Final da Champions x início de Série A, sem comparação. Mesmo.

*Texto meu publicado na edição de hoje (4) do jornal O Estado MS

Tem como comparar um jogo final da Liga dos Campeões da Europa com uma partida de começo de Campeonato Brasileiro? Há exatamente uma semana, passou na televisão aberta a decisão entre o Real Madrid e o Atlético de Madri.

Talvez, só em Copa do Mundo, seria possível ver tanta gente boa em um mesmo campo de futebol. E, goste ou não, decisão nos pênaltis sempre é emocionante.

Não é de hoje que eu escuto torcedor dizer: “Você vê um jogo desse e depois vai assistir uma partida aqui do Brasil, não dá nem para comparar”. Ué?! Então, por que a comparação? Óbvio, são os melhores do mundo. Mas, faz sentido né? ! 

Faz o seguinte: assista a uma peleja entre Getafe e Eibar. “Ei quem?”. Eibar, Eibar! São dois clubes do Campeonato Espanhol. Depois, fale se é melhor do que ver uma semifinal de Copa do Brasil ou São Paulo x Atlético-MG, na Libertadores. Calma lá, né?! Que os grandes confrontos da Europa são os “the best”, com certeza. Porém, pôr na mesma conversa uma partida que não “vale nada” no Brasileiro com as partidas escolhidas a dedo no estrangeiro, é meio forçado

Em tempo: às vezes olhar para os nossos vizinhos também é bacana. A decisão das quartas de final na Libertadores, entre o Nacional de Medellín, da Colômbia, e o Rosário Central, da Argentina, foi um jogaço. 

Posto isso, certo que rola um deslumbre em ver todo aquele espetáculo que proporciona a Champions League. Tudo muito organizadinho, estruturadinho, carinhas que você aprovaria sem titubear no seu time jogando naqueles tapetes verdes. Organização que amamos falar bem e elogiar, e esquecemos ou preferimos culpar alguém quando se trata do nosso terreno. 

Porém, entretanto, todavia. Confesso que falta aquele algo mais. Futebol é uma paixão. Não ostentação. É lugar de o pessoal torcer, gritar, achar que está dentro do campo e empurrar o time para o gol. Vaiar o adversário, o juiz, para quem gosta de beber umas cervejas, olhar os caras com aqueles bandeirões, fumacês. 
Ver o garotinho na arquibancada fazendo o sinal da cruz agradecendo a vitória. Não tem preço.

Daí, a decisão do título entre dois espanhóis acontece na...Itália? “Ah, mas na Europa é tudo perto. Dá para o pessoal viajar sem problema”. Pode ser... imagina que você vai a todas as partidas do seu clube, vê cada joguinho, rói o osso até que a seleção (“doente” empolgado chama assim sua agremiação do coração) vai fazer a partida mais importante em outro Estado nada a ver. Ou outro país, se fosse a Libertadores, por exemplo. Desculpa aí, mas, como diria a sem noção, “é muita falta de sacanagem”. 

Vai me convencer que o tiozinho do Atlético de Madri prefere ir até Milão, do que ter a sensação de que o time treinado pelo Simeone, o Felipão de grife, está lá pertinho em um jogo histórico? 
E, sem contar o lado financeiro.

A gente tem de aprender com eles muita coisa. Cartolas, então...
Mas, por favor, não deixem que o lado business leve o futebol para o lado mau da força.

Ah é, hoje o Brasil estreia na Copa América do Centenário. Antes de reclamar com a CBF, por tirar jogadores do seu time em pleno Brasileirão, cobre do dirigente do seu time. Marins, Del Neros da vida só estão lá porque ele o colocou.

Aliás, na semana que vem completará um mês que acabou a corrupção no Brasil. Ou alguém protesta?
Abraço 


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