Dez coisas aleatórias para (re)ver em clima de rock
Um dia que é
Mundial, mas só é comemorado no Brasil. Tudo bem, o motivo é tão
nobre que dá Rock. Vixe, depois dessa eu poderia sair de banda. Ou
ficar merecidamente solo, sei lá.
Fato é que 13 de
julho comemora-se aquele estilo que de tempos em tempos, dizem que
ele já morreu. Na boa, o Rock nasceu longe de ser visto com bons
olhos. Isto apesar da data lembrar que que há 35 anos, um evento
para ajudar na campanha contra a fome na Etiópia reuniu na inglesa
Londres e na estadunidense Filadélfia gente do quilate de Queen,
Mick Jagger, The Who, U2, Black Sabbath e por aí vai, em shows
simultâneos. Depois, ignorante fala que Rock faz mal… aborte essa
ideia.
Como a maioria das
coisas, tem para todos os gostos. Se é bom ou ruim fica a critério.
Só não generalize ou diga coisas por falar. Simples, assim.
Nesse gancho, o
leigo and roll aqui listou de cabeça dez produções para quem
quiser dar uma espiadinha por estes dias roqueiros. Tem filme,
animação, documentário, divirta-se, informe-se, bata cabeça, dê
risada, torça o nariz, fique à vontade e de boa com a sua atitude.
Isso é Rock. Hora de fazer barulho.
A ordem é aleatória
e não de preferência (seja racional ou sentimental). Sem mais
delongas, bora lá:
Escola do Rock (School of Rock)
Comédia de 2003,
que só pelo Jack Black já merece uma chance. Como o próprio nome
do filme diz, ele interpreta um roqueiro que cai de paraquedas em um
colégio e encarna o professor. Nas matérias, histórias e músicas
de bandas, um empurrão na molecada rumo aos instrumentos musicais e
tudo se transforma literalmente em um show.
Dirigido por Richard
Linklater, tem roteiro de Mike White, que também faz parte do elenco
como o amigo Ned. A Escola tem participação bacana também de Joan
Cusack, que se não me engano faz a diretora linha dura Rosalie. E a
gurizada, óbvio, manda bem igual.
Não chega a duas
horas de filme, e rola ver com a gurizada. Vai que faz escola né.
Acho que está disponível para alugar no Google Play Filmes ou no
You Tube ou no Telecine
Segue o trailer
Quase Famosos (Almost Famous)
Esse é um pouquinho
mais pesadinho. Trilha sonora setentona e tal. Sabe aqueles
estereótipos todos do rock daquela época e que, para o bem e muito
mais para o mal, volte e meia lembram? Tem uma pá deles por aqui.
Direção e roteiro
de Cameron Crowe, a comédia-dramática-autobiográfica completa
vinte anos. Outro bom motivo para ver ou rever. O cenário do longa é
a década de 70, e um garoto de 15 anos topa em fazer um trampo para
a revista Rolling Stone. Só “isso”. A missão é acompanhar a
excursão de uma banda Stillwater – Wikipédia fala que seria uma
mistura de Led Zeppelin, Lynird Skynyrd, e The Allman Brothers, Este
último sinceramente desconheço, mas as outras duas recomendo
tranquilamente.
O filme ganhou Oscar
de Melhor Roteiro Original em 2001 e ainda teve mais duas indicações.
Fora Globo de Ouro, e outros mais. Tá bom, né?! Precisa de mais
para convencer? Ah, tem a Kate Hudson, Phillip Seymour Hoffman, Billy
Crudup, Jason Lee, e por aí vai. Muita gente boa.
São umas duas horas
e quarenta de filme. Qualquer coisa tem para alugar no Google Play
Segue o trailer
Scooby-Doo e Kiss: O Mistério do Rock and Roll (Scooby-Doo! and Kiss: Rock and Roll Mystery)
Cara, quem me
conhece presencialmente sabe que passei uns 40 anos da minha vida a
torcer o nariz para o Kiss. Ainda está longe de eu lembrar deles
para incluir em alguma playlist preferida. Só que, quando vi esse
desenho – tava na grade de programação do canal Cinemax e pus
para gravar -, há um tempo nem tão distante, até criei uma
empatia.
