‘Ele me representa’. Bom, mais ou menos...
Joana Maranhão me representa.
Mesmo que isso seja...nada. Aliás, essa questão de representar é complicada.
Pessoal das artes cênicas, do cinema, quiçá dos canais de internet, blogs e
afins, certeza, devem dominar mais este ofício.
Banalizaram o “representa”.
Ou, nos dias de hoje, “gourmetizaram” o que antes era o na lata “estou contigo
e não abro”. Está bem,se você quiser dar uma de cara da comunidade, manda aí um
“fechado com o certo”.
O verbo representar em sua
acepção, segundo o site dicionário informal, significa
1. servir para expressar,
designar ou denotar (como uma palavra ou símbolo, por exemplo); simbolizar
2 .expressar ou designar
usando um termo, caractere ou símbolo
3. servir como substituto ou
agente de outrem
4. falar e agir por delegação
de autoridade
5. agir em nome de um grupo ou
região após ser eleito em votação
6. apresentar uma
representação de algo, como num quadro
7. apresentar em palavras;
descrever
8. apresentar, produzir ou
atuar em obra teatral, televisiva ou cinematográfica
Bastante coisa, não?! E, no
esporte, qual opção seria a mais adequada?
Há mais ou menos dois meses,
dirigentes de federações batiam no peito para dizerem em alto e bom som: José
Maria Marin me representa!
Hoje, o ex-presidente da CBF
tem tempo de sobra, vendo o sol nascer quadrado lá na Suíça, para saber o
quanto e quem o enganou redondamente. “Eles representaram bem quando ficavam na
minha frente”.
Dirigentes de clubes
representam uma coisa para o torcedor. Outra para os jogadores e, talvez, ainda
muda de figura quando negocia com os de cima dele. O futebol é a maior vitrine.
Mas não é o único palco do “ele me representa” de plantão. E, tampouco, pode
ser.
E, quanto ao significado de
protesto, de indignação, de defender o seu ponto de vista pelo fisicamente confortável, mas, talvez, mentalmente estressante mundo on-line? Vale a pena
tomar partido por uma causa, por alguém, que realmente você se reconheça?
Complicado. Muita gente
acredita que é perda de tempo. Ou discussão que não leva a nada. Outros fazem
questão de mostrar a sua irritação, solidarizar, ofender (às vezes, sem
querer). Muro. Oras, creio que é melhor ficar como espectador, sob pena de até
arranjar encrenca, causar um desgaste com pessoas próximas. Horas, penso que
ficar parado é dar espaço para o que vejo como negativo. Até porque, quem sou
eu nesse mundão? Vai perguntar, vai cobrar uma posição do Ronaldo, do Zico, do
Rogério Ceni, do Bernardinho, sei lá, esse povo conhecido.
Aí sim. Gostaria muito que os
esportistas que têm milhares de seguidores/fãs mundo afora tivessem a coragem
de expressar o que pensam sobre assuntos que, à primeira vista, não têm nada a
ver com o seu campo. A democracia permite isso. Considero importante para o
debate. Incluo também os conhecidões do mundo artístico.
Melhor não né? E, desagradar o
meu público? Perder meus privilégios, talvez até quem me banca, meus
patrocinadores?
Melhor fazer o que o povo
quer. Quando convém, por favor. Valeu, Joana Maranhão.
Abraços
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