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Mostrando postagens de novembro, 2024

Buffalo 66 canta de Gallo. Junto com Christina Ricci, claro

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Fazia um tempo que tava a fim de assistir Buffalo 66. Tudo bem, não desde 98, quando o longa foi lançado. Uma das histórias que li foi a de que Vincent Gallo participou de algumas coisas antes pra juntar grana e poder produzir, dirigir, trilhar,e atuar. Um filme pra chamar de seu. Acho que Jhonny 316 entra nesse pacote mas não tenho certeza. Aliás, já escrevi umas groselhas sobre essa produção no bloguinho. Quiser ler, clique aqui .  Ow, Buffalo 66 tem uma pegada, sei lá, faz lembrar coisas nacionais. No longa de quase duas horas, Billy (Gallo) deixa a prisão e parte em viagem para reencontrar a mãe e o pai depois de um tempão. Em meio à saga pra achar um banheiro e fazer o número 1, topa com Layla. Christina Ricci, óbvio, manda muito bem na pele da mulher que acaba sequestrada por Billy. O motivo do crime: se passar por sua mulher diante da família. Daí entram em cena mais dois nomes de peso. Seu pai Jimmy (Ben Gazarra) e a sua mãe Jan (Anjelica Huston) se mostram legais à primeir...

Assisti agora, A Garota Ideal é comédia que às vezes transtorna

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Só assisti agora. A Garota Ideal (Lars and the real girl) diz  que é comédia com romance. Engraçado…o australiano Craig Gillespie traz ao filme de 2007 um ar nonsense, pra não dizer bizarro em muitas ocasiões.  Com Ryan Gosling muito bem no papel principal, o longa de quase duas horas é sinistro, e desenrola tão bem que, se você bobear, nornaliza a bagaça que emana de Lars e sua namorada Bianca.  Se você não assistiu, a tal Bianca é uma boneca.  A “love doll” foi comprada por Lars, um cara timidão que se revela aos poucos o que pode ter o deixado tão introspectivo. O esforço que o entorno de Lars faz em normalizar a vida do casal é digna de Show de Truman. Nisso reside boa parte da graça do longa.   Na boa, vou parar por aqui porque bateu um sono destruidor. Desses que quando for deitar, ele vai embora e te deixa na mão. Fazer o quê, né.  Mas, cara, assista.  E tire suas próprias conclusões. O filme não fez barulho considerável à toa. Depois, se p...

Se Ainda Está Aí, que tal pegar um Estranho Caminho

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  Aproveite o estalo momento cinema nacional e, se der, assista Estranho Caminho. Produção cearense de 2023, chegou em agosto desse ano aos cinemas do país (não em Campão, imagino) , pega um recorte da época da Covid para tratar sobre relacionamento entre pai e filho. Sério, não foi intencional, mera coincidência assuntar novamente pandemia e família. Dirigido por Guto Parente, o filme se passa em uma Fortaleza deserta em decorrência das medidas para evitar que o vírus se espalhasse. Lembra? Bom jamais esquecer, hein?! Negar isso é facilitar que tragédias se repitam. Ver a capital cearense traz nostalgia. Deixa… Fato é que David, interpretado por Lucas Limeira, vem de Lisboa - onde mora há um bom tempo - para Fortaleza por conta de um Festival de Cinema, em que participa com um longa. O problema é que coincide com o agravamento da pandemia, o que gera aquelas medidas para isolamento/distanciamento social. Lembra? Dali pelas tantas vai procurar o pai, que, sei lá, faz uns dez anos q...

Só vi agora, A Voz Suprema do Blues é mais que 'só' Chadwick e Viola Davis

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  Já deve ter visto, né?! E aí?! Tem Chadwick Boseman, tem Viola Davis. Só de ver a dupla em cena, é uma ideia. A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey's Black Bottom). De 2020, pensei que seria um lance meio biografia. Não é bem assim. Ambientado no fim dos Estados Unidos dos anos 20 – em região bem hostil aos afrodescendentes - o longa de pouco mais de hora e meia é dirigido por George C. Wolfe. Ele é quem também assina Rustin – do qual já escrevi umas groselhas. Quiser ler depois, clique aqui .  A maior parte do filme é nas dependências de um estúdio, onde Ma Rainey e banda são contratados para gravar um disco em um dia. Os caras dos instrumentos chegam antes no local e ficam em uma espécie de porão. A sensação de confinamento é real. Assim como a tensão nos diálogos. Racismo, religião, violência entram na conversa do quarteto musical. Todos pretos. As discussões acaloradas e com bons argumentos e sacadas não são “encheção de linguiça”, tampouco rasas. O filme é baseado em uma pe...

