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Mostrando postagens de agosto, 2024

Wim Wenders e “aprenden-ders”, a dica é Dias Perfeitos

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  Desejaria estar em ânimo melhor. Dias Perfeitos (Perfect Days) pede isso. Ou, tem esse efeito. Sem estripulias. Sem pirotecnia. Muito menos o trocadilho sem noção no título deste famigerado texto. Foi mal, escapou. O longa-metragem lançado este ano no Brasil é a cara do seu diretor. O alemão Wim Wenders é daqueles cineastas que divide opiniões. Eu gosto muito do tiozinho que completou 79 anos no último dia 14. Tem Paris Texas. Asas do Desejo, Buena Vista Social Club, e muitas outros filmes porretas e premiados. Porém, o que mais lembro é bem menos badalado Até o Fim do Mundo, de 1991. Dias Perfeitos se passa em Tóquio, onde Hirayama leva uma vida sem luxo. É encarregado de limpar banheiros públicos, tem um carro com som de fita cassete. Atenção para a trilha sonora, majoritamente de nomes conhecidos dos EUA. A “jukebox” ou “playlist”  do Hirayama-san é muito boa, em minha opinião. Velvet Underground, Patti Smith, Lou Reed, Otis Redding, Nina Simone, e mais coisa. Fina. Em cada trecho

Abertura de Festival de Música Clássica foi em modo quem não foi, perdeu

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Eita que no dia seguinte da exibição do curta Macário (tema do post anterior ), lá estávamos novamente nas dependências do Glauce Rocha. Dia 26 de agosto. Segundona de feriado. De abertura do festival Encontro com a Música Clássica. Junto com a Orquestra Sinfônica de Campo Grande. Na boa, quem realmente gosta de música deveria ter ido. Perdeu. Foram os espetáculos musicais menos clássicos em que já fui. E isso tem nada, mas nada, de ruim. Sob a batuta de Eduardo Martinelli, e seu karma com microfone, e Rodrigo Faleiros, valeu demais o molho que os convidados da noite deram. Precisamos falar e divulgar mais Marco Lobo. Percussionista destruidor. Lembrou Naná Vasconcelos, falecido em 2016 e que neste mês completaria 80 anos. Sei lá, impressão minha. O baiano foi o principal destaque da primeira parte do espetáculo no Glauce, que abrigou bom público. Junto a Marcos Assunção (outro cujo trabalho carece de mais apreciação), formado na própria UFMS, um “filho da terra” e violeiro de mão chei

Macário evidencia potencial de Campo Grande para cinema

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  Cartaz afixado na entrada do Glauce Rocha no dia da exibição Foto: Reprodução/Blog do Kishô O rolê aleatório da vez foi parar no cinema. Quer dizer, no Teatro Glauce Rocha. Assistir Macário. Curta-metragem de 25 minutos baseado em texto teatral de Álvares de Azevedo e empreitada encarada por resilientes apaixonados pela sétima arte. Dirigido por Felipe Feitosa, o projeto tem apoio da Lei Paulo Gustavo e surgiu de dentro da faculdade em forma inicial de Trabalho de Conclusão de Curso na UFMS. Junto com Feitosa, a realização tem Aram Amorim, João Gabriel Pelosi e Esdras Dürks. O curta foi rodado todo em Campo Grande. Aliás, em pleno mês de aniversário da cidade não haver ao menos uma programação audiovisual alusiva aos festejos de 125 anos dessa capital de quase um milhão de gente diz muita coisa. Desde a ausência de instalações bacanas para projetar produções, a quase invisibilidade porque passa a galera que curte de verdade cinema (e eu que já achava pouco a época do Cine Cultura na

Em ritmo de aniversário da cidade, seis sons Campo Grande

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Imagem ilustrativa distorcida - Blog do Kishô Cá estou para mais um momento Campão, Big Field, Cidade Morena, Campo Grind (acertou quem Desconfia De Onde colei essa), e tal. Aniversário da minha cidade, 125 anos, neste dia 26. Já sabe, né. Desculpazinha ideal para listas. Meio que atualizo o que disse em agosto de 2023, tem ao menos quatro textos sobre músicas, e artistas crias ou que se criaram por estas bandas. Se na anterior, foram Dez músicas para Campo Grande no modo aleatório , desta vez, serão apenas seis. Olha pelo lado bom, as produções são bem mais recentes. Até pensei em por na lista ao menos mais dois nomes, só que são do interior. Se pá, fica para outubro. Outra coisa, nenhuma das dicas está na lista do ano passado. Feliz comigo mesmo. Sinal que consegui escutar coisas diferentes, saí da zona de conforto. Se é do seu gosto, aí já não sei. Reflexo das minhas andadas, a pegada acabou bem roqueira. Apenas dois sons furaram essa bolha. Em comum, a sensação da galera estar ness

