Soturna, The House é stop motion e emotion

 

O cartaz - reprodução

E aí, beleza?!


A (in)dica(ção) da vez é The House. Uma animação em stop (com muita e) motion. Eita, trocentos parênteses logo de cara. Que coisa…


Assisti semana passada a produção de 2022. The House são três histórias e a casa o palco central.


Desta vez, gostei da sinopse da Netflix: “Nesta comédia de animação de humor ácido, uma família humilde, um arquiteto ansioso e uma senhoria cansada ficam presos à mesma casa misteriosa em épocas diferentes.”


Assisti ao longa de quase 1h40 sem ter lido isso. Geralmente, quando é uma indicação de amiga, ou amigo, eu ignoro. Se pá, leio depois. O roteiro é da irlandesa Enda Walsh, e cada uma da três histórias tem diferentes direções: Emma de Swaef, Marc James Roels, Niki Lindroth von Bahr, e Paloma Baez.


Depois de ver, fiquei meio assim, em processo de absorção. Tem coisas que vejo ou escuto e na hora tenho dificuldade de assimilar tudo de uma vez. Fico a processar o lance na cabeça por mais um tempinho ou tempão, depende.


Quando isto rola, é um sinal de que, ruim não foi. The House faz pensar. Massa.

Cada uma das situações que compõem o filme passam em diferentes épocas. 


O primeiro, “E, de dentro ouvia-se o tecer de uma mentira”, creio que no século passado. Narra os acontecimentos de uma família pobre, que aceita a proposta de um arquiteto rico para se mudar para uma casa luxuosa. Com o passar dos dias, a filha observa que a mudança afetou o pai e a mãe de uma forma sinistra.


O segundo cenário se passa em tempos atuais, lembra um pouco Black Mirror. “Perdida está a verdade que não pode ser conquistada”, narra a fita de um corretor, que decide reformar sozinho a casa para por à venda. 

A ideia é deixar o imóvel com ar moderno, com tecnologias à disposição, e materiais de primeira categoria. Porém, uma infestação de besouros e larvas dará a largada para uma porrada de emoções movida a hóspedes, no mínimo, estranhos.


Já o terceiro é de uma época que, na boa, assista e tire suas conclusões. Em “Ouça novamente e busque o sol”, a casa é cercada por água, decorrente de uma gigantesca inundação. 

O imóvel agora abriga dois moradores que atrasam o aluguel e tiram a inquilina do sério. Ela tem esperanças de fazer da house voltar a ser um lugar aprazível, boa para viver e se lembrar. Sonha com uma boa reforma. Se vai virar um mar de rosas, não digo.


Soturno talvez seja uma definição certeira.

A animação é um drama. Instantes pálidos de alegria. Portanto, se você ainda não viu e pensa em algo flowers, piadinhas depois de cenas de ação ou de momentos tensos, é...melhor deixar para lá. A indicação é 12 anos.


Em minha avaliação, gratuidade explícita de violência inexiste. Agora, situações emocionais, implícitas, sobretudo nos dois primeiros episódios, desconfio que, sim. Em todo caso, recomendei para a filhota, sem problemas.


Talvez, o lado fantasia, por assim dizer, esteja nos ratos e nos gatos. Além de situações surreais, porém, nunca para encher linguiça. Ou, não. É das coisas que me fez pensar pós-créditos.


A parte artística é muito, muito bacana. Quem manja desses processos valoriza pra caramba o stop-motion, como a minha amiga que indicou The House – é dela a certeira definição Soturno para o longa - e o meu filhão. Segundo eles, não é nada fácil produzir, e com qualidade. Dá um trampo danado, cravam. Quem sou eu para discordar?


A trilha sonora é outra coisa merecedora de alta nota. Lá fui dar aquela pesquisada rala para saber algo sobre esse tal de Gustavo Santaolalla.

De boa, ele é apenas um músico e compositor argentino que já ganhou dois Oscar de Melhor Trilha Sonora, com Brokeback Mountain (2005), e Babel (2006). Óbvio, contém ironia e ignorância deste desafinado que escreve.

Ao menos, por causa The House aprendi um pouquinho mais. Santaolalla tem uma lista de participações de respeito, praticamente um rol de sugestões quando o assunto é cinema e tal.


Ainda no papo musical, adicionei às minhas playlists dois sons que rolam na animação:


Reprodução/Kishô


Aliás, Jarvis Cocker, líder da banda Pulp, manda bem também na dublagem. Produção que conta também com vozes de Mia Goth, Susie Yokoma, e Mathew Goode, entre outros.

Geralmente acompanhadas daquele indefectível sotaque britânico.

Com direito a participação especial da Helena Bonham Carter, que participa da última parte e interpreta uma moradora hippie. Sou suspeito, acho ela muito muito.


Acho que deu, né.






Se puder me apoiar de alguma forma, entre em contato.

Se quiser ajudar financeiramente – e me dar motivo para seguir a falar minhas groselhas - faça um PIX, a chave é lucianoshakihama@gmail.com

Por enquanto não rola brindes, esses lances. Se tiver a fim, posso, de repente, mandar os próximos posts por e-mail, whats ou telegram. 

Além de agradecer no post seguinte, ou pelo Insta, ou Twitter. Por ora, é o que tenho a oferecer. Foi mal.


Qualquer coisa, tranquila, tranquilo. Só de chegar até aqui, brigadão pela companhia.


- Comente aí, ou se preferir, fale comigo por:

E-mail drugstorekisho@gmail.com

Twitter – https://twitter.com/KishoShakihama

Linkedin - https://www.linkedin.com/in/lucianokishoshakihama/

Instagram – @lucianokisho77


Ah, quem quiser reler os posts do Drugstore Kishô, só clicar aqui


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Educação nos EUA sob ataque conservador é mais do que um aviso