Ah, se fosse só problemas (de) técnicos

*Texto meu publicado na edição de hoje (18) do jornal O Estado MS

Sabe aquele conhecido que diz que não assiste televisão, mas fala que tal coisa passou no Jornal Nacional? Ou aquele outro que odeia funk, mas solta um “tá tranquilo, tá favorável”?! Pois é, algo parecido acontece com a seleção brasileira. Principalmente, depois do trágico 7 a 1.

Uma pá de gente faz questão de dizer que não está nem aí, que nunca viu os caras que estão jogando (bem, isso até faz sentido), e aí o Brasil vê o Peru entrar com mão e tudo... Pronto! Acabou o conto de fadas. Dunga fora. E, milhões de especialistas a dar pitaco sobre quem vai assumir o lugar.  “Ah, não tem como fugir, todo lugar só fala disso”. Como diz a propaganda, é “só” futebol. 

Escrevo aqui sem saber se o Tite bateu o martelo. O Corinthians já entregou de bandeja, presidente corintiano fez biquinho com a CBF, mas deixou claro não ser contra a Confederação (vai entender...), e, ao que tudo indica, como canta o Rei (que não é o Pelé), faltam apenas detalhes tão pequenos para que se comece o relacionamento.

Olha, deve ser complicado para o senhor Adenor Leonardo Bacchi. Por um lado, se curvar a Marco Polo Del Nero, atual chefão da CBF, a quem tanto criticou e até abaixo assinou pedindo a sua saída. Engolir parte de suas convicções e seu orgulho. 

De outro, o orgulho de atingir o cargo mais almejado de um técnico brasileiro. Chance de mostrar que não é treinador de clube, que evoluiu e extirpar de vez a pecha de retranqueiro, o “empatite”.

Eu? Se ele fosse? Ficaria feliz pelo convite, mas, com certa dor no coração (no bolso não porquê já ganhou e segue ganhando bem), deixaria a CBF “tite”. Assim como me ensinaram no curso de Jornalismo, o mais importante é no fim do dia você deitar na sua cama com a consciência de que fez o melhor sem trair o que acha certo. 

Depois de tanta bordoada que o agora ex-técnico do Corinthians destilou na Confederação que, semelhante à nossa política, muda tudo para deixar tudo como antes, sei lá... Cada cabeça uma sentença. Quem sou eu na conta do chá, do cafezinho... nem um torrãozinho de açúcar. Aos 55 anos, Tite é bem grandinho para saber com quem lida e com quem lidará. Pelo menos, deve durar mais do que os ministros do Temer (brincadeirinha). 
Boa sorte a todos. 

Mudando de A para a D, o fim de semana reserva confrontos entre MS x MT na Quarta Divisão Nacional. Em Campo Grande, o Comercial recebe o glorioso Araguaia de Barra dos Garças (dizem que a região lá tem uns lugares bacanas de conhecer), e a torcida é para que o time da casa tenha sorte melhor do que na estreia, quando tomou de cinco em Ceilândia, no Distrito Federal.

Já em Sinop, “nortão” de Mato Grosso, o Sete de Setembro de Dourados defende a liderança de seu grupo contra os anfitriões. Do lado de Mato Grosso do Sul, fico até meio sem jeito de dizer que serão dois jogos com muita rivalidade. Vamos cair na real, no cenário nacional estamos longe deles. O pessoal de Mato Grosso tem um time na Série B (Luverdense) e outro na Série C (Cuiabá). Acho que isso já diz tudo. 

Ah, e não custa lembrar... antes de criticar a Federação ou a Confederação, recorde de que os donos dos times que você torce são os que os colocam lá. 
Abraço

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.

Educação nos EUA sob ataque conservador é mais do que um aviso