Dica levemente existencial: The Good Place


Pensa em uma série descompromissada mas nem tanto. Em como abordar filosofia, citar Kant, Aristóteles, Platão, e outros, sem imaginar aqueles estereótipos que remetem ao tédio. Aliás, malditos pré-conceitos.

The Good Place é daquelas coisas que pintam provocadas pela quarentena. O filhão que sugeriu para a gente ver no Netflix - que cooptou da NBC, ao que tudo indica. Provavelmente nem tocaria no assunto em dias normais. Que bom.

Criado por Michael Sur, a série basicamente consiste em quatro humanos que morreram e foram parar no Good Place. Pelo menos é o que foi dito a eles, na chegada, pelo Arquiteto, interpretado pelo ótimo Ted Danson na pele de Michael, sim, mesmo nome do criador da produção.

Do núcleo principal, a mais conhecida é Kristen Bell, que vive a Eleanor, a protagonista sem nenhum caráter (no bom sentido se você entendeu a referência). Teve gente que defende o acerto na representatividade do quarteto, completado pelo negro – o intelectual Chidi (William Jackson Harper), a aspirante a celebridade e rica de traços indianos Tahani (Jameela Jamil), e o Mendoza, filipino mesmo vivido por Manny Jacinto. Este aliás, foi o nosso preferido personagem. O fato dele ser o único do elenco principal que não possui verbete no Wikipédia só aumenta a nossa admiração – e, claro, pelas tiradas de duvidosa inteligência durante as quatro temporadas.

O além-vida é pano de fundo para as relações pessoais e crises existenciais. É complicado falar muito se você vai assistir, aqui impera o medo de spoiler. Está bem, só comentarei que as coisas começam a não ficar tão flores quando Eleanor descobre que, talvez, não deveria estar no “paraíso”.

Michael Sur conduz de uma forma leve temas que parecem pesados. Sim, tem o Lugar Ruim e o Lugar Médio. E os três locais, pensei até que talvez seja alguma alusão à Divina Comédia. Se for, é de uma abordagem bem tranquila.

E, calma, religião passa praticamente longe do Good Place. No começo, tem um monge, e olhe lá.
Ah, o arquiteto também tem uma espécie de “robô”. Janet (D’Arcy Carden) é o braço direito de Michael, um mix de onipresença e google que sabe todas as respostas e faz tudo o que lhe pedem, literalmente.

Olha, vale a pena. Não se assuste com a indicação de 16 anos. Definitivamente a Netflix não é boa para estipular faixa etária. Good Place é um oásis em meio a tantas séries e filmes pesados. Um refresco de vez em quando é bom. Depois você volta para a vida real. Ops, para os dramas e terrores campeões de audiência.

Veja e depois me conte o que achou.
Abraço, mesmo de longe



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