As perspectivas para o ano novo e o problema que já vem de décadas

* Texto publicado na edição de sábado (2) do jornal O Estado de MS

O interessante de começar um novo ano é ter perspectivas. O bom é quando elas são boas. O ruim é quando não as são. No esporte, sem dúvida o papo será Jogos Olímpicos. Pelo menos até agosto, setembro, e por aí vai se tivermos sorte.

Sabe como é, né?! Depende de quanto o futebol vai deixar ou permitir que estes esportes em que nós, os brasileiros, torcemos ou (re)conhecemos de quatro em quatro anos nos contagiarão. Disputar contra a Libertadores e a Copa do Brasil não é para qualquer um.

E, tal qual aquele ano que insiste em não terminar, temos de estar preparados para aqueles frutíferos comentários como “este é o legado que a Olimpíada vai deixar”, ou “brasileiro não aguenta pressão quando compete em casa”, e ainda o consagrado “enquanto isso mais um gol da Alemanha”.

Bom, deixemos a ranzinza de lado. Por enquanto. Se os deuses do Olímpio ajudar o país que se diz abençoado por natureza, teremos a chance de fazer bonito enquanto o maior evento esportivo do mundo estiver em andamento. Vôlei de praia, judô, natação, e, porque não, o futebol, deve render umas medalhas. Os atletas do handebol, vôlei de quadra, ginástica também vão ter a torcida a favor para quem sabe chorar com eles o suado e merecido pódio. Surpresas sempre há.

Duro será aguentar aquele fúnebre canto “sou brasileirooo, com muito orguulho, com muito amooor”. Sejamos sinceros, já deu. Para uma gente que se diz criativa, torçamos para que surjam novos gritos para apoiar os atletas. E, como somos um povo que se acha cordial, esperar que nas apresentações que requerem silêncio, principalmente na ginástica, respeitemos as apresentações dos adversários. Mesmo que, em algum caso, estes sejam argentinos.

Fora das quadras, campos, piscinas, e adjacentes, as perspectivas poderiam ser boas. Mas, como todo ano, perdem para a dura realidade. Falo do que acontece distante das competições. Dirigentes de confederações e federações que há décadas administram seus esportes como feudos, claro, com a submissão dos clubes e asseclas, teriam de seguir questionados. Marin, Del Nero, Teixeira, Nuzman, podiam definitivamente sair do cenário. Assim como outros chefes de modalidades como o handebol nacional, e outros que estão por aí há uns dez anos. Incluindo federações estaduais.

Credibilidade. É o que há de ser resgatado para acabar com sucessos pontuais e fracassos cotidianos. Menos ajuda pública a quem não precisa e mais fiscalização nas contas e, se tem bolsa municipal, estadual e federal, que se paga.

Empresas privadas não podem competir com estatais. Cada um no seu lugar e sem um atravessar o caminho do outro, como acontece e acaba por desestimular quem mais importa neste processo de mente sã e corpo são: o atleta e o torcedor.

Mas, será que “eles” pensam mesmo na importância do espírito esportivo?
Abraço

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