Legal nos Estaduais, só os ‘clássicos’. Ou pelo menos era

*Texto meu publicado na edição de sábado (21) do jornal O Estado MS

Falta uma semana para começar de fato a temporada oficial do futebol brasileiro. Com os Estaduais, que ainda têm o seu charme, principalmente em locais que não têm times na Série A ou Série B. No caso dos principais –Carioca, Paulista (que só começa mês que vem), Gaúcho e Mineiro–, os torneios viraram uma espécie de preparação de luxo para Brasileirão e Libertadores.

Ah, mas tem os clássicos. Talvez seja o que ainda move paixões nos regionais. Com todo o respeito, mas não dá para botar uma fé em ver o Audax, o Linense, o Resende, o… quem?


Entretanto, clássico é clássico e vice-versa como diria o filósofo(?). Até aqui em Mato Grosso do Sul tem isso. Olha só, em Campo Grande. Este ano, são quatro times da Capital na “elite”. É muita equipe para, literalmente, pouco campo. Sim, se estão aí é porque fizeram por merecer. Boa sorte.

Mas a primeira vez que levei meu filho para ver um jogo foi no Morenão (faz tempo), para ver Operário e Comercial. O guri, com seus  5 ou 6 anos ficou animadão com a bagunça. Os caras deram uma bandeirola preta e branca e ele ficou todo faceiro. Pena que o jogo foi um zero a zero morno em uma manhã quente. Mas ele curtiu. Tanto que, durante a semana, a escola chamou a mãe dele por motivo de o filho ter aprendido a pronunciar umas palavras, digamos, impróprias para a idade. 

Tudo bem, tá meio errado. Mas clássico é legal. Torcer é bacana. É difícil você fazer igual na propaganda e, quando o jogador erra um gol feito, pedir para o pessoal esgoelar um... seu salamê minguê! Ou, quando o adversário faz uma falta feia, educar os que estão todos lá, iguais naquele momento, mandar um vai tomate cru!

Foi mal aí se fui politicamente incorreto. Termo que hoje em dia é meio redundante, né?! Politicamente e incorreto… 

Mas é só para dizer que jogo entre time pequeno e o seu (porque o seu jamais vai deixar de ser grande) pode ser até interessante. Anos depois, meu filho tirou um cochilo na arquibancada durante a decisão de 2010, quando o Comercial conquistara seu nono título estadual. É sério, tenho testemunhas. 

Mas com o grande rival é diferente. É “crássico”. Para não falar que esqueci do interior, me disseram que em Naviraiense x Ivinhema, o bicho pega. Que legal.


Este ano, uma das minhas metas é apresentar a caçula a um estádio. A uma arquibancada. De preferência, o Morenão. A um jogo de futebol profissional (pelo menos na teoria). Quem sabe em um Comerário. Ou em uma partida interessante. Será que ela vai dormir? Será que vale a pena? Vão me chamar de “modinha”? Sem palavrão, por favor. 
Abraço

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