Sepultura, brigadão mesmo

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Imagens: Blog do Kishô Como escreveu Thales de Menezes em certeira crítica de um show em 1996, dá aquela sensação de “banda do bairro que deu certo”. Aliás, essa aparição foi em Sampa e, sim, estava lá. Era uma das 4 mil vozes no Olympia. Se a memória não trai, a penúltima exibição da formação histórica. Quase 30 anos agora em Campão. Na turnê despedida. Vieram para cá no começo dos anos 2000. Perdi. Desta vez, não iria novamente, mas... presente de aniversário que ganhei da filhota. Chato, né?! Na hora da compra do ingresso, fim de abril, já balancei. Essa semana que precedeu o show tava meio borocoxô. Porém, com a proximidade das horas, caiu a ficha, “meu, vou ver os caras!”. Que foda. Inevitável não lembrar do outro show. Aquele em Sampa. Emocionei de novo. De um jeito mais tiozão, talvez. De observar a galera quebrando tudo na pista. “Antigamente era nós lá, Kishô”, disse um conhecido que avistei dentro do ginásio e não trombava há um tempão. Verdade. De todo modo, saí quase rouco

Só escutei agora, pós punk da Motorama é melancolicamente bom

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Reprodução Rapidinho aqui pra dizer que só escutei agora: Motorama. Banda pós punk russa (ao que indica, de Rostov). Doido, né? E, parece, é bem conhecida. Inclusive tocou este ano no Brasil  e tal. Insólita também foi a maneira como cheguei nesse som. Dica da Patrícia. Valeu. Cara, se você conhece o trampo de Irena Parshina no baixo, da bateria de Michail Nikylin, e da guitarra de Vladislav Parshin (fora o pessoal que acompanha), tá ligado no que a galera do contra vai dizer. É muito Joy Division, rock inglês, etc. Parece mesmo. O vocal do Vladislav lembra um pouco Ian Curtis – óbvio, Ian Curtis é Ian Curtis e fim de papo – e, se tivesse o clássico sotaque difícil não cravar ter saído de algum lugar da Inglaterra. Assino embaixo. Tanto que passei boa parte do fim de semana a escutar os álbuns que começaram a sair a partir de 2005. Ow, para ver como a verve “só escutei agora” faz sentido, apenas no Spotify, tem duas faixas que passaram das dez milhões de execuções. A mais “pop”, Heavy

Sem clima de fim de feira, só escutei agora Beca Rodrigues e Gaia Arte

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  Beca Rodrigues e Gaia Arte lá na Feira Ziriguidum “Eu tento ser otimista, mas as minhas paranoias não me deixam sair do lugar.” - Interrogação – Paranoias Das coisas que, literalmente, só escutei agora. Beca Rodrigues tá na estrada faz uma carinha. Junto com a Gaia Arte que,tem Amanda Vasques - Guitarra , Iris Isis - Baixo e segunda voz, Ale Coelho – Bateria, e Anne Torrecilha- Teclado. Acho que tá certa a formação né. Se mudou, foi mal, peguei lá do YouTube. Penso que devo ter ouvido em algum momento. Porém, escutei mesmo nesse sábado que passou. Meio de bobeira, cheguei do meio para o fim lá na Ziriguidum, praça do Preto Velho. Beca e Gaia Arte iam fechar a bagaça. Calhou desta vez, a feira não estar muito cheia. Melhor assim, comentou um amigo meu, da sua barraca. Dá para andar com mais calma, olhar mais sossegado as coisas. Vai ver foi isso. “Como é que eu tou aqui, cantando para ninguém ouvir, se falo verdades… o que será que eu faço, como é que eu tou aqui”. - Da Janela de Casa