Pode vaiar, dar uma de Lochte... é ‘tudo nosso’
*Texto meu publicado na edição de hoje (20) do jornal O Estado MS
A comparação é grosseira, mas chego à reta final da Olimpíada tal qual um esforçado atleta de fim de semana. Pensa que é fácil acordar cedo, ligar a TV e começar a acompanhar os nobres participantes, seja qual esporte for. Durante o dia, um bombardeio de resultados, partidas, duelos, torcidas e dúvidas cruéis na ora de optar o que é mais importante na ordem da programação dos Jogos. E de noite, chegar em casa, e torcer para que os brasileiros belisquem alguma medalha. Aliás, deixar o filé mignon ou aquela deliciosa salada (sabe como é, esforço olímpico para ser politicamente correto) para depois das 9, 10, 11 horas, quase à beira da madrugada é injusto para nosotros, meros trabalhadores. Vira coisa só para norteamericano ver.
Literalmente. Como uma empresa lá dos States é que banca a maior parte da transmissão da Olimpíada, os horários das finais que interessam para eles, são aqueles em que os telespectadores de lá estão acostumados. Of course. O mesmo caso ocorre para não ferir os interesses dos europeus.
Está irritado, incomodado, surpreso ao saber que estas coisas acontecem mesmo a Olimpíada sendo no Brasil? Vai reclamar lá no posto! E se não der em nada, dê uma de Lochte e seus brothers. Este sim, nadou muito na piscina olímpica e boiou na mesma proporção fora dela. Diga que foi assaltado, que apontaram uma arma na cabeça, mas no final, fale que não se lembra de nada. Tinha de ser norteamericano!. Ah, não, desculpe, isto só vale para brasileiro. Só queria ver se fosse o contrário. Teria os brasileiros o mesmo tratamento? Dentro e fora do nosso país? Duvido.
Aliás, que torcedores mal-educados somos. Ficamos a vaiar os gringos quando jogam com um dos nossos. E acaba que vira uma desculpa em caso de derrota para estes intrometidos latinos, povinho atrasado.
Mimimi com sotaque estrangeiro. Fazem os mansos donos da casa jogarem vôlei quase à meia-noite, correr, lutar e nadar de manhã e de noite, até futebol em cada horário doido (adaptado ao fuso horário deles) e ainda reclamam.
Caboclo sem educação tem em qualquer parte do mundo. E, na maioria dos casos, a vaia em nada interferiu na performance do competidor. Torcedor vaia até presidente. Aliás, amanhã é o encerramento. Vai temer, sorrir, fugir, ou encarar o povo no Maracanã?
Abraço.
A comparação é grosseira, mas chego à reta final da Olimpíada tal qual um esforçado atleta de fim de semana. Pensa que é fácil acordar cedo, ligar a TV e começar a acompanhar os nobres participantes, seja qual esporte for. Durante o dia, um bombardeio de resultados, partidas, duelos, torcidas e dúvidas cruéis na ora de optar o que é mais importante na ordem da programação dos Jogos. E de noite, chegar em casa, e torcer para que os brasileiros belisquem alguma medalha. Aliás, deixar o filé mignon ou aquela deliciosa salada (sabe como é, esforço olímpico para ser politicamente correto) para depois das 9, 10, 11 horas, quase à beira da madrugada é injusto para nosotros, meros trabalhadores. Vira coisa só para norteamericano ver.
Literalmente. Como uma empresa lá dos States é que banca a maior parte da transmissão da Olimpíada, os horários das finais que interessam para eles, são aqueles em que os telespectadores de lá estão acostumados. Of course. O mesmo caso ocorre para não ferir os interesses dos europeus.
Está irritado, incomodado, surpreso ao saber que estas coisas acontecem mesmo a Olimpíada sendo no Brasil? Vai reclamar lá no posto! E se não der em nada, dê uma de Lochte e seus brothers. Este sim, nadou muito na piscina olímpica e boiou na mesma proporção fora dela. Diga que foi assaltado, que apontaram uma arma na cabeça, mas no final, fale que não se lembra de nada. Tinha de ser norteamericano!. Ah, não, desculpe, isto só vale para brasileiro. Só queria ver se fosse o contrário. Teria os brasileiros o mesmo tratamento? Dentro e fora do nosso país? Duvido.
Aliás, que torcedores mal-educados somos. Ficamos a vaiar os gringos quando jogam com um dos nossos. E acaba que vira uma desculpa em caso de derrota para estes intrometidos latinos, povinho atrasado.
Mimimi com sotaque estrangeiro. Fazem os mansos donos da casa jogarem vôlei quase à meia-noite, correr, lutar e nadar de manhã e de noite, até futebol em cada horário doido (adaptado ao fuso horário deles) e ainda reclamam.
Caboclo sem educação tem em qualquer parte do mundo. E, na maioria dos casos, a vaia em nada interferiu na performance do competidor. Torcedor vaia até presidente. Aliás, amanhã é o encerramento. Vai temer, sorrir, fugir, ou encarar o povo no Maracanã?
Abraço.
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