São 79 minutos bem
animados com o encontro da Turma do “meu plano daria certo se não
fossem estes pestinhas” com a banda mais mascarada (no bom sentido)
do rock, ou heavy metal como queira. E, certamente, Gene Simmons e
companhia são os autores de um dos “hinos”, ou seria chiclete,
com o “I wanna rock and roll all night and party every day”.
Fred, Daphne,
Salsicha, Velma e o cachorrão que fala e tem uma risada difícil de
esquecer caem em um parque de diversões. O nome do lugar, mais
narcisista e cara dos metaleiros em questão impossível: Parque
Kiss.
O que segue é uma
viagem. Lançado há exatos cinco anos, dirigido e produzido pela
dupla Spike Brandt e Tony Cervone, a animação e musical ao mesmo
tempo é uma dica para os fãs das duas bandas. E, arrisco, até para
quem não é lá muito. Como este que escreve e gosta muito mais do
Scooby.
Qualquer coisa tem
para alugar no Google Play e Microsoft Store (acho que neste link
rola
https://www.justwatch.com/br/filme/scooby-doo-e-kiss-em-misterios-do-rock-n-roll)
Segue o trailer
Pearl Jam: Let’s Play Two
Se para você a
banda citada no título dispensa apresentações, para eu que gosto
de beisebol, o que envolveu esse ao vivo foi muito mais do que um
show. Jeff Ament, Matt Cameron, Stone Gossard, Mike McCready, e o
carinha, hoje mais para tiozão Eddie Vedder, sempre correspondem às
expectativas, no mínimo.
E este petardo de
umas duas horas – no caso o vídeo, beleza?! - entrega muito mais o
que promete. Pelo menos, achei. Por acaso no Canal Bis um tempo
atrás. Gravado em 2016 e lançado em 2017, Let’s Play Two é meio
que uma volta às raízes de Vedder. Estão lá, o barzinho que ele
ia, um amigo de longa data, e seu time de beisebol do coração: o
Chicago Cubs. Confesso, achava que o carismático vocalista que veio
da cena grunge de Seattle era tipicamente de… Seattle.
Dirigido por Danny
Clinch, o vídeo caminha junto com a epopeia do time de beisebol da
cidade. Uma nota sentimental a seguir. Pratiquei dez anos esse
esporte aqui mesmo, em Campo Grande, e houve uma época em que a
Associação contava com uma família cujo pai nascera nos States.
Richard Ray Richardson mascava fumo, tinha aquele sotaque gringo
quando falava português e, geralmente, acompanhava os treinos dos
filhos, nascidos em Dourados, interior sul-mato-grossense, com uma
camisa do Chicago Cubs. Coisas da vida.
De volta ao Pearl
Jam e Chicago, as imagens mostram a paixão da cidade pelo clube de
beisebol que estava perto de encerrar o mais longo jejum de título
de uma franquia, até aquele ano, dentre os três principais esportes
dos EUA (junta aí o beisebol e o futebol americano).
Opa, mas hoje o papo
é rock e as apresentações do PJ (nada a ver com Pessoa Jurídica.
Mal aí o comentário) no estádio do Cubs são memoráveis. Saca
quando o cara sente um misto de obrigação moral e sentimento de
estar a vontade? Isso acontece neste trabalho.
Bom, qualquer coisa
acho que tem para ver na Amazon
Já deu, né segue o
trailer do show
Backbeat - Os Cinco Rapazes de Liverpool
Eita, esse filme aí
é de 1994. Sei lá porque lembrei dele. Vai ver é culpa do Ringo
Starr que fez 80 anos nesta semana e segue Paz e Amor. Bom, ficou na
memória, fica a dica.
A produção
britânica dirigida por Iain Softley, que também assina como
co-roteirista, parte da premissa de mostrar os The Beatles antes de
tornar o que o globo inteiro conhece: uma coisa atemporal, para dizer
o mínimo.
Em uma hora e
quarenta, narra a história do pouco conhecido “quinto beatle”, o
baixista Stuart Sutcliffe, interpretado por Stephen Dorff (ele foi
vilão do Blade, lembra?). Era década de 60, e ele era um dos
melhores amigos de um tal John Lennon, vivido pelo Ian Hart (o
professor Quirinus Quirrell para quem curte Harry Potter). Os rapazes
vão em busca do sucesso, só que no meio do caminho da dupla surge
uma mulher encarnada em Sheryl Lee (alas! de Twin Peaks e Vampiros)
e... bom, daí em diante tem de assistir e tal.
