Falar sobre Tocha Olímpica é fogo

*Texto meu publicado na edição de hoje (25) do jornal O Estado MS

Eu nunca fiz questão de estar aqui, muito menos participar. Esse início de frase de começo da música Piloto Automático, da banda Supercombo, acho que traduz (?) o  revezamento da Tocha Olímpica. Hoje, a Chama vai passar pela minha cidade, fazer um day use, e sei lá, tem hora que acho bacana. Há instantes que não.

Campo Grande está longe dos seus melhores dias e fazer de conta que está tudo bem só para causar uma boa impressão é complicado. Some isso ao fato de que dentro da contagem centenária dos condutores da tocha nos seus 30 km, 40 km, muitos têm pouco ou nada a ver com o esporte por estas bandas, a rejeição ao evento de hoje pode ser visto como um presente de grego (desculpa, é que a origem da Chama é de lá, o trocadilho foi inevitável). 

E, exclusivamente na Cidade Morena, que atualmente está muito mais para Esparta do que Atenas, o que tem de morador que desejava sua residência/comércio estar no caminho da Tocha... Quem sabe, assim, a prefeitura pintava por lá para dar um trato na rua. Aliás, um pouquinho de capricho na mão de tinta mal não faria a ninguém. Algumas faixas brancas ficaram tão bem pintadas no asfalto que parecem com os riscos que eu fazia na prova de educação artística. Ficavam tão excelentes que meus pais foram chamados pela escola para saber se eu tinha problema de cabeça. 

Que soe confuso, mas defendo a vinda do símbolo olímpico. Viajar o mundo e socializar (outra frase da mesma música, nossa, estou muito criativo). Que é para promover a Olimpíada, geral sabe, e que vai render pouca coisa para Campo Grande, com certeza. Porém, é uma oportunidade única e, nas próximas olimpíadas você dirá: cara, esse negócio é mundial e passou por aqui! (mesmo que hoje você esteja torcendo o nariz).

Como disse minha patroa: “Só assim para a gente ter show de graça” Está vendo? A Chama até preencherá por um dia que seja este vazio de atrações culturais (saudade do MS Canta, Noite da Seresta, etc.).  Vai ver, este é o milagre olímpico.  Lembrança que terei para contar a meus sobrinhos, netos... Fazer o quê, né?! 
Vai ver, sei lá, tenho mesmo “problema de cabeça”. Abraço

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