Vida de atleta é difícil, é difícil como o quê

*Texto meu publicado na edição de hoje (28) do jornal O Estado MS

“Foram dias bem difíceis nos EUA por conta do frio mas a vida do atleta de vôlei de praia é assim, se adaptar em todos os climas.
Trabalhamos muito e muito bem focado dia após dia estudando os adversários. Não deixando nada nos abalar, soubemos nos controlar muito psicologicamente em todas as decisões, fizemos jogos duros mas graças a Deus deu tudo certo saímos campeões da etapa mundial de Cincinnati...
Foi um momento muito gratificante para mim e para minha dupla nossa primeira medalha de ouro no circuito mundial adulto uma emoção muito grande”.

Legal, né?! Este foi um trecho do depoimento do campo-grandense Saymon em entrevista feita por este jornalista, por meio da internet, após o jogador conquistar pela primeira vez um título desta importância no vôlei de praia, ao lado do carioca Guto. O feito foi obtido no último fim de semana.

“Ainda não sei (quando irei a Campo Grande) porque não estou mais morando aí por falta de incentivo. Mas meus pais ainda moram aí, estou vendo uma folga para ir”. Nem tão bacana, né?!
O esforço (ou seria sacrifício?) nos States pediu a conta. Dois dias depois, em Moscou, Saymon e Guto não resistiram e foram eliminados ainda na fase inicial do Grand Slam da Rússia.

Ah, essa crônica ausência de apoio. Isso em um dos esportes mais vitoriosos do Brasil em Jogos Olímpicos. E, não é um caso isolado.

Em entrevista ao Dez Na Rede, programa do site O Estado Online, o tio da atleta Talita confirmou que a sua sobrinha, forte candidata a uma medalha na Olimpíada do Rio de Janeiro, é filiada pela federação de Alagoas basicamente pelo mesmo motivo: falta de estrutura. Luiz Alberto “Melão” afirma que, o Estado nordestino, por meio da federação alagoana, apostou no início da carreira da aquidauanense.

E, olha, que sou testemunha, não faltou disposição para a sul-matogrossense, ainda antes da parceria com Larissa, procurar patrocínios por estas bandas. Públicos, principalmente

Aliás, peço desculpas pelo erro da última coluna, em que citei quase 50 dias de Campo Grande sem diretor-presidente na Funesp. Na verdade, de acordo com o Diário Oficial do Municípío, Melão é o responsável pelo cargo desde 16 de maio. Assim, conta refeita, foram 42 dias.

Sei lá, pessoal compete fora de Mato Grosso do Sul, às vezes até fora do Brasil, poderia dar uma visibilidade bacana ao Estado, ao empresário. Mas, o pouco que é destinado vai para o futebol “profissional”. Que, atualmente, se esforça para pelo menos ter alguma repercussão em sua própria terra. Nem que seja por dois pares de meses no ano.

Claro: a exclusividade (ou seria exclusão?) está longe de ser apenas nossa. A caravana passa, você pode chiar que ela vai te ignorar, e todos, ou quase, vão aplaudir.

A 28 dias para a passar a tocha olímpica em Campo Grande. E, poucos sabem.

A 69 dias para começar os Jogos do Rio. Que, muitos amam criticar.

Há 16 dias, você acredita no “primeiro a gente tira um, depois tiramos os outros”.

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Abraço


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