Só vi agora, O Diabo de Cada Dia é pra assistir sem dó

 

O Diabo de Cada Dia (The Devil All the Time) é sobre seres desgraçados.
O longa de 2020 tem caras conhecidos como o Tom Holland, aquele do Homem Aranha, e o Robert Pattinson, de o Crepúsculo. E, muito mais. Assisti na Netflix.
Ambientado entre os anos 1940 e 1960 e nos confins dos Estados Unidos é daqueles que você não precisa fazer força para escolher um herói ou heroína, pois periga não encontrar.
Basicamente a história inspirada em livro homônimo de Donald Ray Pollock, que também faz as vezes de narrador no longa de duas horas e uns quebrados, conta as passagens de Arvin Russel, personagem de Holland. O mote que permeia boa parte das situações é a religião. É um deus nos acuda.
Junte-se a isso a total falta de perspectiva e oportunidades para aquela população esquecida dos EUA, bem longe dos cartões postais hollywoodianos, novaiorquinos e etc.
Quando criança, o personagem bem interpretado por Holland, até que tinha alguma esperança. O espelho era o pai Willard (o sueco Bill Skarsgard, que está na refilmagem de O Corvo), pois a mãe Charlotte (Haley Bennet) foi-se logo de início. E sua ida dá a largada aos infortúnios na vida do filho. Seu pai, envolta com os traumas da guerra e o fervor da religião, ajuda a detonar sua descrença nas pessoas.
Mesmo assim, Arvin tentou. Imaginou que as coisas iriam melhorar ao morar com a tia e o tio, e a filha que viria a ser como uma irmã – Lemora, interpretada e bem pela australiana Eliza Scanlen.
Porém, a religião, ou, sei lá, o mau uso dela, pregou outras peças. Sobretudo em quem mais amava e, defendia, literalmente na porrada. Nesse contexto entra em cena a atuação surpreendente de Robert Pattinson. Na pele do reverendo Preston, ele chega ao povoado. Saca?, naquela linha meio galã, meio bom de papo, quase como na música da Legião Urbana: dizia que era crente mas não sabia rezar. Pois é, nessa vibe aí.
Como não assisti inteira nenhuma atuação de Pattinson em outras coisas, arrisco a dizer que foi a melhor atuação que vi dele. Quase não o reconheci. Brincadeiras e pegação no pé à parte, ele realmente é um dos pontos altos do longa dirigido pelo novaiorquino Antonio Campos, de 40 anos.
Outras histórias desembocarão na vida do personagem vivido por Holland. Como Sandy, irmã de Lee (Sebastian Stan), o xerife da região em que o personagem principal passou com a mãe e o pai.
Jason Clarke e Riley Keough
Imagens - Reprodução
Sandy é casada com Carl (Jason Clarke) um sem noção e a diversão do par é usá-la de isca para atrair jovenzinhos que pedem carona na rodovia e, depois, eles ficam mal na foto. Feios de matar.
Ela, protagonizada por Riley Keough, não. Manda muito bem ao viver a dualidade entre ser má ou sair dessa. Para isso, teria de largar o parceiro que está longe de gerar alguma empatia.
O Diabo de cada dia é baita filme. Carregadão, personagens saídos, vai lá, de mistura de Vidas Secas e Sin City. Pode-se pensar na carga psicológica, na mencionada verborragia religiosa, e na sociedade em geral. Lembrei do Dimas, citando som do Ratos de Porão: selvageria e miséria sempre andam lado a lado. No caso em questão, vem a calhar.
E muito bem dirigido, roteiro tem aquele arco que as coisas se encaixam e o fim vai dar lá no início.
Deu, né. Vai que não assistiu ainda. Depois fala aí . Se já viu, demorou, mande sua opinião.


Se curte o bloguinho, apoie. Ou dá uma força a este que escreve.
Via PIX, a chave é lucianoshakihama@gmail.com

Quiser trocar ideia pelas redes
Threads – lucianokisho77

Do jeito que tá, parar é cada vez mais uma opção.
Abraço

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Dica da vez é o punk rock do Bravo e Meio Complicando Coisas Simples