídicos, Pigen med nålen (título originalzão) merece ser visto no cinema. Não tive essa sorte.  O drama/terror psicológico conta a história de Karoline (Victoria Carmen Sonne) no pós primeira guerra mundial em uma miserável Copenhague. Ela é uma operária, grávida, sem emprego, ferrada mesmo, e encontra abrigo no peito de Dagmar (Trine Dyrholm). Que faz parte do show em preto e branco agonizante criado por von Horn.  O longa tem aquele clima desesperançoso, poucos momentos que permitem ao espectador relaxar. A atuação da dupla dinamar...

Eraserhead, ou, pra não dizer que não falei de David Lynch

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Reprodução  E fazem oito dias da morte do David Lynch, falecido no último dia 15. Cinco antes de chegar aos 79 anos. Aliás, sua família pediu para a legião que o admira que no dia do seu aniversário separasse um tempinho para meditação. Motivos para isso certamente existem aos montes.  Diante do pacote taliban/fascista anunciado pelo trumpista, Lynch foi abençoadamente poupado de um surrealismo de quinta categoria. Surrealismo que o diretor exibiu de maneira criativa e inconfundível desde seu longa de estreia.  Na caruda, pego carona na rabeira de lembranças e homenagens ao formidável cineasta nascido em Montana para falar sobre Eraserhead.  Nesse momento Só assisti Agora, digamos que o “trabalho de conclusão de curso” de Lynch - o longa de 89 minutos só saiu com uma for$inha do casal Jack Fisk e Sissy Spacek (ela mesmo, a famosa atriz) - é prenúncio do que viria nas décadas seguintes. Na produção do suspense/terror, ele teve apoio da American Film Institute no per...

Recolocar Maria Callas nos holofotes é o mais importante

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Cartaz na entrada do cinema  Imagem: Blog do Kishô  Longe de ser radical como Onassis, que odiava o estilo, ópera não figura entre os favoritos. Talvez pela falta de acesso que causa desconhecimento. Música clássica eu gosto, porém, sinto falta de desfrutar com mais propriedade.  Maria, filme baseado na cantora Maria Callas, certamente pega mais em quem entende dessas vozeirões e árias e concertos.  Assim, posso dizer que assistir o longa protagonizado por Angelina Jolie foi meio aleatório. Tanto quanto o musical/drama de duas horas ser exibido em apenas uma sala de cinema em Campão. Dirigido pelo chileno Pablo Larraín e escrito por Steven Knight, o longa parte dos últimos dias antes do falecimento da Maria Anna Cecilia Sofia Kalogerópulos. Cidade Paris, ano 1977.  Maria Callas meio que repassa sua vida em seus devaneios e fugas da realidade à base de medicação pesada e numa tentativa quiçá oculta de voltar a cantar bem.  Na real, suspeito que, até sem quer...

As Vantagens de Ser Invisível é não ser ultrapassado

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  Mais um filme sessão: “vou assistir uma coisa light pra ir dormir de boa “. É… deu mais ou menos. As Vantagens de Ser Invisível é filme jeitão adolescente/juvenil bem acima da média.   Produção de 2012, volte e meia avistava o cartaz do longa literalmente escrito e dirigido por Stephen Chbosky, mas não dava muita bola. Tolinho, eu. Poucos dias atrás tropecei num reels da Mubi, cena da Emma Watson, braços abertos ao som de David Bowie. Senti.  Fui falar pra filhota, e ela mandou: “já vi o filme e li o livro!”. Caraca, tou bem por fora mesmo rsss. Olha só, nem vou me alongar, então. Tentarei, ao menos. Difícil cê não ter visto. Caso contrário, e, sobretudo, se for mãe/pai ou tem gente entre sei lá, 15, 16, 17, 18 anos, da qual nutre afeto incondicional, vale a pena. Se estiver fora deste público alvo, creio que vale o risco. À primeira vista, pensei se tratar de mais um filme sobre aluno do ensino médio (Charlie, interpretado por Logan Lerman) que não se encaixa na ...

