Feito um caderno perdido
Sabe, tirei essa foto no caminho para o caminho de quase todo dia. De cima do viaduto, pontilhão.
É um caderno de desenhos. Estirado no chão há ao menos duas manhãs.
Fiquei a pensar várias coisas da pessoa que por lá deixou seus rabiscos. Sim, dei meia volta e peguei o.
Está praticamente usado por inteiro. Sem capa, creio, rasgada propositalmente. Deveria estar o nome da dona, do dono. Parece ser estudante.
Meio que me vi nessa passagem. O vento ricocheteava as folhas em um efeito bonito. Não necessariamente confortável.
Por que deixar justamente naquele ponto? Perto de penduradas mensagens, na gradinha, de que a vida vale. Sem essa de dar um pulinho ali.
Talvez nem passou isso pela cabeça. Apenas resolveu deixar por lá. Vai ver, era um peso a mais a carregar.
Quiçá seja só e somente só coisa da minha cabeça cheia de caraminholas. Coração cansado de quem volte e meia tem a impressão de ser um ser desconexo deste mundo.
Vontade de se jogar. Em mais de um sentido.
Como um caderno de desenhos ao léu.
Mundo querido aliviame
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