O que tem a ver roda punk macho com sessão de cinema tomada por garotas


E aí, beleza?!


Eu queria achar conexão entre o episódio da Rádio Novelo, sobretudo a parte que versa sobre roda punk, pogo, e tal. E, como me impactou assistir Meninas Malvadas, o Musical, em uma sala de cinema tomada por garotas.


Se não escutou o episódio do podcast, saiu no último dia 18, falo especificamente sobre o primeiro ato. Começa meio morno, numas de explicar o que é uma roda punk, bate cabeça e tal. Depois, melhora muito. Aproveita e ouve inteiro. O lance das brasileiras em Bragança, Portugal, é sinistro, para dizer o mínimo.


Volta à roda em que rola entrevistas com gente boa do punk e rock brasileiro. Abre espaço para as roqueiras falarem o que pensam e o que já passaram nesses climas que teriam de ser só de descarregar a energia e mandar umas porradas sem olhar a quem. Na paz.


Para quem não entende ou jamais vivenciou a bagaça é difícil ilustrar. Quando era bem mais novo, participei de algumas. Era muito foda. Em comparação grosseira, sensação estilo Edward Norton em Clube da Luta, quando ele saía na mão com alguém. Com a diferença, óbvio, que sair machucado de verdade era raríssimo no nosso caso. O podcast ilustra bem isso.


Uma vez, fim dos anos 90, acho que era Cássia Eller no palco, em Campão, pelo projeto que apelidei carinhosamente de Temporradas Populares, fui com uma amiga. Levou um soco na boca no meio da multidão. Era a primeira vez dela nessas muvucas. Ficou pistola.

Na hora, meu espírito de porco achou graça. Depois, quando vi o regaço, passou. Hoje, entendo muito mais do que ela sentiu. Menos mal, né.


Ao escutar o podcast, meio que tudo isso voltou á minha cabeça. Partes boas e as ruins. Pode ser memória seletiva, impressão de que naquela época a camaradagem era maior em contraste, talvez, com menos gente nos “movimento”. Ou simplesmente, o tal do “no meu tempo...”

O lance de todo mundo parar de pogar, ou bater cabeça, ou coisa parecida, para atender alguém que caiu feio ou se machucou era e, espero, do código não-escrito da galera que curte dançar desse jeito.


Coisa que não mudou muito é a maioria ser do sexo masculino. Isso é, no mínimo, chato.

Por outro lado, a Rádio Novelo aborda com bons pontos de vista, se a saída são as rodas só de meninas – no meu tempo de “banger mal” inexistia essas ações - ou seguir resiliente na tentativa do espaço ser para todo mundo e expulsar quem for tóxico.


E o que tem as Meninas Malvadas serem maioria na plateia do cinema com isso? Minha dúvida é: o quanto os meninos e homens querem mudar a situação? Em minha posição de leigo pacas, ancorado apenas na vivência e, influenciada sim pela paternidade, vejo pouco esforço dos carinhas.


Assistir produções como essa, por mais descartável ou sem profundidade que aparenta, pode fazer com que os carinhas e os caras entendam um pouco as minas. 


Mesmo que, na brincadeira, ou que capte o mínimo, pouca coisa é melhor que nada. Tudo bem, tem de dar um desconto, na média, nós, moleques, demoramos muito mais para amadurecer do que vocês. Todavia usar isso como desculpa é bola foraça.


Em pleno 2024 discutir o direito delas se divertirem em show – ou em qualquer lugar – já é sintoma de que muitíssima coisa está errada. Essa merda de machismo incutida desde os primórdios mostra-se como sei lá, diabete. Dificílimo de extirpar. Desse modo, que seja controlado no máximo nível possível.


Por mais minas pogando, manda ver nas rodas, empurrar a galera, ou, porque não, trazer coisas diferentes para a cena.

E mais manos a curtir Barbie, Annie with an E, Meninas Malvadas, e outras coisas que agora fugiram da minha mente cansada. Sempre na paz, no respeito, aí geral ganha.


Eita que bateu sonhador em nível hard por aqui enquanto Bad Brains martela nos ouvidos.

Que seja, rende boas discussões e opiniões muito melhores abalizadas que o palpiteiro que aqui escreve. 

Qualquer coisa, diz aí o que pensa da coisa toda. 


Segue o vídeo do Devotos do Ódio que tá lá no site da Rádio Novelo, também. A imagem lá de cima, como pode notar, printei daí. 




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Abraço, se cuide.

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