E Machos Alfa segue sua desconstrução em várias direções

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  Difícil maratonar algo. Geralmente vejo no máximo dois episódios de uma vez, daí demoro a terminar.  Até por isso, ultimamente optei por filmes e tal. Porém, ao logar a bagaça e dar de cara com a terceira temporada de Machos Alfa…virei a noite tomada por uma “ansiedade tóxica” de saber em que desembocaria a temporada de Raúl, Pedro, Santi e Luis.  Nestes últimos dez episódios criados por Alberto e Laura Caballero a desconstrução continua. E, não só do machismo. Da vida deles e das mulheres que compõem o núcleo original.   Desconstrução nesse caso serve para coisas boas e ruins.  Convém sempre avisar: a série espanhola é comédia na acepção do que isso significa. Nossa, depois desse tom com ar de chatice torna-se mais conveniente parar por aqui e assistir. Se já viu, fazer outra coisa, sei lá.  Mentiras, anarquia romântica, mentiras, religião na parede e sobre a pia, mentiras. Percebe-se que um dos fios condutores da trama segue firme e forte. Óbvio,...

Cem Anos de Solidão, ou Macondo, graças a deus

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Cem Anos de Solidão. Difícil falar algo sobre a minissérie. Melhor assistir. Ou, ler. Ou as duas coisas.  Depois desse momento clichê merecedor de pelotão de fuzilamento, bora tentar fixar somente no presente audiovisual. Dirigida pela colombiana Laura Mora Ortega e o argentino Alex Garcia López, logo no primeiro dos oito episódios mostram que investiram bem na produção.  A sensação de vastidão, abrangência das coisas, da sensação de poeira épica traz a lembrança da obra prima de Gabriel Garcia Márquez.  Fica gelo, mesmo se não experimentou tocar no livro, entenderá a saga da família Buendía.  Se caiu de paraquedas, momento sinopse mequetrefe:  Cem Anos narra a trajetória iniciada por José Arcadio e Ursula. O casal decide deixar a região que mora para se livrar de uma maldição. Leva junto uma galera e andam, andam, andam, mata adentro até cansarem. E fundam Macondo.  O povoado é o cenário central da saga que atravessa gerações da família Buendía.  P...

Dahomey é o tesouro africano para tentar o Oscar

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Ó, vai parecer que não, pensei em falar sobre Dahomey antes do terremoto de domingo proporcionado por Fernanda Torres sobre o Globo de Ouro, hein?!  Dahomey aparece como pré-indicado ao Oscar tanto para Melhor Documentário como para Filme Internacional (concorre com Ainda Estou Aqui ). Com locações na França, Benin, o longa dirigido por Mati Diop entra como representante de Senegal. Neste documentário dramatizado, o espectador embarca junto com 26 tesouros reais africanos saqueados pela França no retorno ao continente natal. Conforme a produção se desenrola é sabido que os franceses pilharam 7 mil (!) objetos. Confesso que tive de assistir duas vezes para saber o motivo do filme fazer tanto barulho entre especialistas e nos festivais. Na primeira, acho que estava com a cabeça em lugar tão tão distante e não entrei no clima. Daí, semana passada tentei de novo. Diop faz uma mistura interessante entre a realidade e a ficção, trabalha bem com o escuro, o vazio, os sons. As falas encarn...

Série em podcast explicita porque Joy Division e New Order são o que são

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  Aviso: só assisti agora Aviso 2: vale para quem gosta bastante de Joy Division e New Order Aviso 3: Mas, se curte música boa e histórias idem, pode ser que caia no seu gosto. Dito isto, o episódio que trata exclusivamente de Blue Monday já valeria o todo. Difícil alguém na face da Terra redonda jamais ter ouvido ao menos a batida inicial. Esse é o episódio 8 , o último da primeira temporada – são duas – de Transmissions The Definitive Story Joy Division /New Order (Transmissions – A História Definitiva de Joy Division/New Order). Nem sei como fui parar nesse podcast. Sim, é podcast, mas “assisti” no YouTube – tem em outras plataformas e tal. É que tive de encarar a tradução automática (e as incontáveis propagandas) para o português. Deste modo, foi meio que na raça/intuição/o que sabia das bandas, o entendimento das legendas. Bem isso, tem de gostar muito dos caras e da mina de Manchester. Ou, se virar em inglês, assim sendo, sorte sua. Os oito episódios da primeira temporada saí...