Ser ‘brasileiro’ é um atentado a...

*Texto publicado na edição de hoje (23) do jornal O Estado MS

Se fosse em outros tempos, não muitos remotos – diga-se de passagem–, o povo estaria em massa dizendo que esta história de terrorismo no Brasil é só para desviar o foco, a atenção. Vai entender...

O brasileiro é especialista em tudo. De um dia para outro, ganhamos uns 200 milhões de comentaristas e conhecedores do terrorismo. Um atentado, isso

A menos de duas semanas para a abertura dos Jogos Olímpicos, amanhã, a Vila Olímpica será aberta para começar a receber os que devem ou deveriam ser os protagonistas da festa do esporte mundial.

Pesquisa mostra que o brasileiro está tão empolgado com a Olimpíada como confia no Temer. Pesquisa afirma que o torcedor só vai entrar no clima quando os Jogos começarem. Pesquisa indica que, assim como a maioria é a favor de novas eleições, os ingleses também mostravam o mesmo desânimo antes de Londres-2012 registrar as primeiras medalhas. Mas, sinceramente, pesquisa é pesquisa, e jogo é jogo, não é?!

Enquanto isso, dá-lhe gringo preocupado com a segurança. “Brasileiro” também. Matança comendo solta na Turquia, na Bélgica, na França, Alemanha, Estados Unidos. Mas só o Brasil que não está preparado para o terrorismo.

Antes da Copa 2014, foi falado um monte que iria ser uma má imagem para o mundo inteiro a desorganização. Fala aí, de bate e pronto, alguém atirou sinalizador, fogos dentro de campo? Jogo teve de parar por conta de tumulto da torcida?

Na badalada Eurocopa teve tudo isso. E, uma final modorrenta vencida por Portugal (me desculpe, mas esse time nem passou da primeira fase aqui no Brasil).

Mas, sabe como é né? Como disse um jornalista, “greve no Brasil, na América do Sul, é coisa de vagabundo. Na França, greve é de trabalhador, e protesto contra reforma na previdência, direitos trabalhistas é chique”

Sim, o índice de criminalidade no Brasil é altíssimo. Andar na rua de noite em cidade grande ou média, como é Campo Grande, é arriscado. Não tinha de ser. Assim como é inaceitável o tanto de gente morta pela polícia. No português claro, pobre matando pobre.

Mas, deixa para lá, reclamar é o esporte número um de todos nós. O problema nunca é conosco. Sempre é do “brasileiro”.

Quem me dera dever R$ 7 bilhões, como aquele então diretor da Federação das Indústrias de São Paulo, e ainda posar contra a corrupção, impostos, blablablá. Pato é a gente. E, chato sou eu. Afinal, acabou a corrução. Há uns 50 dias.

Semana que vem, a gente vem no espírito olímpico para falar sobre chances de sul-mato-grossenses ganharem medalhas, medalhas, medalhas! Prometo.
Abraço.

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