Olimpíada ajudô e sempre vai ajudar. Ou é um tiro na água?

*Texto meu publicado na edição de hoje (13) do Jornal O Estado MS

E aí, acompanhando a Olimpíada? Muita coisa, né? Surgem heróis todo dia, decepções a cada instante, notícia ruim a rodo. O leque é variado e serve a todos os gostos. Seja para falar bem ou para tacar pedra, reclamar da Vila, detonar, protestar. #ForaAguaVerde, Ops, vaias, aí depende.

Afinal, tomar partido é coisa complicada nos dias de hoje, seja em Nova Iork, em Buenos Aires, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul ou em Rio Brilhante. Golpe bom mesmo foi o das brasileiras no judô. Rafaela Silva, apoiada pela Marinha (menção honrosa ao bronze de Mayra Aguiar), deu a volta por cima. Sepultou a Chibata (?) e, em um rompante, dedicou seu título olímpico a todas as mulheres ministras que compõem o atual governo brasileiro. São tantas que até esqueci quantas são. Brincadeirinha, hein? Espírito olímpico e esportivo tem de prevalecer.

E o futebol? Sou da turma que este esporte não precisava ter no programa olímpico. Pelo menos no Brasil, enquanto tem a seleção em campo, ele quase que ofusca as demais modalidades. Exceção feita ao feminino. Aliás, só o milagre dos Jogos para Marta e companhia conseguirem mostrar o esforço longe de ser reconhecido em horário “nobre” da televisão. Quem sabe com o sonhado ouro, a CBF fique com a sensação de “pronto, agora parem de encher o saco”, e vá só de garotada nas próximas olimpíadas. E, quem sabe, as mulheres sejam valorizadas também dentro das quatro linhas.

Os Jogos funcionam meio que como um destes realityshows que o pessoal tenta emplacar como cantor ou cantora. Os esportes e seus bravos atletas brasileiros se esforçam em poucos minutos para mostrarem que são legais. Estão aí o rúgbi, o badminton, tiro, canoagem, e muitos outros. Todo mundo na busca de seu lugar no Olimpo.

Exemplo clássico é o Felipe Wu. O paulista foi medalha de prata no tiro esportivo. Início de carreira, começou a mirar seus primeiros alvos na garagem da casa. Superestrutura, a ponto de que a Confederação Brasileira de sua modalidade ainda não ter sequer um patrocinador

Pessoal cobra medalhas, mas podia exigir mais do esporte na sua base, no seu alicerce. Aliás, tenho medo de que após a Rio-2016 o parco apoio público e privado às modalidades se extingue de vez. Desculpas não faltam e nem faltarão. Espero muito que eu esteja errado e que os ares da Olimpíada façam a gente se interessar mais pelo esporte.

Não só por resultados, mas por na cabeça que faz bem a saúde, que por sua vez ajuda a deixar menos gente doente, que daí sobram mais vagas em hospital, que no fim das contas ajuda a gastar menos dinheiro.

Voltemos à realidade, no qual o que importa é ver a bandeira no pódio. E, nisso, pelo menos até agora, a coisa está meio periclitante. Mas, vai que até a hora em que você estiver lendo estas mal traçadas linhas o Brasil já tenha conquistados mais dos metais preciosos?

De uma coisa tenho certeza que a gente já é uma potência: a de criar grandes expectativas. Seja para vencer, seja para perder. Ou, como diz a “sabedoria” popular: O importante é competir, mas é melhor ganhar”. Boa sorte a todos e a todas.

Abraço.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Dez músicas para Campo Grande no modo aleatório

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.