Mas, fique tranquilo
que não tem aquele ar ás vezes meio entediante de biografia ou
documentário arrastado. Vale a pena dar uma olhada para saber um
pouco mais sobre este grupo “mais famoso que Jesus”, ou somente
refrescar a memória com um filme bacana. E, de quebra, com o
peculiar sotaque inglês
Cara, acho que
também tem para ver na Amazon
E, segue o trailer
Lords of Chaos
Esse aqui não é
para qualquer um. Para começar, dei uma navegada e não sei dizer se
o filme lançado ano passado é um thriller de horror, drama musical,
biografia não-autorizada, e por aí vai. Rótulo mesmo é black
metal. Aliás, tem gente que deve defender que o estilo não se
encaixa dentro do rock. Eu acho.
Na minha
adolescência, flertei com pá de bandas deste estilo que, entre
outras coisas, tem problema nenhum de falar/evocar/adorar o diabo.
Pessoal da parte mais gelada da Europa tinha uma cena quente. Aqui em
Campão, fitas k7, lps ou cds chegavam por intercâmbio, pelo correio
ou por algum amigo que conseguia algo do naipe no exterior. Amigo
meu, o Werner, morava em Assunção do Paraguai nessa época, anos
90, e lá era um oásis para descolar esse material. Tempo de se
“rebelde” e apavorar o pessoal careta. É, tive dessas.
Bem, Lords Of Chaos é
sobre uma ou duas destas bandas mais famosas da época: o Mayhem e o
Burzum. O filme dirigido por Jonas Akerlund e de quase duas horas é
uma adaptação do livro homônimo de 1998 (queria ler). O pano de
fundo é a cena norueguesa do Black Metal e o carinha chamado
Euronymous, que funda o Mayhem.
Quando começam a
fazer sucesso lá nas bandas da sua cidade, o grupo tromba com um fã.
Kristian, que depois vira Varg e começa a ser uma figura cada vez
mais presente na vida de Euronymous. Gostei bastante do filme,
trouxe uma nostalgia – coisa bem latente em tempos de quarentena –
e serve para desmistificar muita coisa e conhecer comportamentos que,
no fim, são semelhantes na juventude de muitos países e
continentes. Ah, tem muito de religião na bagaça e sangue também.
Só um aviso.
Por outro lado,
mesmo que você não tenha nada a ver com esse tipo de som gutural e
com letras muitas vezes estilo Zé do Caixão, a história no filme é
interessante – e tensa.
Seguinte, sei que
pelo menos tem no Telecine
E, segue o trailer
Gimme Shelter
E lá se vai meio
século do histórico show do Rolling Stones em Altamont ou Altmont
(?). Mais conhecido por ser aquele evento em que o pessoal do Hells
Angels ficou encarregado de fazer a segurança e deu merda. Na real,
a turnê foi em 69, mas o documentário sobre o que cercou os shows
que tinham a pretensão de ser um novo Woodstock saiu em 1970.
Dirigido por Albert
e David Maysles e Charlotte Zwerin, tropecei em Gimme Shelter este
ano em mais uma coisa gravada da TV a cabo, agora esqueci em qual
canal. Em uma hora e meia, o doc acompanha os caras da maior banda de
rock and roll ainda em atividade durante shows nos Estados Unidos.
A pressão para
fazer acontecer o show mesmo sem um lugar comprovadamente adequado,
um clima misto de euforia da galera e apreensão entre os que tinham
noção de que um evento “protegido” por caras notadamente nada
amistosos com a galera hippie da eṕoca poderia dar no que deu. E, a
reação dor de cabeça que os britânicos tiveram com a repercussão
do tumulto.
Tem muita música,
óbvio, e para quem adora Jagger, Keith e companhia é um prato
cheio. Duro é comprovar que depois de 50 anos a cabeça da galera em
geral mudou muito pouco. Enfim, mande um Sympathy for the devil e
seja o que deus quiser.