Literatura, pandemia, racismo, abandono, adolescência. E a dica é infantojuvenil

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  Topei aqui em casa com literatura infantojuvenil. Quem leu, gostou. Resolvi embarcar nessa. Meu avô, os livros e eu ou como resistir em tempos incertos me surpreendeu. Dentre outras coisas, tem bastante páginas a ver com o 20 de novembro (editado pois tava outubro, bola foraça). Muita consciência… A primeira edição saiu em 2021. Menina Natália, 13 anos por aí, com pandemia de pano de fundo. Em meio ao distanciamento social, boa parte das quase 180 páginas é o relacionamento dela com o seu avô paterno, João. Ateu e bem chegado em astrologia, ele ensaia uma “viagem” por meio de chamadas de vídeo ou de áudio. Os destinos são sete obras conhecidas da literatura brasileira. Mas, focada sobretudo em quem escreveu. Sete nomes. De leitura fácil, Camila Tardelli meio que divide o livro – saiu pela Editora do Brasil - por meio das apresentações das obras apresentadas pelo avô. Entre uma chamada e outra, Natália engata pensamentos recorrentes da sua fase.  Muitos questionamentos e, às ...

Ainda Estou Aqui, ou, que mulherão foi Eunice Facciola Paiva

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  Ainda Estou Aqui, todo mundo já falou um monte, e, certeza gente que conhece muito mais de cinema que eu. Na lata assim, o filme é sobre uma mulher f..., cara. Mãe, esposa, com uma coragem, resiliência, que muitos não teriam, não têm. Imagina, perder o companheiro, ficar na pindaíba, ser vigiada, e ainda ter forças para cuidar da prole, sacudir a poeira, e dar a volta por cima? Eunice presente. Fernanda Torres realmente detona, vai muito bem. Sem muito o que dizer, apenas desfrutar e aprender. O núcleo da parte infantojuvenil tem atuação bacana, principalmente Luiza Kosovski (Eliana), e Bárbara Paiva (Nalu). Selton Mello sempre com interpretação correta, bem legal, também. Fernanda Montenegro é sem palavras, né. Participação especialíssima, pra impulsionar de vez e fazer correr serenos nos olhos de quem estava na sessão ao fim das duas horas e mais um pouco. Rolou aplausos, foi bem interessante a reação. Sei lá, Campo Grande... Em dado momento confesso que esperava algum sem noçã...

De 2014, curta Reality+ tem uma cara bem atual

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 Se considerou The Substance (A Substância) ao menos intrigante, a diretora Coralie Fargeat meio que realizou um “esboço” há dez anos (2014), com o curta francês Reality+.  Em 22 minutos, a ficção científica gira em torno de Vincent (Vincent Colombe/Aurelién Muller), que implanta um chip no cérebro. Isso faz com que a pessoa que utiliza a bagaça possa escolher literalmente como quiser ser fisicamente. Aos seus olhos e das outras pessoas. Que beleza, não?!  O lance dá um ganho gigante em sua autoestima, e o leva a se relacionar com Stella (Vanessa Hessler). Mulher também adepta à “Realidade”.  Sem o terror gore da Substância, mas com aquelas alfinetadas na ditadura da estética perfeita, Reality+ é mais modesto, “pé no chão”. Nem por isso, ou talvez por isso, vale uma espiada. Curtiu? Se gosta das groselhas que escrevo apoie. PIX/e-mail blogdokisho2@gmail.com  Cuide-se

Trinta anos do álbum Dummy. Curto mais do que deveria

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   Deu vontade de deixar registrado os 30 anos desse álbum. Dummy , lançado em agosto (tinha de ser neste mês) de 1994. O primeiro da Portishead.  Zero surpresa dizer que curto bastante. Talvez mais do que deveria. Vixe, ia dizer que das onze faixas, eu tenho em minha playlist algumas.  Nem me liguei que curti… as onze. Glory Box, Numb, Sour Times, e por aí vai. Todas com aquele clima super pra cima. Brincadeira. Roads. Certeza, na lista das minhas melancólicas preferidas. Doída. Ajudado trocentos por cento com o vocal inconfundível de Beth Gibbons, que trouxe aquele ar de classe estilo jazz. E claro, o som. Adrian Utley na guitarra, e, meu, tirar o chapéu para Geof Barrow. O cara que trouxe essas influências trip-hop, arranjos bem Portishead. Resultado: que álbum de estreia! É de chorar.  Dummy destrói. Fui apresentado a esse som no finzinho da década de 90. Confesso, passei um hiato de uns bons anos. Até de novo tropeçar em Roads, ao vivo. Aquela com orquestr...

A Substância é um terror

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  O problema de criar muita expectativa é as vezes não rolar do jeito que pensava. Comigo, A Substância foi meio assim. O filme, premiado em Cannes (Melhor Roteiro), tem sim, Demi Moore em ótima forma, Margaret Qualley dá conta do recado, e Dennis Quaid muito bem. Troquei ideia com uma amiga, que manja muito mais de cinema, e ela considera que o longa de duas horas e pouco foi superestimado. Ufa, não estou sozinho. Dirigida pela francesa Coralie Fargeat, o misto de terror/ficção científica/drama vale, sim, ser visto. Em uma ponta, de repente dá para lembrar de outros filmes. Na outra, a sacada de ter como pano de fundo a bagaça meio retrô, ginástica estilo Jane Fonda, para escancarar a já vem de longe busca/glamourização/ tipificação da e de ser mulher perfeita – e eternamente jovem - em todas as formas, é bem interessante. “Lembre que você é uma só”. Só que, não sei, faltou algo pra eu dizer no fim, “caraca, que doido!”. Talvez o filme se perca um pouco no meio dele. Ou, simplesme...