Curta Ovelha Negra. O diretor falou com o bloguinho
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Opa, beleza?!
Farei uma pequena intervenção no Modo Retrospectiva. Já que perguntei e ele respondeu rapidão, bora lá.
Davi Pierre, pernambucano, 38 anos, radicado em Campo Grande desde 1998, dirige e atua no curta Ovelha Negra – O crime não tem cor - , lançado no primeiro dia de 2024.
A produção independente de quase nove minutos tem na direção de fotografia, o Kão. Sim, esse mesmo, figura icônica da cena cultural de Campão, sobretudo do punk rock da Cidade Morena. E, ele foi a ligação com Davi Pierre.
Acho que é a primeira vez que trato sobre curta-metragem por aqui. Bem, tratar, tratar, ainda não vai ser desta vez. Caso você assista, tire suas conclusões sem correr o risco de eu influenciar vossa opinião. Não que minhas observações tenha esse poder, mas, melhor assim, né.
Mando por aqui, como é praxe, a sinopse:
“O filme conta a história de 2 irmãos negros e gêmeos que estão de lados opostos da Justiça. Ovelha Negra que tem como subtítulo “ o crime não tem cor” é um filme de ficção com duração de 8m50s e quer mostrar através da 7ª arte que a cor da sua pele não caracteriza o seu histórico criminal.”
Momento Parte do Release:
Davi Pierre e Marco Kão já trabalham juntos na produção de filmes há cinco anos, onde a parceria já resultou na finalização de quatro filmes, sendo um longa metragem “Daqui a Lua”, 3 curtas metragens, Outra Chance, Perto do Fim e Ovelha Negra
Lembrete dos caras:
O curta é exibido de forma privativa no canal do YouTube. Quem quiser assistir deverá seguir as instruções na descrição do trailer do filme CURTA METRAGEM OVELHA NEGRA | Trailer Oficial
A produção não poderá ser distribuído de forma pública. Isso porque a ideia é percorrer festivais nacionais e internacionais de cinema.
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| Bastidores de Ovelha Negra |
Isto posto, Davi Pierre, nesta quinta, dia 4, respondeu por texto as indagações. Confira:
PERGUNTA: Qual é a sua profissão: Policial, músico, técnico de som, ambas as opções?
RESPOSTA - Tenho 38 anos, sou pernambucano de nascença e sul-mato-grossense de coração desde fevereiro de 1998. Sou policial há 15 anos. Sou músico e cineasta por insistência e teimosia da opinião alheia.
P - Como surgiu a ideia de fazer o curta?
R - Ovelha Negra surgiu no hiato das gravações do meu longa-metragem “Sala Secreta”. Estávamos passando por um momento complicado de acertar agendas dos atores presentes no longa-metragem, para não ficar parado decidi desenvolver um filme que só dependeria de um ator para acontecer. Foi aí que surgiu a ideia do “Ovelha Negra”
P - Quanto tempo durou o processo de filmagem, e edição, até ficar pronta e ir para exibição?
R - Desde a primeira linha do roteiro até o upload no YouTube do filme finalizado durou exatamente 3 meses. Comecei a escrever o roteiro no dia 29 de setembro de 2023, às 18h24, e fiz o upload do curta no dia 28 de dezembro de 2023 por volta das 23h. Filmamos “Ovelha Negra" no dia 12 de outubro de 2023.
P - O nome tem a ver com a música da Rita Lee?
R – Infelizmente, não, pois essa música é linda!
P - E do roteiro? A questão do racismo, o que você quis passar? Me pareceu uma linha bem tênue entre o preconceito e o vitimismo. É isso, mesmo, ou não é por aí?
R - Eu só quis mostrar que o que nos define são as nossas escolhas e não a cor da nossa pele. Por ser policial e um aspirante a artista, algumas pessoas me questionam que só os negros são presos. Eu sempre respondo que policiais não prendem negros, prendemos criminosos, o crime não tem cor.
Me traz muita infelicidade quando um negro infrator coloca a culpa da sua detenção na cor da sua pele, mas se esquece dos seus delitos tipificados no código penal.
P - Ter apenas você e o Kão no processo do curta foi intencional? Ou pesa mesmo a questão de recursos?
R - Decidi fazer esse filme com o Kão pois, apesar de muito trabalho, sabia que nós daríamos conta. O fato de o filme ter sido filmado somente em uma locação ajudou muito na minha decisão. Sei das qualidades do Marco Kão, já fizemos muitos filmes juntos e tinha certeza que ele daria conta do recado.
Sobre os recursos, não tínhamos nenhum. Só uma câmera, uma ideia de dois caras dispostos a fazer o trabalho.
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| Kão em ação - Imagens: Divulgação |
P - Pensa em tirar o curta do link privado? Se não, qual o motivo?
R - Sim, em 2 anos, primeiro pretendo inscrever o “Ovelha Negra” em festivais de cinema nacionais e internacionais, e para que isso aconteça o nosso filme não pode está disponível publicamente.
P - Pelo que rapidamente vi nas suas redes, você vem da música, do blues? O curta pode vir a ser mais um caminho ou serviu mais como experiência?
R - Gosto de caminhar pelas artes, costumo dizer que sou livre para fazer o que eu quiser, desde que não seja ilegal ou imoral. Amo fazer músicas (blues, rock, músicas cristãs e etc.) e filmes. Me desafio diariamente a aprender métodos novos de extrair meus pensamentos. Já faço música há 20 anos com mais de 30 músicas autorais gravadas e “Ovelha Negra” é o meu 5º filme. Me frustra ser horrível na pintura… seria fascinante pintar um quadro e pendurar na parede da minha sala.
P - Dependendo da repercussão, Ovelha Negra pode ter uma sequência ou mesmo ser ampliado? Ou, já tem outros projetos engatilhados.
R - Desde o início eu pensei no “Ovelha Negra” como um mini série de 4 episódios, até já tenho algo escrito para os próximos episódios que irei filmá-los ainda em 2024.
Apesar do filme ser privado no YouTube, gostei muito da repercussão pois algumas pessoas que assistiram o filme já me pediram uma continuação. Tem muitas pontas soltas no “Ovelha Negra” que pretendo amarrar nos próximos episódios.
E é isso, o que achou?
- Momento Novo Ano, Pindaíba de sempre
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