Hoje, não sei
direito por onde dá para alugar ou ver o Gimme Shelter. Tente aí no
https://www.justwatch.com/br/filme/the-rolling-stones-gimme-shelter
Segue o trailer
Pink Floyd -The Wall
Clássico. Dirigido
por Alan Parker - tudo bem, tá desculpado por Evita - este musical
chega aos trẽs oitão de idade com muita munição para os dias de
hoje. (In)Felizmente. De autoria de Roger Waters, e seu Pink Floyd ou
Pink Floyd e seu Roger Waters esta 1 hora e 40 de filme é uma
viagem.
Se ainda não
conhece não é biografia da banda. Narra a passagem de um roqueiro –
Pink - vivido por Bob Geldof e em uma bad trip danada. No caminho,
porrada e boa música que abordam problemas emocionais e sociais de
tudo quanto é jeito, como loucura, má educação, disciplina cega e
por aí vai. O que para muitos, parece ser apenas mais um tijolo na
parede ou Another Brick in the wall.
O filme abre mão de
trechos em animação que, para a época, 1982, foi muito bom. E
continua. Recomendo ir em busca do álbum. De preferência, ouça
numa boa. Sei lá, é só uma sugestão.
Se tiver a fim, acho
que tem disponível no Google Play e no You Tube
Segue o trailer
A Fera do Rock
Essa sugestão é
para dar uma desopilada. Será?! Great Balls of Fire! Ou a Fera do
Rock, de 1989. Na boa, é complicado falar em qual gênero se
encaixa: musical, drama, comédia, biográfica. Mas vale a pena ver
Dennis Quaid na pele de Jerry Lee Lewis, figura tão genial quanto
polêmica que surgiu nos primórdios do rock, na década de 1950.
Dirigido por Jim
McBride, confesso que quando vi o filme nem me liguei muito nas
coisas. Molecão, queria mesmo é ouvir o som, a performance e tal.
Pena que esse “tal” é que é o problema de Mister Lewis.
Não lembra mais?
Não viu? Então, vou ficar por aqui. Só para dar um plus a mais
para você procurar o Great Balls of Fire ainda conta no elenco
Winona Ryder (ela mesmo para quem só a conheceu com Stranger Things)
e Alec Baldwin. Sei, pode soar um pouco datado o filme de quase duas
horas, mas, e daí? (sem alusões a ignorantes, juro). Bora lá?
Olha, não sei onde
achar para dar uma olhada. Mas, certeza que acha
Segue o trailer
Some Kind of Monster
Ah, cara, se você
diz que é fã do Metallica e não viu ainda...dá seus pulos. Some
Kind of Monster, documentário lançado em 2004 mostra que sim, até
este povo da música é humano – bom, menos o David Bowie, talvez –
e tem sentimento.
Some Kind of
Monster, desnecessário dizer que também é nome de faixa desta
banda de Trash Metal que transcendeu o estilo e de boa é Monster of
Rock fácil. Dirigido por Joe Berlinger e Bruce Sinofsky, o filme na
verdade era para ser um documentário sobre o fazer do álbum St
Anger. Só que daí desanda para uma discussões feias internas,
principalmente entre Lars Ulrich e James Hetfield (comentário nada a
ver mas acho o vocalista parecido com o Mano Menezes) . Este último
ainda tem de enfrentar o vício alcoólico. Coisa tensa.
Daí no meio disso,
sai o baixista Jason Newsted e o Metallica tem de achar um
substituto. Mano, você tem de ver o nível do pessoal que topa
encarar o teste para fazer parte da banda estadunidense. Olha, vi
cair a ficha do quanto os caras representam para o Metal e, óbvio,
para o rock.
Vale bastante a pena
este reality de luxo – sem ofensas. Eu assisti bem depois do
lançamento, passou uma pá de vez na tevê por assinatura. Muito,
muito bom.
Ah, pede emprestado
para alguém, ou busca aí.
Segue o trailer
E é isso. Espero
que gostem das sugestões. Se puder manda um retorno.
Se cuida
Abraço
* Em breve,
estaremos em novo endereço. Aguarde e se puder, pode dar uma força
agora também. Parece fácil, mas isso aqui dá um trabalhão.
Prazeroso. Mas dá. Quem sabe, se pingar um apoio a gente aumenta a
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